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Tubarões estão funcionalmente extintos em 19% dos recifes dos oceanos do planeta

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A cada ano que passa, mais animais entram em extinção. Infelizmente, diversas espécies já deixaram de existir no nosso planeta. Com isso, estudiosos e ambientalistas alertam as pessoas diariamente sobre esses riscos, pois é impossível negar que o ser humano seja o principal responsável por essa situação.

Segundo uma pesquisa maciça feita em recifes de coral no mundo todo, foi visto uma diminuição chocante nas populações de tubarões de recife. Em um período de três anos, quase nenhum tubarão foi registrado em 19% dos recifes que estavam sendo observados. Isso quer dizer que esses predadores estão funcionalmente extintos em até oito países.

O motivo disso, provavelmente, é a sobrepesca nas populações costeiras e a má governança que não faz nada a respeito. Pelo menos existem algumas notícias boas. Pelas descobertas da equipe, se políticas de conservação forem estabelecidas, elas podem ajudar a restaurar e gerenciar essas populações de tubarões de recife.

A maior parte do que é sabido sobre as populações de tubarões, nas últimas décadas, foi conseguido de uma fonte de dados imperfeita que são os registros de captura de pesca industrial. Esse registro não inclui os tubarões em áreas que não são pescadas. Como por exemplo, águas costeiras rasas, onde estão os ecossistemas de recifes.

Pesquisa

Para preencher essa lacuna, a pesquisa do Global FinPrint foi criada. Instituições na Austrália, Canadá e EUA trabalham juntas para colocar 15.165 estações de vídeo subaquáticas, em 371 recifes em 58 países.

Nesses três anos, os pesquisadores tiveram ao todo mais de 18 mil horas de vídeo. Elas foram observadas cuidadosamente para quantificar a atividade dos tubarões de recife. Os pesquisadores assumiram que os tubarões estariam presentes em todos os recifes. Mas, surpreendentemente, quase nenhum tubarão foi observado em 69 dos recifes em seis países. Foram eles: República Dominicana, Antilhas Francesas, Quênia, Vietnã, Antilhas Holandesas Barlaventas e Qatar.

“Nesses países, apenas três tubarões foram observados durante mais de 800 horas de pesquisa. Isso não significa que nunca haja tubarões nesses recifes. Mas o que isso significa é que eles estão ‘funcionalmente extintos‘. Eles não estão desempenhando seu papel normal no ecossistema”, disse o biólogo marinho, Colin Simpfendorfer, da Universidade James Cook, na Austrália.

Tubarões

Os tubarões têm um papel bastante importante nos oceanos do mundo. Eles ajudam as populações de suas presas a se manterem saudáveis, já que acabam comendo os indivíduos mais fracos. Além também de manter a biodiversidade, mantendo as populações de outras espécies também sob controle.

E os tubarões crescem lentamente e tem, relativamente, poucos filhotes. E essa espécies de crescimento e reprodução lenta são bastante vulneráveis à sobrepesa humana. E leva muito tempo para essas populações se recuperarem.

Fazendo uma comparação dos dados com a atividade humana, a equipe descobriu que os tubarões não estavam intimamente relacionados com vários problemas.

“Embora nosso estudo mostre impactos humanos negativos substanciais nas populações de tubarões, é claro que o problema central existe na interseção entre altas densidades populacionais humanas, práticas destrutivas de pesca e má governança”, explicou o ecologista e co-líder da Global FinPrint, Demian Chapman.

Mas isso mostra que o inverso também é verdadeiro. “Descobrimos que populações robustas de tubarões podem existir ao lado das pessoas quando elas tiverem vontade, meios e um plano para tomar ações de conservação”, continuou.

Número

Os países que têm uma atividade de tubarões de recife maior do que a média são a Austrália, Bahamas, Estados Federados da Micronésia, Ilhas Salomão, Polinésia Francesa, Maldivas e Estados Unidos. Os pesquisadores observaram que esses países, normalmente, são bem governados e tem um gerenciamento forte na pesca e também tem santuários para os tubarões.

“Essas nações estão vendo mais tubarões em suas águas porque demonstraram boa governança sobre esse assunto. Desde restringir certos tipos de artes e estabelecer limites de capturas até proibições em escala nacional de capturas e comércio, agora temos uma imagem clara do que pode ser feito para limitar as capturas de tubarões de recife nos trópicos”, disse o biólogo marinho, Aaron MacNeil, da Dalhousie University, principal autor do artigo.

Essa não é uma abordagem universal já que regiões diferentes têm motivos para a pesca de tubarões diferentes. Mas a pesquisa dá um lugar para começar a achar algumas soluções. Até porque agora se tem uma noção melhor de onde os tubarões estão e onde não estão. Então, pode-se começar a estudar as diferenças entre esses recifes para descobrir onde os tubarões se encaixam melhor.

“Agora que a pesquisa está concluída, também estamos investigando como a perda de tubarões pode desestabilizar os ecossistemas dos recifes. Numa época em que os corais estão lutando para sobreviver em um clima em mudança, a perda de tubarões de recife pode ter consequências terríveis a longo prazo para sistemas inteiros de recife”, concluiu o biólogo marinho e co-líder da Global FinPrint, Mike Heithaus, da Universidade Internacional da Flórida.

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