Sempre que falamos sobre imunização, é comum pensar em crianças ou idosos, mas as vacinas para mulheres adultas são igualmente importantes.
Embora muitos imunizantes sejam direcionados para grupos de risco, é fundamental que pessoas jovens e adultas também cuidem da saúde.
A infectologista Eliana Bicudo, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e responsável técnica da Clidip – Vacinas, observa que os adultos muitas vezes acreditam que já foram vacinados na infância e não precisam mais.
Isso leva a uma falsa sensação de segurança, com a percepção de que apenas a imunização após os 60 anos é necessária.
Além disso, é comum que adultos saudáveis consultem ginecologistas e obstetras, que podem mencionar a vacina contra o HPV, mas geralmente não abordam outras vacinas.
Por isso, manter a carteirinha de vacinação atualizada é crucial para prevenir doenças e complicações em qualquer idade. Pensando nisso, separamos 10 vacinas para mulheres adultas atualizarem no documento!
10 importantes vacinas para mulheres adultas
1. HPV
O câncer de colo de útero é uma das principais causas de morte por câncer em mulheres em muitas regiões e pode ser prevenido com a vacina contra o HPV.
Desde 2014, essa vacina está disponível na rede pública, sendo oferecida gratuitamente para meninas entre 9 e 14 anos, meninos entre 11 e 14 anos, e pessoas imunossuprimidas de 9 a 45 anos, como pacientes em tratamento oncológico ou com doenças autoimunes.
Para aqueles que não se enquadram nos critérios do Programa Nacional de Imunização (PNI), é possível receber a vacina em clínicas privadas mediante pagamento.
2. Tríplice bacteriana
A vacina tríplice bacteriana, que protege contra difteria, tétano e coqueluche, é essencial mesmo que essas doenças pareçam antiquadas. Ela é administrada na infância e requer doses de reforço a cada dez anos.
Disponível gratuitamente pelo PNI, a vacina também é aplicada em gestantes, geralmente na vigésima semana de gravidez. Essa vacina teve um grande impacto na prevenção do tétano neonatal, uma vez que, no passado, muitos bebês morriam devido a práticas caseiras inadequadas de cuidado do umbigo.
A imunização durante a gestação garante que o bebê nasça com os anticorpos protetores transmitidos pela mãe, sendo essencial para a saúde do recém-nascido.
3. Influenza (Gripe)
A vacina contra a influenza é gratuita para mulheres adultas gestantes, puérperas, imunossuprimidas e idosas. Após o término da campanha, o governo distribui as doses remanescentes para todos os públicos.
Para aqueles que podem pagar, a vacina está disponível na rede privada. Além do incômodo que é contrair a gripe, isso pode levar a faltas no trabalho e complicações graves para quem possui comorbidades.
4. Covid-19
Apesar de não estar mais tão presente nas manchetes dos portais e nas conversas cotidianas, a Covid-19 continua a ser uma realidade entre nós.
As vacinas para mulheres adultas estão no Programa Nacional de Imunização (PNI) seguindo um esquema semelhante ao da influenza: distribuída anualmente para crianças, gestantes, imunodeprimidos e adultos com mais de 60 anos, entre outros grupos minoritários.
Para aqueles que não se encaixam nos critérios, a recomendação é aproveitar as doses excedentes das campanhas governamentais e buscar uma dose de reforço nos postos de saúde, já que a vacina não está disponível em clínicas privadas.
5. Hepatite A
A vacina contra a hepatite A é exclusiva da rede privada, seguindo um esquema de duas doses.
A hepatite A ocorre através de fontes contaminadas, como bebidas ou alimentos, e também é uma infecção sexualmente transmissível (IST), podendo contaminar através do sexo oral.
6. Hepatite B
Enquanto isso, sobre as vacinas para mulheres contra a hepatite B, aplica-se três doses durante o primeiro ano de vida.
No entanto, se alguém perdeu o registro de vacinação e não tem certeza se recebeu as doses, não há problema em repetir a imunização. A vacina é gratuita na rede pública.
A hepatite B é uma infecção sexualmente transmissível que também pode causar câncer de fígado e passar de mãe para filho durante a gravidez.
7. Tríplice viral (Sarampo, caxumba e rubéola)
A vacina tríplice viral oferece proteção contra três doenças: sarampo, caxumba e rubéola. Entre elas, o sarampo é o mais grave e pode resultar em óbito, inclusive em adultos.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiu um alerta este ano devido ao aumento nos casos da doença e reforçou a importância da vacinação.
Essa vacina está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e se aplica duas doses durante a infância. Se alguém não completou o esquema vacinal, não se lembra ou perdeu o registro de vacinação, é recomendável receber a segunda dose ou ambas as doses de uma vez, com um intervalo de 30 dias entre elas.
8. Febre amarela
Desde 2018, o Ministério da Saúde passou a recomendar a vacinação contra a febre amarela em todas as regiões do Brasil, devido ao aumento nos casos da doença, inclusive em áreas urbanas.
Anteriormente, a vacinação se limitava aos residentes em regiões endêmicas no Norte e no Centro-Oeste do país.
No entanto, muitos adultos que residiam nas regiões Sudeste, Nordeste e Sul podem não ter recebido a vacina na infância, sendo necessária a imunização de todos os adultos.
Existe divergência entre o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) quanto ao número de doses necessárias.
Enquanto o governo defende uma dose única, a entidade médica recomenda duas doses, com um intervalo de 10 anos entre elas.
9. Herpes Zóster
O herpes zóster é uma manifestação subsequente do vírus varicela zoster, o mesmo responsável pela catapora. Após a ocorrência inicial da doença, o vírus pode permanecer latente no corpo por décadas antes de se manifestar novamente.
As vacinas para mulheres contra o herpes zóster estão disponíveis somente na rede privada, no esquema de duas doses. Recomenda-se aplicar em adultos saudáveis com mais de 50 anos e para aqueles com mais de 18 anos que tenham alguma condição que comprometa o sistema imunológico.
10. Pneumocócica
Por fim, as vacinas pneumocócicas oferecem proteção contra formas graves de pneumonia, meningite, sepse e otite. No Brasil, existem três formulações disponíveis: pneumo 13, 15 e 23.
Na rede pública de saúde, a vacina está disponível para crianças, adolescentes e adultos que sofrem de certas doenças crônicas, como a asma.
Fonte: Revista Marie Claire
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