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Nossa história é marcada por diversas epidemias e pragas, que atacaram e mataram milhares de pessoas ao longo dos séculos. Algumas epidemias foram tão intensas, que quase chegaram a aniquilar cidades inteiras. Muitas delas até tiveram um enorme impacto nas gerações futuras, causando mudanças radicais na sociedade da época.
Nós estamos vivendo a pandemia do coronavírus, que está deixando todas as pessoas bastante assustadas e surpresas. O COVID-19 surgiu em Wuhan, na China. E por causa de sua intensidade e capacidade de matar as pessoas, o mundo todo está passando por uma situação bastante delicada. O mundo todo está em estado de alerta.
As causas da pandemia do novo coronavírus ainda estão sendo investigadas. Mas de acordo com líderes da Organização das Nações Unidas (ONU), da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do WWF International, existe uma causa para as pandemias. Ela é a destruição da natureza.
Além disso, o comércio ilegal e insustentável da vida selvagem, a devastação de florestas e vários outros habitats e a intensificação da agricultura e pecuária são outros fatores contribuintes para esse número crescente de doenças que estão indo dos animais para as pessoas. E isso faz com que epidemias mundiais se instaurem.
Declaração
A declaração feita pelas organizações vai de encontro com o que foi falado por vários cientistas. Como por exemplo o biólogo americano Thomas Lovejoy. Ele disse que a intrusão do homem na natureza de forma excessiva é a principal culpada pela pandemia que estamos vivendo.
“Vimos muitas doenças surgirem ao longo dos anos, como Zika, AIDS, SARS e Ebola. E todas elas se originaram de populações de animais sob condições de severas pressões ambientais”, afirmaram Elizabeth Maruma Mrema, chefe de diversidade biológica da ONU, Maria Neira, diretora de meio ambiente e saúde da OMS e Marco Lambertini, chefe da WWF International.
Segundo um relatório da WWF, cerca de 60 a 70% das novas doenças que surgiram desde 1990 vieram da vida selvagem. Nessa mesma época, 178 milhões de hectares de floresta foram desmatados. Isso é o mesmo que mais de sete vezes toda a área do Reino Unido.
Mudanças necessárias
De acordo com os especialistas, o momento que vivemos deve servir como lição. Para que possamos mudar a postura e ter uma relação mais amigável com o meio ambiente. E se isso não for feito, novos surtos fatais irão acontecer.
“O Covid-19 não passa de um sinal de SOS para o empreendimento humano. O pensamento econômico atual não reconhece que a riqueza humana depende da saúde da natureza”, disseram Inger Andersen, chefe de meio ambiente da ONU e Partha Dasgupta, importante economista e professor da Universidade de Cambridge.
“O risco de uma nova doença, saltando da vida selvagem para seres humanos, emergir no futuro é maior do que nunca. Com o potencial de causar estragos na saúde, nas economias e na segurança global”, continuou o relatório da WWF.
Solução
Os especialistas dizem que nós temos a solução. O que é preciso fazer é apostar em uma recuperação verde e saudável da pandemia de coronavírus que vivemos. “Acordos comerciais pós-Brexit que não protegerem a natureza deixariam a Grã-Bretanha cúmplice em aumentar o risco da próxima pandemia”, afirmou o chefe da WWF no Reino Unido.
Infelizmente o que tem sido visto é o contrário disso. Os relatórios mostrando o aumento da caça furtiva, extração ilegal de madeira, incêndios florestais vão desde o Grande Mekong, passando por Madagascar, até a Amazônia. E junto com isso, vários países autorizam retrocessos ambientais e cortes no financiamento de preservação.
De acordo com Mrema, Neira e Lambertini, “devemos abraçar uma recuperação justa e verde. E dar início a uma transformação mais ampla em direção a um modelo que valoriza a natureza como base de uma sociedade saudável”.
E para que as chances de todos sejam melhoradas, os especialistas pedem que os governos criem e fiscalizem as leis para acabar com a destruição da natureza. E as pessoas podem fazer com que suas dietas fiquem mais sustentáveis.
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