Ciência e Tecnologia

Terremotos nos EUA podem desencadear a grande falha de San Andreas?

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Nos últimos dias 4 e 5 de julho, tremores sacudiram um árido trecho do Deserto de Mojave, o mais seco da América do Norte. Chamados de tremores gêmeos, esses foram os maiores tremores a atingir o sul da Califórnia, nos Estados Unidos. As ondas sísmicas produzidas por eles puderam ser sentidas de Los Angeles a San Jose. Felizmente, nenhuma morte foi relatada.

A região onde os dois abalos sísmicos atingiram é uma região muito pouco povoada do estado norte americano. Além do mais, as falhas que se romperam não integram os sistemas de falhas de San Andreas, que se estende ao longo de 1.287 quilômetros de norte ao sul, ao longo do litoral. Neste local, as placas tectônicas da América do Norte e do Pacífico se encontram.

Mas depois dos terremotos recentes, algumas pessoas começaram a questionar se, de alguma forma, esses terremotos poderiam impactar a Falha de San Andreas, desencadeando o tão temido terremoto “Big One”, que aconteceria em uma das cidades mais populosas da Califórnia.

Segundo o disseram geofísicos, isso é teoricamente possível. No entanto, não há nenhum elo conhecido entre os dois sistemas de falhas. Além do mais, há muito a aprender sobre o complicado sistema de falhas que se rompeu. Portanto, é muito complicado afirmar se a Falha de San Andreas foi impactada por algum estresse adicional com os terremotos mais recentes.

Segundo Glenn Biasi, geofísico da U.S. Geological Survey em Pasadena, na Califórnia, em entrevista ao portal Live Science, o terremoto de 5 de julho, de magnitude 7,1 na escala Richter, rompeu uma parte de uma região conhecida como Falha de Little Lake. No dia anterior, o terremoto de 6,4 de magnitude rompeu uma região que não estava mapeada na zona de falha. Olhando em um mapa das regiões de falhas, é possível perceber facilmente que a zona de Little Lake e a zona da falha de San Andreas não estão próximas.

“Não sabemos de uma relação definida desses terremotos com o San Andreas”, disse Biasi. Ao dizer isso, o geofísico deixa claro que geólogos ainda estão estudando a região de Little Lake Fault. Nesta região, muitas falhas individuais estão ativas e “por estarem enterradas, provavelmente não as conhecemos. Essa área não se encaixa na imagem do livro dos lados de uma placa passando uma pela outra”, disse Biasi.

Por saber pouco sobre essas falhas e devido a toda sua complexidade, é difícil para os cientistas preverem como elas vão interagir com o San Andreas. É sim possível que os terremotos recentes tenham adicionado estresse extra à falha de San Andreas. Porém, “não temos uma boa maneira de avaliar tal probabilidade”, disse Michele Cooke, geocientista da Universidade de Massachusetts.

“O San Andreas não desliza há muito tempo. Se a falha for carregada até o ponto em que ela está prestes a deslizar, então é possível que o recente terremoto possa adicionar tensão de cisalhamento suficiente ao San Andreas para causar seu deslizamento. Alternativamente, o deslizamento desses terremotos recentes poderia soltar a falha de San Andreas, tornando mais fácil a derrapagem”, disse Cooke.

Probabilidades

Por outro lado, graças a esses terremotos recentes, os cientistas puderam perceber que existe um grande abalo subterrâneo acontecendo. De acordo com Biasi, parte do movimento na Falha de San Andreas está migrando para o leste. Cruzando o Deserto de Mojave e indo em direção ao lado leste da Cordilheira de Sierra Nevada.

Segundo o que explicou Cooke, três grandes rupturas parecem estar alinhadas e integram o que é conhecido como Zona de Cisalhamento do Leste da Califórnia (ZCLC). Entretanto, a parte sul da Falha de San Andreas não teve nenhuma grande ruptura nos últimos 150 anos.

“Alguns sugerem que estamos vendo uma migração do limite da placa ativa para longe da falha de San Andreas”, disse Cooke. “Ainda não estou convencida disso, mas acho que esse recente (geologicamente falando) aglomerado de terremotos na ZCLC é muito interessante”.

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