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A temperatura da Terra já foi tão alta como é hoje?

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Há cerca de 56 milhões de anos, as coisas no Polo Norte eram bem diferentes da imagem que vem a nossa mente ao pensarmos em tal região. As temperaturas eram amenas e sua paisagem verdejante. E acredite você ou não, era extremamente necessário se preocupar com crocodilos que habitavam a região.

A Terra, naquela época, estava enfrentando um período de aquecimento global, chamado Máximo Térmico do Paleoceno-Eoceno (MTPE)Nosso planeta estava tão quente que até mesmo em seus polos a temperatura era similar a de regiões tropicais. Mas, estaria a Terra tão quente quanto hoje, com temperaturas quebrando recordes um ano após o outro?

O que se sabe é que o planeta azul passou mais de uma vez por períodos de extremo aquecimento. Os polos congelavam para se descongelarem e se congelaram em seguida. No período em que nos encontramos agora, a Terra está se aquecendo novamente. Entretanto, as mudanças climáticas atuais são bem diferentes de antes. E, claramente, não fazem parte de algum ciclo natural, segundo disse o paleontólogo Stuart Sutherland, da Universidade da Colúmbia Britânica, ao portal Live Science.

É natural que o clima na Terra oscile. Ao longo de milhares de anos, as rotações do planeta em volta do Sol mudam lentamente. O que causa variações em tudo, desde as estações do ano à luz solar. Assim, parcialmente, como resultado de tais oscilações, a Terra enfrenta períodos glaciais e períodos interglaciais mais quentes.

Entretanto, para criar algo massivo como o Máximo Térmico do Paleoceno-Eoceno, se faz necessário muito mais do que uma mudança no eixo da Terra ou em seu caminho ao redor do Sol. Eventos de aquecimento extremo costumam envolver um mesmo culpado, o qual estamos bastante familiarizados nos dias atuais: quantidades massivas de dióxido de carbono, ou como é mais conhecido CO2.

Esse gás de efeito poderia ser o responsável pelo MTPE. Porém, as pessoas se questionam, como poderiam as concentrações de CO2 serem tão altas sem a presença de humanos? Bom, de acordo com o geólogo da Universidade de Genebra, Sébastien Castelltort, ninguém sabe ao certo.

Para ele, o melhor palpite é que vulcões teriam expelido grandes quantidade do gás na atmosfera, aprisionando o calor, provavelmente derretendo bolsões de metano congelados, um tipo de gás de efeito estufa ainda mais poderoso que o CO2, há muito tempo sequestrado sob o oceano.

Além do mais, não é porque eventos de aquecimento extremos, ocasionados por gases de efeito estufa, já aconteceram antes que eles sejam inofensivos. Um exemplo é o evento de extinção do Permiano-Triássico, que destruiu tudo na Terra. Ele ocorreu alguns milhões de anos antes dos dinossauros surgirem no planeta.

As mudanças

Ocorrendo há 252 milhões de anos, este evento foi tão extremo que foi chamado por Sutherland de “garoto-propaganda do efeito estufa”. Causado pela atividade de vulcões numa região conhecida como Províncias Magmáticas Siberianas, o evento provocou o caos climático e espalhou a morte por todo o planeta.

“Imagine seca extrema, plantas morrendo, o Saara se espalhando por todo o continente”, disse Sutherland. As temperaturas subiram 10ºC e cerca de 95% de toda a vida marinha e 70% da vida terrestre foi extinta. “Era muito quente e desagradável para as criaturas viverem”, afirmou o pesquisador.

Não sabemos ao certo o quão altas eram as concentrações de gases de efeito estufa durante o evento de extinção do Permiano-Triássico, mas elas certamente eram muito mais altas do que são hoje. No entanto, é a taxa de mudança nas concentração de CO2 que torna a situação preocupante.

De acordo com alguns estudos, levou cerca de 150 mil anos para que as temperaturas subissem tanto e originassem o evento de extinção do Permiano-Triássico. Já no caso do MTPE, acredita-se que as temperaturas foram subindo ao longo de 10 a 20 mil anos. O aquecimento de hoje levou apenas 150 anos. Essa é a grande diferença entre as mudanças climáticas de hoje com as do passado. E é o que torna suas consequências tão difíceis de prever, segundo Castelltort.

Ainda de acordo com ele, a questão não é apenas o fato de que o planeta está se aquecendo, mas que não sabemos o quão rápido isso se dará, e nem quanto tempo será preciso para a vida se ajustar. “Nós simplesmente não sabemos o quão dramático isso poderá ser”, acrescentou.

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