Por A História possui diversos momentos de resgates surpreendentes, e um deles foram quando Muhammad Ali salvou reféns de Saddam Hussein, em 1990.
Com receio das consequências internacionais de sua invasão ao Kuwait, Saddam Hussein fez vários soldados ocidentais reféns.
Após vários ex-políticos suplicarem de forma não oficial pela libertação dos prisioneiros, os EUA designaram uma celebridade, Muhammad Ali, para lidar com a situação.
Via DW
Contexto histórico
Em 1990, Saddam Hussein era o presidente do Iraque, e seu país enfrentava graves problemas econômicos devido à Guerra Irã-Iraque que havia terminado em 1988.
Em meio a essa situação, Saddam Hussein acusou o Kuwait de roubar petróleo iraquiano ao desviar a produção de petróleo de uma área de fronteira compartilhada.
Por fim, em 2 de agosto de 1990, as forças iraquianas invadiram o Kuwait e anexaram o país como uma província iraquiana.
A invasão do Kuwait foi amplamente condenada pela comunidade internacional e a Organização das Nações Unidas (ONU) impôs sanções econômicas ao Iraque.
Saddam Hussein enfrentou uma crescente pressão internacional para retirar suas forças do Kuwait, mas ele se recusou a fazê-lo.
Isso levou a uma coalizão liderada pelos Estados Unidos a lançar uma operação militar conhecida como “Operação Tempestade no Deserto” em janeiro de 1991, que resultou na expulsão das forças iraquianas do Kuwait.
Durante o conflito, Saddam Hussein tomou vários reféns ocidentais, incluindo soldados americanos e britânicos, na tentativa de dissuadir a coalizão liderada pelos Estados Unidos de prosseguir com a operação militar.
Esses reféns foram libertados posteriormente, em grande parte devido aos esforços diplomáticos liderados pelos Estados Unidos.
Muhammad Ali salvou reféns
Via BBC
Ali viajou pessoalmente ao Iraque para solicitar a libertação dos soldados. Anteriormente, ele havia tentado libertar reféns americanos no Líbano em 1985 e xiitas em Israel, mas falhou em ambas as ocasiões.
É importante notar que o governo dos EUA não aprovou a missão pessoal do boxeador, alegando que Saddam usaria sua presença para fazer propaganda, o que acabou sendo verdade.
Além disso, em 1990, Ali já sofria de Parkinson há seis anos e, depois de uma semana em Bagdá, ficou sem medicamentos e quase sem poder se locomover ou falar.
Mesmo assim, em 29 de novembro, Ali e Saddam se encontraram por uma hora. Ali falou através de um intérprete usando linguagem gestual.
Além disso, sua imagem de referência muçulmana, após conversão, foi uma carta valiosa. Por conta disso, Hussein concordou em mandá-lo para casa com 15 reféns.
Quem foi Muhammad Ali?
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Quando Muhammad Ali salvou reféns de Saddam Hussein, ele já era conhecido em todo o mundo.
Ele foi um dos maiores boxeadores de todos os tempos e uma figura influente na história do esporte e da cultura americana.
Ali nasceu em 1942, em Louisville, Kentucky, nos Estados Unidos, com o nome de Cassius Marcellus Clay Jr.
O lutador ganhou fama no mundo do boxe nos anos 60, quando conquistou o título mundial dos pesos pesados em 1964, ao vencer Sonny Liston. Ele defendeu seu título várias vezes e tornou-se um ícone mundial do esporte.
Além de ser um atleta de elite, Ali também foi um ativista pelos direitos civis e se envolveu em várias causas políticas e sociais. Ele se converteu ao islamismo em 1964 e mudou seu nome para Muhammad Ali.
Após sua aposentadoria do boxe, Ali continuou a ser uma figura influente e inspiradora, lutando contra o racismo e outras formas de injustiça social.
Ele faleceu em 2016, mas seu legado como um dos maiores atletas e ativistas do século XX ainda é lembrado e celebrado hoje em dia, especialmente momentos históricos, como sua influência política, que o permitiu salvar soldados reféns em segurança.
Fonte: Hypescience
Imagens: Agência Brasil, DW, BBC
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