Ciência e Tecnologia

Primeiro buraco negro fotografado da história pode estar tendo energia roubada

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Após uma descoberta fascinante do primeiro buraco negro fotografado da história, cientistas se preocupam com sua energia. Isso porque ela pode estar sendo roubada desse corpo celeste.

A M87 está situada a aproximadamente 53,49 milhões de anos-luz da Terra, sendo uma galáxia elíptica.

Seu buraco negro supermassivo central, conhecido como M87*, foi o pioneiro na categoria a ser capturado em uma imagem.

Essa galáxia é famosa por gerar jatos poderosos, e uma pesquisa recente sugere que esses jatos se alimentam da energia proveniente do próprio buraco negro.

Via PxHere

Buracos negros e como funcionam

Em um buraco negro, nem mesmo a luz consegue escapar; sua interação com outros corpos celestes é regida pela gravidade e magnetismo.

Os jatos emanados por buracos negros se estendem por distâncias astronômicas, abrangendo milhões de anos-luz, e são notáveis pela intensa energia que carregam.

Apesar da reputação de “devoradores de tudo,” os buracos negros possuem mecanismos para perder energia. A radiação Hawking, que envolve a evaporação do buraco negro enquanto novas partículas se formam em sua periferia, é um desses mecanismos.

Outro é o mecanismo de Penrose, proposto pelo físico britânico Sir Roger Penrose, sendo uma teoria de que é possível extrair energia rotacional de um buraco negro, proporcionando uma visão intrigante sobre como esses objetos cósmicos podem interagir com o espaço e o tempo.

A ideia fundamental envolve a existência de uma região no espaço próxima ao fenômeno, chamada de ergosfera.

Na ergosfera, de acordo com a teoria, objetos podem se mover em órbitas denominadas órbitas ergodicas, que são trajetórias peculiarmente influenciadas pela rotação do buraco negro.

Ainda, conforme as análises, durante interações específicas na ergosfera, uma parte da energia rotacional do buraco negro poderia ser “sequestrada”.

Nesse processo, um objeto que entra na ergosfera se divide em duas partes: uma parte que é capturada pelo corpo celeste, aumentando sua massa, e outra parte que escapa, carregando consigo a energia rotacional “roubada” do buraco negro.

Isso implica na possibilidade teórica de retirar energia do buraco negro sem alterar sua massa fundamental.

Além disso, destaca-se a Extração de Energia Eletromagnética como uma fonte potencial de energia para os jatos, revelando um aspecto pouco explorado desses objetos fascinantes.

Rotação do M87* e seu campo magnético

A rotação do M87* e seu campo magnético desencadeiam um fenômeno intrigante.

Devido à força gravitacional do M87*, sua rotação influencia não apenas o tempo e o espaço, mas também as linhas do campo magnético. Assim, elas se arrastam em um movimento que retarda sua progressão.

A mais recente pesquisa, em destaque no The Astrophysical Journal, propõe que a perda de energia rotacional resultante se transfere para o jato em associação.

Via PxHere

Essa conclusão surgiu por meio da análise de observações do Telescópio Event Horizon e simulações avançadas em supercomputadores.

Os cientistas observaram uma distorção no campo magnético do M87* devido à sua rotação, criando condições propícias para o jato extrair considerável energia.

Embora os pesquisadores não afirmem definitivamente que o primeiro buraco negro seja a fonte energética do jato, as observações apontam fortemente nessa direção.

Novas análises utilizando dados do Telescópio Event Horizon estão em andamento, buscando fornecer uma confirmação mais sólida.

Alexandru Lupsasca, coautor do estudo, expressa sua perspectiva cautelosa, indicando que é altamente provável esse corpo celeste esteja alimentando o jato, mas a comprovação ainda está pendente.

Ele afirma que acha a teoria bastante provável, mas ainda não conseguem provar. Por isso, em comunicado, deixou a questão em aberto.

Agora, resta saber como o primeiro buraco negro reagirá nos próximos meses, enquanto especialistas o estudam para entender mais sobre qual teoria está correta.

 

Fonte: Olhar Digital

Imagens: PxHere, PxHere

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