As redes sociais viralizaram um vídeo que mostra quando passageiras agridem, reagem e confrontam um suspeito de assediar sexualmente mulheres em um ônibus. Elas o levaram posteriormente até um batalhão da Polícia Militar na Zona Sul de São Paulo.
Segundo informações confirmadas pela SPTrans ao G1 nesta quinta-feira (3), o incidente ocorreu no cruzamento entre a Avenida Senador Teotônio Vilela e a Avenida Atlântica, na Cidade Dutra.
O caso foi em um ônibus com destino à Unisa-Campus 1/Terminal Santo Amaro, operado pela Transwolff, no último sábado (29).
Nas imagens, é possível ouvir uma das passageiras repreendendo o suspeito, pedindo que ele “respeite as mulheres” e solicitando ao motorista que pare o veículo para que o homem seja retirado.
Em seguida, outra passageira diz que ele está com o zíper aberto e várias pessoas ao redor. Então disse para ele não chorar nem se acovardar.
As mulheres reagem de forma violenta, desferindo socos e chutes no suspeito. Ele grita diante das agressões, e outros passageiros pedem para que elas se acalmem e parem com a violência.
Uma das passageiras argumenta que ele é um ser humano sim, mas poderia ser a filha de alguém. Também o chamou de pilantra. Disse que ele poderia estuprar a filha dela de 15 anos, e não teria pena desse ‘tipo de gente’.
Em outro vídeo, é possível ver as duas passageiras e uma terceira mulher segurando o suspeito em frente ao 27º Batalhão da Polícia Militar, localizado no Parque América. As passageiras agridem continuamente até a unidade policial, arrastando pelo casaco.
Nota
A Secretaria de Segurança Pública se pronunciou com um comunicado oficial. Ela informa que as três mulheres foram ao batalhão trazendo um homem que apresentou comportamentos inadequados no ônibus coletivo.
O órgão informou que os policiais orientaram sobre o registro de incidente e também ofereceu carona para levarem todas. Contudo, elas recusaram por motivos pessoais. Nesse caso, todos os envolvidos foram liberados.
Em resposta, a SPTrans também divulgou uma nota em que não apoia nenhum tipo de assédio no transporte público.
Também ressalta seu trabalho na prevenção e no combate aos casos de violência sexual nos ônibus do sistema municipal de transporte.
A SPTrans destacou que o motorista do ônibus conduziu o veículo até a unidade policial mais próxima, seguindo o protocolo repassado aos profissionais do transporte público.
O comunicado informa que existem procedimento sobre casos de importunação sexual em ônibus. Isso porque as passageiras agridem o suspeito e podem se tornar os alvos de registro.
Nesse caso, o motorista encaminha o ônibus até uma unidade próxima ou para a linha esperando a chegada da polícia. A vítima tem direito a registrar o boletim de ocorrência e contar com as autoridades policiais em todo o amparo.
Críticas quando as passageiras agridem o suspeito
Além disso, o episódio gerou uma ampla repercussão nas redes sociais, com muitas pessoas expressando apoio quando as passageiras agridem e reagem ao suposto assédio.
Muitos elogiaram a coragem das mulheres em confrontar a situação e defender a si mesmas e a outras vítimas em potencial.
Entretanto, algumas pessoas discordantes também se manifestaram, questionando a abordagem violenta adotada pelas passageiras.
Argumentam ainda que, apesar da gravidade do assédio, a resposta física não seria a melhor maneira de lidar com o problema.
Em vez disso, defendem que a sociedade e as autoridades devem trabalhar juntas para conscientizar sobre o assédio sexual e implementar medidas efetivas de prevenção e denúncia.
O incidente provocou debates sobre a questão do assédio no transporte público e levantou questões sobre as respostas apropriadas diante de situações semelhantes.
Enquanto alguns veem as passageiras como corajosas por enfrentarem a situação de forma enérgica, outros destacam a importância de encontrar soluções que garantam a segurança e o bem-estar de todos os envolvidos, evitando o uso de violência como meio de justiça.
O suspeito não recebeu identificação e não passou por registro oficial na polícia.
Fonte: G1
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