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Prefeito de Campinas rebate Lula sobre casas populares de 15 metros quadrados: ‘espantado com a agressividade do presidente’

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O prefeito de Campinas (SP), Dário Saadi (Republicanos), respondeu às críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em relação ao projeto de construção dos embriões residenciais.

Trata-se de moradias de 15 m² voltadas para abrigar diversas famílias da ocupação Nelson Mandela.

Em entrevista, o chefe do executivo municipal expressou surpresa com a agressividade do presidente. O programa tem sido alvo de polêmicas recentemente. No atual estágio de construção, as casas, que ainda não foram concluídas, possuem dois cômodos.

A expectativa é abrigar 450 pessoas em 116 unidades, resultando em uma média de quatro pessoas por casa. Após a assinatura do contrato, as famílias terão até seis meses para iniciar o pagamento do financiamento.

Via G1

Durante um evento realizado no Pará no fim de semana, Lula mencionou o tamanho das moradias e comparou-as aos programas habitacionais do Governo Federal, que, segundo ele, disponibilizarão residências de 41 m².

O presidente voltou a abordar o assunto em uma live na segunda-feira (19), afirmando que a iniciativa de Campinas contribui para a “degradação do ser humano”.

Em fala, o presidente disse que deve-se ter em mente que essas pessoas também são humanos, e passam por um processo condenável. Além disso, comparou o projeto com a construção de ‘poleiros’ para o povo morar.

Resposta

Por sua vez, Saadi afirmou que, apesar das declarações recentes, o Governo Federal não procurou a Prefeitura para obter mais informações sobre a ação.

Ele disse que houve indignação, pois ninguém do Governo Federal questionou sobre o projeto antes dos ataques diretos do presidente. A equipe considera injusto alguém que desconhece a realidade do estado falar dessa forma.

Ainda, reforçou que todos estão ‘assustados’ com a agressividade do presidente, sem entender suas motivações ao falar de um projeto que visa ajudar as pessoas.

Embriões residenciais

Ainda em resposta às declarações do presidente, Dario Saadi reiterou nesta segunda-feira (19) que a iniciativa não se trata de um programa habitacional, mas de um acordo baseado em um acerto do tribunal para fornecer os embriões residenciais em terrenos cedidos pela administração municipal.

O objetivo é permitir que as famílias deixem o local ocupado dentro de quatro meses. Em um comunicado divulgado durante o fim de semana, ele também afirmou que as novas moradias são “maiores do que as antigas barracas de madeira”, como comunica.

Em seu posicionamento, repudiou as declarações relacionadas à equipe presidencial, e diz que a construção deseja abrigar as famílias da rua e permite expandir conforme as possibilidades.

Além disso, o prefeito também trouxe dados sobre o projeto dos embriões residenciais, em um loteamento de 23 mil metros quadrados, com infraestrutura de esgoto, água tratada, drenagem, asfalto e iluminação pública.

Todos esses serviços estão disponíveis em cada casa, com quarto, cozinha, sala e banheiro. Ainda, existe a possibilidade de construção no terreno sobressalente.

O prefeito reitera que se trata de uma intervenção aceita pelos próprios moradores, e toda a prefeitura de Campinas lamenta que essa visão equivocada esteja sendo transmitida pelo representante de um partido político que luta pela ‘vida justa e digna’ das famílias.

Além disso, a Frente Nacional de Prefeitos expressou apoio ao prefeito de Campinas na discussão sobre o assunto. Apesar das críticas, a construção é considerada uma vitória pelos moradores da ocupação.

Via G1

Análise de especialista

O professor Tomás Moreira, especialista em política habitacional e membro da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), criticou o fato de que a propriedade não atende ao conceito de moradia digna recomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Ele diz que não existe possibilidade de oferta dessas casas chamadas embriões residenciais. Isso porque a ONU estabelece como mínimo uma cozinha, um cômodo extra e um banheiro.

Nesse caso, a cozinha é fundamental, pois é a base de sobrevivência das famílias. Além disso, os custos de construção de uma cozinha são mais elevados, se acontecerem por conta próprio. Por isso, a prefeitura deveria disponibilizar esse espaço.

População beneficiada

Por outro lado, a coordenação da ocupação Nelson Mandela, que receberá as novas moradias, declarou que os imóveis são considerados apenas o início da jornada e essa iniciativa é uma vitória.

A coordenação disse que os embriões residenciais foram uma conquista, considerando o que aconteceu no prazo de quatro meses estabelecido pelo juiz.

Além disso, não representa a moradia em si, mas uma possibilidade de terreno para construir com o tempo. Diversas famílias ganharam lotes de 90m², podendo utilizá-los como sua preferência.

Por isso, consideram uma vitória quanto à luta por moradia digna, embora ainda continuem exigindo seus outros direitos como ocupação e comunidade.

A abertura dos financiamentos ocorrerá nos próximos meses, e a prefeitura de Campinas fornecerá mais detalhes sobre a compra das casas.

 

Fonte: G1

Imagens: G1, G1

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