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Submarino bateu recorde chegando ao fundo da Fossa das Marianas

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É isso mesmo que você leu: submarino bateu recorde chegando ao fundo da Fossa das Marianas. O explorador e empresário Victor Vescovo fez o inimaginável e agora temos ampla noção do que existe nas profundezas do oceano. Ele submergiu em aproximadamente 10.927 metros do Oceano Pacífico, quebrando o recorde ao chegar na área mais profunda desde então. Estruturas rochosas coloridas, bichos estranhos e plástico foram vislumbrados por Vescovo. Até agora, apenas duas pessoas conseguiram chegar ao ponto mais profundo do planeta, localizado no extremo sul da Fossa das Marianas. Em 1960, o oceanógrafo Don Walsh foi o primeiro a chegar à trincheira com sucesso, atingindo cerca de 10.916 metros. Este homem fez a viagem acompanhado do engenheiro suíço Jacques Piccard.

O segundo a conquistar tal feito foi o roteirista e diretor de filmes como Avatar e Titanic, James Cameron. Em 2010, Cameron fez o primeiro “mergulho solo” e atingiu mais ou menos 10.908 metros de profundidade.

Detalhes da jornada

Na recente viagem que quebrou todos os recordes, Walsh acompanhara uma equipe via embarcação quando Vescovo desceu sozinho em um submarino chamado “DSV Limiting Factor“. Vescovo demorou cerca de 3,5 a 4 horas para atingir seu objetivo. Chegando lá, a primeira coisa que o explorador visualizou foi uma bacia plana e bege coberta por uma espessa camada de lodo. De dentro do submersível projetado para resistir em pressões extremas, ele passou horas observando e documentando o mundo quieto e sombrio lá debaixo.

De acordo com relatos coletados pelo Live Science, estava frio, silencioso e tudo aconteceu de maneira tranquila. “Eu estava cercado por uma enorme pressão, mas estava seguramente encapsulado em minha bolha tecnológica”, afirmou Vescovo. A pressão nessa profundidade é de cerca de 16.000 libras por polegada quadrada. Ou seja, mais de mil vezes acima do que a pressão no nível do mar. Após o mergulho recorde, outros membros da equipe realizaram outros quatro subsequentes.

O que habita as profundezas da Fossa das Marianas?

Durante os cinco mergulhos, eles descobriram afloramentos rochosos que poderiam ser depósitos químicos ou tapetes bacterianos. Estes, por sua vez, são produzidos por micróbios quimiossintéticos. Isso significa que eles podem converter moléculas contendo carbono em matéria orgânica. O grupo de exploradores também observou uma variedade de criaturas. “Havia alguns pequenos animais translúcidos movendo lentamente”, disse Vescovo.

O que vislumbraram: enguias em 3.000 metros abaixo da superfície e um pequeno verme (Echuria) aos 7.000 m de profundidade. Além disso, em 8.000 m, também foi possível observar espécies de peixe-caracol e enormes anfípodes (espécies de Alicella). Pepinos-do-mar, anfípodes denominados de hirondellea gigas, sacolas plásticas e embalagens de doces foram encontrados na região mais profunda.

Por um momento, Vescovo decidiu parar

“Honestamente, no final, eu simplesmente desliguei os propulsores, recostei-me na cabine de pilotagem e desfrutei de um sanduíche de atum enquanto eu vagava muito lentamente na parte inferior do lugar mais profundo da Terra. Apreciei a vista e o que fizemos para chegar até ali”, disse Vescovo. “Foi um momento muito feliz e tranquilo para mim”. Dá para acreditar que um submarino bateu recorde chegando ao fundo da Fossa das Marianas?

Nos meses que antecederam este mergulho, o explorador alcançou os pontos mais profundos do oceano Atlântico, Sul e Índico, como parte da Expedição Five Deeps, que visa alcançar o fundo de todos os oceanos do planeta.

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