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A rainha que governou durante apenas 9 dias e teve um final trágico

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Em 10 de julho de 1553, Jane Grey tornou-se a rainha da Inglaterra. O jovem rei, seu primo Eduardo VI, nascido no mesmo ano que ela e morto aos 15 anos, a havia apontado como sucessora. A indicação era nada mais que uma manobra de John Dudley, duque de Northumberland e regente do falecido adolescente. O plano, basicamente, era evitar que o trono fosse da católica Mary Tudor, mais conhecida como Bloody Mary, ou Maria Sangrenta.

Dudley era sogro de Lady Jane, que se casou aos 12 anos com seu filho Guildford. O reinado de Jane durou apenas nove dias, tempo suficiente para Mary juntar tropas e seguidores para depor contra a rainha adolescente. Esta foi acusada, juntamente com seu marido e sogro, de alta traição. Julgada e condenada, Jane permaneceu presa na Torre de Londres. Supostamente, ela estava aguardando por perdão.

O duque foi executado no mesmo ano. Mesmo assim, Mary estava disposta a perdoar os jovens. Assim seria se não fosse pelo pai de Jane, Henry Grey, que participou de uma revolta contra o catolicismo enquanto a filha estava presa. E foi essa atitude que selou o destino da nobre e de seu marido. Ambos foram decapitados no mesmo dia, 12 de fevereiro de 1554, com apenas 16 anos de idade.

Privilégio da nobreza

A Torre de Londres não era considerada uma prisão. Longe disso, era um castelo, e seus nobres prisioneiros ficavam em quartos comuns e confortáveis. Mas nunca em masmorras. Os que estavam ali até podiam redecorar os aposentos e, além disso, sempre que necessitavam, podiam contar com serviçais. Lady Jane, por exemplo, tinha duas servas à disposição. Seu último gesto, antes de se entregar ao carrasco que lhe decapitou, foi dar seu lenço às duas serviçais.

Pelas leis britânicas daquela época, a punição para alta traição era o enforcamento ou o esquartejamento. Mas quando nobres, particularmente os membros da realeza, estes estavam isentos de tal sentença. A decapitação, que é instantânea, era considerada para muitos como um grande privilégio. O machado usado na execução era feito especialmente para esse propósito. A arma de decapitação era mais pesada que os machados usados em guerras. Tudo para garantir um corte limpo e rápido.

Por outro lado, os prisioneiros, que não eram da realeza, tinham outro tipo de tratamento. Eram mortos ao ar livre, diante de testemunhas, em um lugar chamado Tower Green. No dia da execução, Lady Jane manteve a compostura, declarando sua inocência e perdoando o carrasco. Mas a cena durou até o momento em que colocou a venda sobre seus próprios olhos. Nesse momento, ao tentar achar o bloco de decapitação com as mãos, a jovem então entrou em pânico e caiu em prantos.

John Brydges, o barão de Chandos, era o tenente da Torre de Londres, responsável pelos prisioneiros. Foi ele quem ajudou Lady Jane a pôr o pescoço sobre o bloco de execução. Ela então proferiu suas últimas palavras: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” – as mesmas que Jesus teria dito na cruz, segundo o Evangelho de Lucas. E então veio o machado e o fim de tudo.

No século 19, a Rainha Vitória resolveu homenagear os mortos marcando com um pavimento em granito o local exato, dando origem a um memorial que está lá até hoje.

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