Curiosidades

Seres humanos estão caminhando para acabar com 50 bilhões de anos de história evolutiva

0

Na história do nosso planeta, já aconteceram grandes mudanças. Entre elas, algumas aconteceram de maneira gradual e positiva. Enquanto outras resultaram em acontecimentos a níveis catastróficos, como os eventos de extinção em massa, por exemplo.

No decorrer dos últimos 542 milhões de anos, a Terra passou por cinco extinções em massa. Em cada uma delas, o ciclo normal do carbono na atmosfera e nos oceanos foi alterado. E todas essas alterações no carbono são fatais em um nível global. Elas se desenvolveram ao longo de milhares de anos e coincidiram com o extermínio generalizado de espécies em todo o mundo.

E estamos caminhando para uma sexta extinção em massa causada por nós. E nela, algumas das espécies mais estranhas e maravilhosas, provavelmente serão perdidas. Da tartaruga Mary River, com seu “cabelo” punk, até o Aie-aie de olho grande com seus polegares estranhos, vários animais serão dizimados.

“Estes são alguns dos animais mais incríveis e esquecidos do planeta Terra. Desde lagartos sem pernas e pequenas cobras cegas, a anfíbios cor-de-rosa chamados caecilianos, sabemos muito pouco sobre essas criaturas fascinantes, muitas das quais podem deslizar silenciosamente em direção à extinção”, disse o filogenético Rikki Gumbs, do Imperial College London e da The Zoological Society of London.

Extinção

E a destruição não está acontecendo somente nessas espécies. Ramos inteiros da árvore evolutiva estão sendo cortados. Os cientistas estão se esforçando para entender o que exatamente estamos colocando em risco e qual a maneira de priorizar recursos.

Junto com uma equipe de pesquisadores internacionais, Gumbs usou dados de risco de extinção para mais de 25 mil espécies. E também um modelo que mostra a relação entre espécies vivas e extintas para conseguir estimar quantas estamos extinguindo dessa história evolutiva.

Espécies que são intimamente relacionadas, como por exemplo, pangolins e antas, representam vários anos na história evolutiva em um ramo da vida. E esse ramo pode ser perdido para sempre, muito em breve. Além de existirem espécies únicas e evolutivamente distintas. Como por exemplo, os Aie-aie, que são o único resultado de um ramo evolutivo bem longo.

Quando todas as perdas são juntadas e somadas elas mostram que mais de 50 bilhões de anos do patrimônio  evolucionário está em risco. E ainda é provável que isso seja uma subestimação, já que não existem dados suficientes sobre várias espécies.

“Nossas análises revelam a escala incompreensível das perdas que enfrentamos se não trabalharmos mais para salvar a biodiversidade global”, disse Gumbs.

Números grandes

“Para colocar alguns dos números em perspectiva, apenas os répteis perdem pelo menos 13 bilhões de anos de história evolutiva única. Aproximadamente o mesmo número de anos que se passaram desde o início de todo o Universo”, ressaltou.

As espécies que são evolutivamente distintas tem características únicas que não são vistas em outros lugares do reino animal. E a perda dessas espécies que tem funções ambientais únicas pode ter um desdobramento muito maior na vida em todos os ambientes.

Como por exemplo, as antas tem um papel importante na germinação e dispersão de sementes. Então se as perdermos isso também pode afetar as plantas que tem as florestas como seu habitat. E com isso afetando os animais que dependem dessas plantas e assim por diante fazendo um efeito dominó.

“Nossas análises revelam que as concentrações de diversidade reptiliana altamente insubstituível coincidem com a pressão humana elevada”, escreveu a equipe no artigo.

Isso porque o répteis estão passando por uma perda de diversidade filogenética maior que os anfíbios, aves e mamíferos. Até porque eles habitam as áreas mais negligenciadas quando se pensa em priorizar recursos para a conservação. Além de mais da metade dos répteis identificados não terem risco de extinção.

Os lugares que tem uma maior biodiversidade, como o Caribe por exemplo, são os que mais enfrentam riscos de impactos humanos. Mas essas também são as áreas que mais se beneficiaram com a regeneração de habitats. O que pode trazer vários benefícios.

“Sabemos de todos os dados que temos para espécies ameaçadas. E que as maiores ameaças são a expansão da agricultura e a demanda global por carne. Não é tarde demais. Podemos identificar essas áreas e, ainda assim, onde essas espécies se apegam, podemos influenciar as ações de conservação para protegê-las e restaurá-las”, concluiu Gumbs.

Estudante resolveu em uma semana um problema de 50 anos

Artigo anterior

Pesquisadores da USP criam chocolate que diminui o risco de câncer de cólon

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido