Na tarde desta sexta-feira (5), durante a agenda do presidente Lula (PT) na Inglaterra para a coroação do rei Charles III, o algoritmo do Google sugeriu “corrupção” em vez de “coroação” em uma busca relacionada a ele.
O youtuber Felipe Neto utilizou suas redes sociais para exigir uma explicação do Google, depois de ter sido alertado pelo deputado federal André Janones (Avante-MG) sobre o comportamento da plataforma.
Felipe Neto chamou o ocorrido de “inaceitável”. Muitos usuários também questionaram por que, ao fazer a mesma busca com o nome de Bolsonaro, o Google sugeriu “coração” em vez de “coroação”.
Outras mídias realizaram pesquisas semelhantes para conferir, e obtiveram o mesmo resultado. No final da sexta-feira, a busca no navegador Chrome, da Google, ainda apresentava esse resultado.
Diversos portais procuraram o representando do Google para entender o funcionamento do algoritmo, sem obter resposta.
Olá @LulaOficial
O @AndreJanonesAdv me avisou no privado e tive q abrir o Google pra acreditar.
Se trata de um erro algorítmico, mas é inaceitável. “Coroação” não é uma palavra errada ou de rara pesquisa.
Google dará explicações? Corrigirá? Sem o PL, não são obrigados a nada. pic.twitter.com/isckiyoAjz
— Felipe Neto 🦉 (@felipeneto) May 5, 2023
Algoritmo do Google
O algoritmo do Google é um conjunto complexo de fórmulas e regras que determinam quais resultados de pesquisa são exibidos aos usuários e em que ordem.
O processo começa quando alguém faz uma pesquisa usando palavras-chave ou frases em um mecanismo de pesquisa, como o Google.
O algoritmo do Google rastreia a web em busca de informações relevantes que correspondam à consulta de pesquisa. Então, classifica essas informações com base em vários fatores, como relevância, qualidade do conteúdo e autoridade do site.
O algoritmo considera centenas de fatores para classificar resultados. Por exemplo, verifica a qualidade do conteúdo, a relevância das palavras-chave, a autoridade do site, a localização geográfica do usuário e a velocidade de carregamento do site.
Além disso, o Google também usa o histórico de navegação do usuário e dados de outros usuários para fornecer sugestões personalizadas de pesquisa.
Isso significa que, com base nas pesquisas anteriores do usuário e nos comportamentos de navegação, o Google pode sugerir pesquisas relacionadas ou complementares para ajudar o usuário a encontrar informações relevantes com mais facilidade.
Além disso, o Google utiliza técnicas de aprendizado de máquina. É o caso da análise semântica latente (LSA) e a rede neural, por exemplo. Elas ajudam a entender o significado e o contexto das palavras-chave e frases de pesquisa. Dessa forma, pode oferecer resultados mais precisos e relevantes aos usuários.
Argumentos
Muitos usuários defendem correção do algoritmo da plataforma em relação à pesquisa de Lula.
Apesar de algumas pessoas terem interpretado a sugestão “corrupção” como uma tentativa deliberada de difamação, é importante lembrar que o algoritmo do Google funciona com base nos fatores citados.
Portanto, a sugestão de “corrupção” na pesquisa de Lula pode estar relacionada ao fato de que esse termo é frequentemente associado ao ex-presidente. Principalmente devido a acusações de corrupção que foram amplamente divulgadas pela mídia.
Por outro lado, outras pessoas argumentam que o Google deveria levar em consideração o contexto da pesquisa e oferecer sugestões mais precisas e relevantes.
Isso deve ser considerado especialmente quando se trata de personalidades públicas que estão frequentemente associadas a informações falsas e enganosas.
Nesse sentido, a correção do algoritmo pode ajudar a evitar a disseminação de desinformação e contribuir para um debate mais saudável e informado na sociedade.
Google contra PL das fake news
Nos últimos dias, o Google disponibilizou um link na sua página inicial. O nome é “O PL das Fake News pode aumentar a confusão sobre o que é verdade ou mentira no Brasil”.
Ele leva a um artigo de Marcelo Lacerda, Diretor de Relações Governamentais e Políticas Públicas da empresa no país.
Além disso, a empresa promoveu a hashtag #MaisDebatePL2630, pressionando deputados federais e contatando influenciadores para que se posicionem contra o PL 2630.
Este projeto de lei visa estabelecer regras, diretrizes e mecanismos de transparência para redes sociais, como Facebook, Instagram, TikTok e Twitter, ferramentas de busca, como o Google, serviços de mensagem, como WhatsApp e Telegram, e plataformas de conteúdo.
O posicionamento do Google em relação ao PL 2630 tem influenciado significativamente o debate sobre a regulamentação das redes sociais e da internet no Brasil.
A empresa tem sido acusada por usuários e especialistas de compartilhar fake news e defender uma falsa liberdade de informação.
O Google afirma que seu objetivo é garantir a liberdade de expressão e evitar a censura. Contudo, muitos acreditam que a empresa esteja mais preocupada com a proteção de seus próprios interesses do que com a proteção dos usuários e da sociedade em geral.
Como resultado, os usuários têm criticado a plataforma por sua posição e têm exigido maior transparência e responsabilidade na divulgação de informações.
Ainda, os usuários argumentam que a disseminação de fake news e a falta de regulamentação das redes sociais têm causado danos significativos à democracia e à sociedade como um todo. Por isso, a discussão deve embasar a plataforma e outras redes.
Fonte: Terra
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