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Quais foram os erros de It: Capítulo 2?

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No último fim de semana, a franquia It: A Coisa superou o marco de um bilhão de dólares arrecadados na bilheteria mundial. Essa é uma boa notícia para aqueles que temiam o fracasso da sequência. Em princípio, It: Capítulo 2 chegou carregando a grande responsabilidade de manter o nível de seu antecessor. A primeira parte do longa do Clube dos Perdedores surpreendeu a todos, ao arrecadar 700 milhões de dólares. Contrariando todas as expectativas, a produção de Andy Muschietti trouxe uma maior notabilidade para o gênero terror no cinema. No entanto, sua continuidade já estreou trazendo algumas preocupações.

Já no seu fim de semana de estreia, o filme ficou aquém do esperado. Embora isso não seja significativamente ruim, já que, de qualquer forma, o longa ocupou o primeiro lugar, não deixa de ser um indicador da disparidade qualitativa entre as duas produções. Além da diferença de 32,4 milhões no capital de lançamento, as críticas também sofreram uma baixa. No Rotten Tomatoes, enquanto o primeiro foi avaliado com 86% de aprovação, o segundo ficou restrito aos 62%.

Levando em consideração que os dois longas foram dirigidos pelo mesmo cineasta e contaram com a benção de Stephen King, qual foi o equívoco no segundo? Porque o Capítulo 1 foi classificado como “diabolicamente assustador” e o Capítulo 2 chegou mostrando que maior não é melhor? Quais foram os erros e acertos da continuidade?

Os erros técnicos de It: Capítulo 2

Como muito bem pontuado pelo Looper, só porque algo é popular, não quer dizer que é propriamente bom. It: Capítulo 2 está longe de ser o pior filme do ano, porém, não é nem de perto uma sequência de sucesso. Obviamente, existiram alguns acertos, como a impecável escalação de elenco e a fidelidade ao material de origem. Tanto a personalidade quanto, as características físicas dos adultos foram totalmente compatíveis com suas versões infantis. Contudo, isso não foi suficiente para alcançar a essência emocional e o horror amplificado do primeiro capítulo.

Pra início de conversa, o principal erro do segundo capítulo é sua extensa e desnecessária duração. Se você pretende desenvolver um filme com mais de duas horas e meia, é melhor ter certeza de que ele não será maçante. O longa de Muschietti é um tanto quanto arrastado e conta com muitas cenas que poderiam ter sido deixadas para uma versão estendida, em DVD e Blu-ray. Essa foi uma reclamação unânime entre os críticos.

Além disso, contrariando o excelente terror psicológico do primeiro filme, fomos surpreendidos por um uso de jump scare tão apelativo quanto o desnecessário excesso de CGI. Ainda que os atores sejam espetaculares, a química entre os membros do elenco deixou muito a desejar, o que acabou afetando toda a luta contra Pennywise. Falando no palhaço dançarino, o final foi extremamente anticlimático. A manifestação do puro mal foi derrotada com apenas algumas ofensas, sério? Se foi Bill Denbrough quem escreveu esse roteiro, parabéns pela metalinguagem pois o final ficou realmente decepcionante.

Perguntas não respondidas

Outro grande incômodo, ocasionado pelo segundo capítulo de It, foi o significativo número de perguntas não respondidas. Afinal, quem foi o primeiro Pennywise? No apartamento da não tão hospitaleira, Senhora Kersh, Bev reconhece o rosto de Pennywise, sem a maquiagem. Mais tarde no filme, vemos esse mesmo homem colocando sua maquiagem de palhaço, enquanto a maléfica Coisa fala através dele. No entanto, embora seja sua forma favorita, Pennywise não é o verdadeiro nome do vilão.

Aliás,  a origem do mesmo foi outro ponto que ficou em aberto. O monstro é bem mais velho que Derry e talvez até mesmo que a própria civilização, fortalecendo a ideia de que o homem na foto cumpre a simples função de disfarce favorito da criatura. Como a entidade entrou em contato com ele? Bom, isso permanece um mistério. Alguns dizem que essa escolha narrativa foi proposital, pois decorrente do sucesso dos filmes, a Warner pode estar planejando o desenvolvimento de um terceiro, focado na história de Pennywise. Contudo, isso não justifica os furos na história.

Muitos têm argumentado que esses detalhes são respondidos no livro e que Muschietti deu seu melhor na adaptação. O esforço do diretor é inquestionável, seu sucesso, nem tanto. Um filme sempre deve ter em vista o público geral, incluindo aqueles que não tiveram contato com o material de origem. Tomemos como exemplo a maioria das produções de super-heróis, onde a maior parcela dos espectadores nunca sequer chegou a abrir uma HQ na vida. Isso não atrapalha a compreensão do mesmo. Infelizmente, não podemos dizer o mesmo de It.

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