Ciência e Tecnologia

Sementes de uvas citadas na Bíblia são achadas em deserto após 1,1 mil anos

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Durante escavações no deserto do Neguev, em Israel, arqueólogos descobriram sementes de uva com cerca de 1,1 mil anos de idade.

O DNA extraído de uma das amostras revelou uma variedade de uva que teria sido mencionada na Bíblia durante a benção de Jacó a seu filho Judá.

A pesquisa, conduzida pelo laboratório paleogenético do Museu Steinhardt de História Natural da Universidade de Tel Aviv e pela Universidade de Haifa, divulgou os resultados em um comunicado em 4 de maio.

Essas sementes de uva estavam no chão de uma sala no sítio arqueológico de Avdat, que abrigava uma cidade nabateia em ruínas no deserto.

Para analisar as amostras, os cientistas utilizaram uma técnica de espectroscopia infravermelha para identificar matéria orgânica.

Em seguida, o DNA foi extraído das sementes, com foco em cerca de 10 mil locais genômicos, onde encontram normalmente as características específicas de diferentes variedades de uva.

Assim, compararam os resultados com bancos de dados de videiras modernas de todo o mundo.

Via Globo

Amostras

Das 11 amostras analisadas, a qualidade do material genético era insuficiente para tirar quaisquer conclusões.

No entanto, em outras três amostras, identificaram variedades de sementes de uva locais. Interessantemente, duas dessas amostras, datadas de aproximadamente 900 a.C., correspondiam a variedades locais que ainda existem nos dias de hoje.

Uma das variedades era surpreendentemente semelhante à Syriki, uma uva utilizada atualmente para produzir vinho tinto de alta qualidade na Grécia e no Líbano.

Existe a possibilidade de que o nome dessa variedade, que indica sua origem geográfica, deriva-se de Nahal Sorek, um importante riacho nas colinas da Judeia.

Sementes de uva na Bíblia

Acredita-se que a fruta seja a mesma menção da Bíblia, em Gênesis 49:11, durante a benção de Jacó a seu filho: “Ele amarrará seu jumento a uma videira, seu jumentinho ao ramo mais escolhido; ele lavará suas vestes no vinho, suas vestes no sangue das uvas”.

Outra passagem significativa encontra-se em Números 13:23, descrevendo um enorme cacho de uvas trazido pelos exploradores enviados por Moisés: “Quando chegaram ao Vale de Eshkol, eles cortaram um galho com um único cacho de uvas. Dois deles o carregavam numa vara entre si”.

Essas passagens são reforços para o estudo das sementes de uva encontradas em locais relacionados com a Bíblia.

Uma outra semente local encontrada não possui referência bíblica, mas cresce misteriosamente nas areias de Palmachim, na costa de Israel, em remanescentes de vinhedos provavelmente abandonados por volta do século XX.

Trata-se da uva branca Be’er, atualmente utilizada pela vinícola Barkan para a produção de um vinho branco especial.

De acordo com o professor Guy Bar-Oz, líder das investigações da Universidade de Haifa, escavações recentes no Neguev revelaram uma indústria vinícola bem-sucedida no passado.

No entanto, essa indústria entrou em declínio gradualmente após a conquista muçulmana no século VII, devido à proibição islâmica do consumo de vinho.

O especialista Bar-Oz fala que o cultivo dessas frutas para vinho no Neguev voltou somente nos tempos modernos. Contudo, recebeu maior incentivo pelo Estado de Israel, principalmente a partir da década de 1980.

No entanto, essa indústria depende principalmente de variedades de uva importadas da Europa.

Via Globo

Bíblia

Embora sejam coincidências interessantes, as sementes de uva com 1,1 mil anos não se relacionam totalmente com o que foi encontrado. Não é possível provar, cientificamente, que são espécies semelhantes ao passado.

Isso significa que possam ser frutas com relação próxima, mas, pelo tempo, seria difícil comprovar serem a mesma família, por exemplo.

Entretanto, para especialistas, a descoberta é curiosa. Enquanto isso, pessoas de fé enxergam essa passagem como um sinal de que os acontecimentos estão relacionados, de alguma forma.

 

Fonte: Globo

Imagens: Globo, Globo

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