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Veja o primeiro produto produzido na zona de exclusão de Chernobyl

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Chernobyl voltou ao hype, não é? Ainda mais depois do lançamento da série sobre o desastre nuclear de 1986. Os resultados, no entanto, são diversos. Alguns até bizarros. Há alguns jovens, por exemplo, que arriscam suas vidas em busca da selfie perfeita na zona de exclusão. No entanto, o assunto da vez em relação a Chernobyl, dessa vez, não é drástico e nem sombrio. É, digamos, interessante, até porque trata-se de um produto. 

Estamos falando de uma marca de vodka. Uma marca nova, claro. Supostamente, o produto possui um sabor frutado. Além disso, é artesanal. E, definitivamente, é um produto exclusivo. Na verdade, único. Até o momento, apenas uma garrafa foi fabricada. A vodka ATOMIK é feita com água e grãos coletados e cultivados na zona de exclusão de Chernobyl.

É o primeiro produto de consumo feito desde que o local foi abandonado, em 1986, quando ocorreu um dos maiores acidentes nucleares da história. A zona de exclusão abrange uma área de 4.200 quilômetros quadrados. Toda a área foi contaminada pelo radioisótopo iodo-131

Existem certos locais que devem ser evitados. A usina de energia e a misteriosa Floresta Vermelha são alguns deles. Por outro lado, como explica o professor de ciências ambientais, da Universidade de Portsmouth, Jim Smith, muitas áreas da zona de exclusão já não contêm mais radioatividade em relação aos lugares com níveis naturalmente mais altos de radiação, como, por exemplo, o Colorado ou a Cornualha.

“A radiação natural em todo o mundo varia – se você está vivendo em grandes altitudes, você recebe mais radiação cósmica”, explicou Smith. “Para a maior parte da zona de exclusão, os índices ali estão dentro dessa faixa de variabilidade de índices de radiação em todo o mundo”.

A vodka

Com a vodka, pretende-se mostrar que parte da área abandonada já pode ser utilizada para cultivo. “Não acreditamos que a principal zona de exclusão deva ser exclusivamente para a agricultura, já que agora é uma reserva de vida selvagem”, informou. “Mas há áreas que voltaram a ser habitadas, porém o cultivo é proibido“.

Os níveis de estrôncio-90 na vodka estavam um pouco acima do limite estipulado na Ucrânia, que é de 20 Bq/kg. No entanto, após o processo de destilação, o qual remove as impurezas do grão original, o produto foi aprovado. “Eles não conseguiram encontrar nada – estava tudo abaixo do limite de detecção”.

“Pegamos então o centeio que estava levemente contaminado e a água do aquífero de Chernobyl e destilamos”. Supostamente, parte do lucro das vendas da bebida será para ajudar as comunidades que ainda são afetadas pelo acidente. Até então, planeja-se produzir 500 garrafas de ATOMIK ainda este ano.

A decisão de produzir a bebida se deu em parte porque é um produto purificado. Além disso, é um produto destilado, o que tornou possível utilizar apenas grãos contaminados. De acordo com Smith, o objetivo deste projeto vai além de fabricar uma bebida “exclusiva”.

Uma equipe de especialistas em Londres provou o produto. “É mais uma bebida destilada de cereais do que uma vodca, por isso tem muito mais notas frutadas – você consegue saborear o centeio”, diz Sam Armeye. 

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