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Tubarões brancos podem ter sido uma das causas da extinção do Megalodon

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Em dezembro de 2007, o paleontólogo Robert Boessenecker, um veterano da Universidade Estadual de Montana na época, vasculhava as praias frias perto de Santa Cruz, na Califórnia, em busca de fósseis, e encontrou um dente azul-esverdeado do tamanho da sua mão em um penhasco. O achado raro pertenceu ao antigo Otodus megalondon, o maior tubarão que já existiu nos oceanos da Terra.

O megalodon foi inquestionavelmente extinto do planeta, mesmo que os filmes alimentem a ideia de que esses animais de quase 20 metros de comprimento ainda se escondam nas profundezas dos mares. No entanto, a descoberta do fóssil pertencente ao animal gigantesco, acendeu o interesse pelo estudo para descobrir exatamente quando foi a extinção desses animais.

E agora, mais de uma década depois, ele chegou a uma resposta: o megalodon foi extinto da Terra há cerca de 3,6 milhões de anos, cerca de uma milhão de anos antes das suposições anteriores. As suas conclusões foram publicadas na revista PeerJ, e a nova data coincide com a ascensão do grande tubarão branco, sugerindo que esse fato possa ter colaborado com a morte do gigante.

O estudo

Boessenecker, que agora é professor no College of Charleston, reuniu uma equipe de pesquisadores para procurar mais evidências do megalodon na Califórnia, e após algumas descobertas, eles expandiram sua busca para outras regiões.

Mas eles não eram os únicos interessados no assunto. Em 2014, Catalina Pimiento, da Universidade da Flórida juntamente com Christopher Clements, da Universidade de Zurique, publicaram seu estudo a respeito da extinção do megalondon a partir de registros disponíveis. Eles concluíram que as criaturas teriam vivido nos oceanos até cerca de 2,6 milhões de anos atrás.

Em sua última pesquisa, Boessenecker e sua equipe concentraram as investigações a partir dos dados do estudo de 2014 em um catálogo.

Por fim, os resultados das análises deixaram claro que é provável que o megalodon tenha desaparecido há 3,6 milhões de anos. Considerando a margem de erro, isso significa que a data possa ter sido de 3,2 milhões de anos ou no máximo 4,1 milhões de anos atrás.

“Isso é muito mais crível e robusto com os dados”, analisa Tom Deméré, curador de Paleontologia do Museu de História Natural de San Diego, que já trabalhou com Boessenecker e que foi revisor do estudo de 2014 de Pimiento e Clements.

A extinção

Chegar a uma conclusão precisa sobre a causa da morte do megalodon é imprescindível para entender o que levou ao seu desaparecimento. Algumas teorias passadas sugerem que a extinção marítima mais ampla, que aconteceu há cerca de 2,6 milhões de anos atrás quando as cortinas se fecharam na época do Pliocenom, esteja relacionada.

Alguns astrônomos apontam que o fato estava ligado a uma supernova que envolvia o planeta com radiação. Entretanto, Pimento e Boessenecker reforçam que o evento de extinção poderia ter ocorrido de forma lenta e gradual, considerando vários fatores adversos.

“Para algumas espécies, pode ter sido principalmente clima”, explica Pimento. “Para outros, a extinção daqueles que foram extintos primeiro. Para outros, a evolução de novas espécies após algumas serem extintas via competição. Para outros, tudo isso combinado”.

Com base no novo estudo, Boessenecker acrescentou uma possibilidade, que está ligada a coincidência do período de extinção do megalodon com a ascensão do seu parente menor, ainda feroz, o grande tubarão branco Carcharodon carcharias.

“É difícil dizer exatamente o que aconteceu nos mares antigos, e mais estudos são necessários para realmente fechar o caso”, finaliza Boessenecker.

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