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Tratamento contra o câncer dá aos pacientes visão noturna

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Talvez o câncer seja uma das doenças mais temidas pelas pessoas do mundo todo. O câncer é como é chamado um conjunto de centenas de doenças que acometem pessoas em todo o mundo. Essas doenças são causadas por um crescimento de células anormal e fora do controle, que tomam conta de tecidos e órgãos. Quando não tratado, esse crescimento celular exagerado pode ser fatal.

Atualmente existem alguns tratamentos para essa doença, sendo os principais quimo e radioterapia. Elas podem não ser 100% eficazes, mas fazem o melhor para acabar com as células cancerígenas. E os cientistas não param de tentar descobrir novas formas que sejam mais eficazes no combate à essa doença.

Uma dessas formas de tratamento é chamado de terapia fotodinâmica. Nele, a luz é usada para destruir as células malignas. O interessante é que esse tratamento tem um efeito colateral um pouco fora do comum, ele dá às pessoas que o fazem uma visão noturna. E os cientistas conseguiram descobrir o porquê disso acontecer.

Pacientes

Vários dos pacientes que se submetem a esse tratamento relatam que podem enxergar melhor no escuro. E isso fez com que a equipe de pesquisadores da Universidade de Lorraine, na França, Universidade de Valença, na Espanha, e Universidade de Nankai, na China, pesquisassem para compreender o motivo.

A descoberta foi que o que causa essa visão noturna é a rodopsina. Ela é uma proteína sensível à luz que é encontrada nas retinas humanas. E ela interage com um composto fotossensível que é usado no tratamento, a clorina E6.

Então a clorina E6 absorve radiação infravermelha e interage com o oxigênio no tecido ocular. Com isso ele é transformado em oxigênio singleto altamente reativo. O oxigênio singleto destrói as células cancerosas e também pode reagir com a rodopsina na retina e melhorar a visão humana no escuro.

Visão noturna

A luz visível acaba “incentivando” a retina a se separar da rodopsina. E isso é convertido em um sinal elétrico que o cérebro humano usa para interpretar o que a pessoa está vendo. Geralmente, ela não reage sob a luz infravermelha. Mas com a injeção de clorina, a retina age da mesma forma que ela reage na luz visível.

“Isso explica o aumento da acuidade visual noturna. No entanto, não sabíamos exatamente como a rodopsina e seu grupo ativo da retina interagiam com a clorina. É esse mecanismo que agora conseguimos elucidar por meio de simulação molecular”, disse o químico Antonio Monari, da Universidade de Lorraine.

Para chegar a esses resultados, a equipe fez cálculos químicos e usou uma simulação molecular para modelar os movimentos dos átomos individuais e as quebras e criações de ligações químicas.

Simulação

Essa simulação levou meses até ser concluída. Por mais que os cientistas demoraram para identificar essa reação química causada pela radiação infravermelha, na vida real ela acontece em questão de nano segundos.

“Para nossa simulação, colocamos uma proteína virtual de rodopsina inserida em sua membrana lipídica em contato com várias moléculas de clorina E6 e água, ou várias dezenas de milhares de átomos”, disse Monari.

Essas simulações moleculares ao lado dos computadores mais poderosos do mundo, nos dão uma compreensão mais profunda da ciência.

“A simulação molecular já está sendo usada para esclarecer mecanismos fundamentais. Por exemplo, por que certas lesões de DNA são melhor reparadas do que outras. E permitir a seleção de possíveis moléculas terapêuticas, imitando sua interação com um alvo escolhido”, concluiu Monari.

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