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127 horas de agonia: Aron Ralston, o alpinista que teve que amputar o próprio braço para sobreviver

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Por seis dias, a solução lógica seria pensar que a sobrevivência de Aron Ralston aconteceu unicamente pela sua autodisciplina e pela convicção de que somente o raciocínio lógico poderia garantir sua preservação.

No entanto, pode parecer mentira, mas foi uma epifania que realmente salvou a vida do alpinista de 27 anos. Após um ataque de raiva, ele tomou a decisão correta para se salvar.

Aron Ralston estava sozinho, escalando os estreitos desfiladeiros de Utah, quando uma pedra de meia tonelada desprendeu-se e caiu sobre seu braço direito.

Ele aventurou-se pelo deserto de Bluejohn Canyon com apenas uma pequena mochila contendo um litro de água, dois burritos e alguns pedaços de chocolate.

Via UOL

Além disso, ele carregava uma câmera de vídeo e fones de ouvido, mas não possuía um celular, já que não havia sinal disponível na região. Seu erro mais grave foi não informar a ninguém sobre seu destino e suas atividades.

Nos dias seguintes, ele conseguiu sobreviver com poucos goles de água e tentou, sem sucesso, mover a rocha que o aprisionava.

No terceiro dia, sem mais suprimentos e sem que ninguém viesse em seu auxílio, ele começou a perceber que precisaria se salvar por conta própria.

Como um delírio salvou Aron Ralston

Já delirando, viu-se obrigado a amputar seu próprio braço com uma pequena faca de seu modesto kit de ferramentas.

Quando a lâmina penetrou sua pele e encontrou resistência nos ossos, Aron quase desistiu da operação que poderia salvar sua vida.

Em um estado de delírio, ele deixou sua marca na parede do desfiladeiro, esculpindo seu nome, data de nascimento e uma possível data de morte. Além disso, usou uma câmera de vídeo para gravar uma mensagem de despedida antes de adormecer.

 

Via BBC

O sonho revelador

Naquela noite, envolto em momentos de devaneios e desmaios, Ralston sonhou consigo mesmo, retratando-se com apenas metade de seu braço direito, brincando com uma criança.

Ao despertar, essa visão o levou a acreditar que era um sinal de que sobreviveria e eventualmente teria uma família.

Movido por uma determinação incomparável, ele tinha a absoluta convicção de que compartilharia essa história ao longo de muitos anos.

De repente, uma ideia brilhante surgiu: ele percebeu que não precisava cortar os ossos, mas poderia quebrá-los. Assim, começou a se lançar furiosamente contra a rocha até, finalmente, conseguir se libertar de seu membro.

Primeiro ele conseguiu quebrar o rádio, e depois, alguns minutos depois, quebrou o cúbito na área do pulso. Foi o que relatou Aron Ralston em uma entrevista coletiva.

Ele disse que todos os desejos, alegrias e esperanças de uma vida futura inundaram sua mente. Talvez foi assim que lidou com a dor. Ele estava tão aliviado por estar conseguindo que não pensou na dor excruciante.

Todo esse processo consumiu quase uma hora, durante a qual Ralston perdeu 25% de seu volume sanguíneo.

Impulsionado pela adrenalina e uma vontade inabalável de sobreviver, ele teve que se arrastar por um cânion e descer um precipício de 18 metros.

Uma vez fora dali, ele ainda enfrentaria uma caminhada de 10 quilômetros até chegar ao local onde havia estacionado seu carro. No entanto, quase no final dessa jornada, ele encontrou uma família holandesa que explorava a região.

Milagre do resgate

Via LaRepublica

Após cerca de quatro horas, ele conseguiu resgate médico. Os responsáveis disseram que o homem escolheu o momento ideal para se soltar. Isso porque, se tivesse amputado o braço mais cedo, sangraria até a morte. Por outro lado, se esperasse mais, morreria no local.

Em depoimento, Aron Ralston disse que nunca poderá entender completamente como Deus ou seus anjos da guarda o ajudaram a sobreviver. A experiência espiritual ficará para sempre com ele, e, agora, ele reza todos os dias para agradecer a força que recebeu de milhares de pessoas.

Mais tarde, falaram para o aventureiro que a equipe de resgate o procurou durante três dias seguidos. No entanto, sem aquele ato de coragem, nunca conseguiriam localizá-lo com vida. Além disso, um helicóptero ajudou na missão de recuperação.

Após o resgate, seu braço e sua mão foram recuperados por guardas florestrais em uma operação com 13 oficiais, além de um macaco hidráulico e um guincho que ajudou a retirar a pedra do local.

Sem salvação, o membro amputado passou por cremação e Aron Ralston recebeu as cinzas. Seis meses depois, ele voltou para o local do acidente e jogou os restos do alto, comemorando seus 28 anos de vida.

 

Fonte: UOL

Imagens: UOL, LaRepublica, BBC

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