Curiosidades

Um cadáver radioativo foi cremado sem que ninguém soubesse

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Um homem, de 69 anos de idade, com câncer de pâncreas, foi hospitalizado às pressas em 2017. Isso se deu devido a um quadro de pressão arterial anormalmente baixa. Apenas dois dias depois de sua entrada no hospital, no estado do Arizona (EUA), ele morreu. Seus restos mortais foram cremados posteriormente. No entanto, o que os funcionários da unidade de saúde e do crematório não sabiam é que ele já havia estado em outro hospital.

Para ser mais exato, no dia anterior ao de sua internação. No outro hospital, o homem injetou um composto radioativo, chamado lutécio, para tratar seu tumor. Quando seus restos mortais foram incinerados, a substância radioativa, e potencialmente perigosa, ainda estava em seu corpo. Tudo isso foi relatado em um artigo, publicado em fevereiro de 2019.

O caso ilustra perfeitamente os riscos em potencial que representam os, em média, 18,6 milhões de procedimentos de medicina nuclear envolvendo radiofármacos realizados nos Estados Unidos, todos os anos. As regras são muito claras sobre a administração dessas drogas em pacientes vivos. Entretanto, não se pode dizer o mesmo em relação a pacientes mortos. Isso graças às distintas leis e padrões existentes em cada estado do país norte americano.

“Os radiofármacos apresentam um desafio de segurança único e que é muitas vezes negligenciado após a morte”, explicaram os pesquisadores da Mayo Clinic, em uma nota sobre o caso. “A cremação de um paciente exposto volatiliza o radiofármaco, que pode então ser inalado pelos trabalhadores (ou liberado na comunidade adjacente) e resultar em maior exposição do que em um paciente vivo”.

Os médicos, responsáveis pelo tratamento do homem, e o departamento de segurança contra radiação do primeiro hospital, ao saberem de sua morte, entraram em contato imediatamente com o crematório. Quase um mês depois da queima do cadáver, um contador Geiger foi utilizado. Isso para mensurar os níveis de radiação de todo o equipamento do crematório. Incluindo a câmara de cremação, o forno, o filtro a vácuo e o triturador de ossos.

Níveis baixos, mas ainda assim preocupantes, de radiação foram encontrados. E como já se sabia, um detector de radiação pessoal espectroscópicos acusou a substância radioativa: o lutécio. “Isso não foi como a segunda vinda de Chernobyl ou Fukushima, mas foi mais alto do que você poderia prever”, disse Kevin Nelson, oficial de segurança contra radiação, ao The Verge.

Não se pode provar de maneira definitiva que a dosagem radioativa do radiofármaco detectado no crematório está diretamente ligado ao paciente. Entretanto, essa é a explicação mais provável de como esses níveis de lutécio foram surgir no local. Aparentemente, esta é a primeira vez que a contaminação radioativa de instalações crematórias é documentada.

Perigo em potencial

Além do mais, esta não é a parte mais preocupante da história. Os pesquisadores analisaram a urina do operador do crematório, para verificar se ele também não havia sido contaminado. Porém, nenhum vestígio de lutécio foi encontrado. Entretanto, um isótopo radioativo diferente, chamado tecnécio-99m, foi encontrado. O operador informou não ter sido exposto ao composto anteriormente.

Portanto, acreditam os pesquisadores que o operador tenha sido exposto ao tecnécio-99m volatizado, enquanto cremava os restos mortais de uma outra pessoa. E, caso isso de fato tenha ocorrido, essa pode ser uma questão muito mais ampla. E não apenas um caso isolado, como o mesmo, tem sido tratado.

“Eu não acho que isso seja um problema que possa acarretar qualquer risco de câncer ou outras doenças induzidas pela radiação”, disse Paolo Boffetta, pesquisador da Escola de Medicina Icahn, em Mount Sinai, à United Press International. “Dito isto, fica claro que é uma possível fonte de exposição, e se alguém é exposto regularmente, toda semana ou a cada poucos dias, então pode se tornar uma fonte de preocupação”.

Muitos estadunidenses escolhem a cremação como alternativa ao enterro comum em cemitérios. Por isso, o gerenciamento post-mortem de pessoas que recebem drogas radioativas é algo que, segundo os pesquisadores, deveria ser revisto pelo sistema de saúde dos EUA. Bem como os métodos de avaliação de radioatividade em pessoas mortas. Além de padronizar maneiras de notificar os crematórios sobre seus clientes. Uma vez que as pessoas não fazem ideia de há quanto tempo isso pode estar ocorrendo.

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