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Qual a origem desses três macaquinhos, e o que eles significam?

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Provavelmente você já viu imagens que mostram três macacos em poses diferentes, tampando os ouvidos, os olhos e a boca. Até mesmo nos emojis comuns nas conversas por WhatsApp e Facebook é possível encontrar símbolos que representam o trio, que costumam ser associados a fazer vista (e audição ou fala) grossa para situações em que estamos envolvidos.

Os macacos, conhecidos como Três Macacos Sábios (三匹の猿 ou sanbiki no saru, em japonês), compõe um importante símbolo antigo da cultura japonesa. Eles podem ser encontrados em vários elementos no oriente, mas sua principal aparição foi numa escultura do século 17.

Vamos conhecer um pouco da história por trás do símbolo que já teve alguns sentidos diferentes, dependendo da época, da cultura e do local onde ele foi interpretado.

Os animais foram escolhidos pois o macaco-japonês é uma espécie extremamente comum no Japão, apesar do risco de extinção. No famoso painel, os macacos aparecem com a famosa pose reproduzida nos mais diversos materiais: o primeiro cobre os ouvidos, o segundo cobre a boca e o terceiro cobre os olhos.

As esculturas do Templo de Toshogu, em Nikko (Japão), foram criadas por Hidari Kingoro e acredita-se que tenha inspirações em conhecimentos que vieram da da China, no século 8. A mensagem teria origem em um uma lenda Tendai, da China, aliada a filosofias budistas.

O famoso painel, na verdade, faz parte de um conjunto de oito painéis feitos no local, que conta com obras que ilustram o ciclo da vida humana e propagam ideais do Código de Conduta desenvolvido por Confúcio, um famoso filósofo chinês que viveu entre 551 AC e 479 AC.

Nos Analetos de Confúcio, existe uma frase semelhante ao provérbio associado aos macacos: “não ouça o mal, não fale o mal e não veja o mal”. O provérbio, no entanto, seria apenas uma versão simplificada de uma filosofia muito maior. “Não olhe o que é contrário à propriedade, não ouça o que é contrário à propriedade, não fale o que é contrário à propriedade, não faça nenhum movimento que é contrário à propriedade.”

Apesar de famosos apenas pelas poses, os macacos, na verdade, têm nome. O que cobre os ouvidos se chama Kikazaru, o que cobre a boca é Iwazaru e o que cobre os olhos se chama Mizaru. Os nomes são uma piada com a língua japonesa, já que zaru funciona como forma de conjugação negativa de verbos e saru significa macaco. O início do nome de cada animal diz respeito ao verbos ouvir, falar e ver, respectivamente.

Combinados, os três macacos também são conhecidos como sanbiki saru, ou três macacos místicos. Em alguns casos, um quarto macaco também aparece ao lado do famoso trio. O nome desse é shizaru e ele geralmente é apresentado apenas com os braços cruzados, numa representação da ação de não fazer o mal.

Em vários contextos, os macacos são utilizados como símbolos para representação da escolha de quem se recusa a reconhecer o mal, virando as costas para atitudes erradas percebidas ao nosso redor. Apesar disso, a origem da frase e seu significado ainda são muito discutidos até hoje. De acordo com conhecimentos budistas, o provérbio se refere a não se afundar em pensamentos ou atitudes negativas.

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