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7 motivos que explicam o fracasso de Death Note da Netflix

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A Netflix foi responsável por vários trabalhos originais incríveis como Orange is the New Black, Narcos, Marco Polo, Sense8 e Bojack Horseman, cuja quarta temporada estréia essa semana, mas quando falamos da adaptação de Death Note, lançada no mês passado, existe apenas uma reação possível: “Olha, Netflix, não tenho como te defender, não tenho como ficar do seu lado”. A adaptação já estava sendo criticada desde os trailers quando os fãs afirmaram não verem a essência dos seus personagens durantes os poucos minutos divulgados, e quando o filme foi disponibilizado a decepção foi geral.

É necessário entender que como adaptação não existe obrigação nenhuma de fidelidade a obra original, até mesmo por conta da duração de um longa metragem (no caso desse, uma hora e quarenta minutos), os eventos de uma animação de 37 episódios de 20 minutos cada não podem ser mostrados em sua totalidade. O problema mesmo são que ponto essenciais da trama foram completamente descartados e a única coisa mantida é o artefato Death Note que tem o poder de matar pessoas. Atualmente, esse filme está com 25% de aprovação dos espectadores segundo o site Rotten Tomatoes, o que nos faz perguntar: será que os autores originais realmente gostaram da adaptação ou só falaram isso por educação?

Já citamos aqui no site alguns dos pontos mais criticados pelos fãs no live action da Netflix, e hoje trazemos alguns outros motivos que foram determinantes para o fracasso do longa metragem.

1 – Gore

https://www.youtube.com/watch?v=KFVjgpBLtgQ

Ainda no começo do anime, Ryuk pergunta a Yagami Light se ele tem preguiça de escrever uma causa para as mortes de suas vítimas e por isso as deixa morrer apenas de ataque cardíaco. O garoto responde que era um plano para a sociedade perceber que havia alguém por trás das mortes e fazer com que a criminalidade abaixasse por conta do medo dos bandidos de serem mortos. A adaptação norte-americana joga essa intenção no lixo já que Light Turner e sua namorada Mia matam suas vítimas da forma mais sangrenta possível. Isso acaba com toda a proposta da obra: o mistério, o pânico social e o foco em estratégias inteligentes por parte de Kira e do investigador L. Um espectador japonês comentou que por conta dessa mudança ele não reconhecia Death Note, já que a obra original é guiada pela inteligência e investigação e a adaptação da Netflix é voltada apenas para a ação.

2 – Light

Precisamos  falar de novo da cena ridícula em que Light encontra Ryuk pela primeira vez? Não? Obrigada. Yagami Light é um modelo de estudante japonês na obra original: seu resultado nas provas é admirado por todos, ele é moralmente correto (em tese), mas por trás dessa máscara ele é o sociopata Kira que vê no Death Note a possibilidade de construir um mundo melhor. Quando as críticas afirmam que Death Note perdeu a essência nessa adaptação, também se relaciona ao fato de Light Turner ser um adolescente revoltadinho, moralmente questionável (por vender lição de casa aos colegas), que se mete em brigas e utiliza o caderno para questões pessoais. Sem sombra de dúvida, esse rapaz não é a melhor opção para se tornar o rei de um novo mundo.

3 – Novas Regras

https://www.youtube.com/watch?v=xgyliJ_z2Aw&t=

Somente o portador do caderno poder ver o shinigami não foi a única regra adicionada ao Death Note nessa adaptação. Além disso, houve a polêmica regra de uma morte ser anulada se a página do caderno com o nome da pessoa fosse queimada. Em especial essa regra foi muito citada durante todo o longa metragem por ser uma chave para a resolução do conflito clímax da trama. O fato é que para solucionar o fato de que Mia escreveu o nome de Light no caderno, o proprietário escreve toda uma situação muito detalhada na roda gigante que incluía ele escapar do acidente caindo na água e sendo salvo por um médico, cujo nome ele colocou no caderno para morrer, e Mia caindo num canteiro próximo. A manipulação de pessoas foi trabalhada durante a história, mas e a manipulação de objetos? Porque a página em que o nome de Light estava escrito foi manipulada para flutuar até um incêndio. Que conveniente solução preguiçosa para o enredo.

4 – Duração

Seria impossível condensar todo o anime em apenas um filme, mesmo se os roteiristas selecionassem apenas os episódios que mostram a disputa entre L e Light, 25 episódios de 20 minutos seriam muito para todos os eventos aparecerem em uma hora e quarenta minutos. Ou seja, questões fundamentais da trama como o debate do que é justiça ou uma investigação lógica de L que não se resumisse simplesmente em “ele é um gênio” foram tratadas de forma rasa, além de terem ficado em segundo plano porque o diretor deve ter achado cenas sangrentas de ação mais interessantes. O filme deixou vários ganchos para uma continuação, e se esse era o plano desde o início, por que não trabalhar essas questões fundamentais no primeiro filme e deixar os conflitos para o segundo? Vale lembrar que o live action japonês de Death Note foi dividido em duas partes e muito bem aceito pelo público: o primeiro tem 84% de aprovação no Rotten Tomatoes, enquanto o segundo tem 83%

5 – Light e L

https://www.youtube.com/watch?v=lD4eYcEiPJ8

A tensão entre Yagami Light e L existe porque ambos estão seguros de suas posições e acreditam fielmente serem a justiça cada um a seu modo. Além disso, quando os dois se conhecem pessoalmente surge uma dualidade porque L está certo de que Light é o Kira e nunca está 100% convencido de que ele não é o culpado pelas mortes dos criminosos, mas ao mesmo tempo ele se sente muito triste porque Light é o seu primeiro amigo. A relação dos dois no filme da Netflix mostra essa perda de essência porque além de Light Turner não ter convicção de que suas ações são corretas e temer Ryuk, a relação com o detetive é resumida num “gato e rato” infantil. E para fechar, a personalidade sempre calma de L se perde com a questão da manipulação de Watari, e não. Não tem nada a ver L portar uma arma e sair correndo atrás de alguém, isso não tem nada a ver com os métodos do detetive.

6 – Romance

https://www.youtube.com/watch?v=bm8UW20JiXU

Amane Misa é apaixonada por Kira, e por Yagami Light consequentemente, porque ele matou os bandidos responsáveis pela morte de seus pais. A partir disso, ela usa seu Death Note e Olhos de Shinigami para ajudar em qualquer plano do namorado. Outro problema de essência da obra surge com a personagem Mia: não há nenhuma razão justificável para seu envolvimento com Light Turner, além de não fazer o menor sentido ele mostrar o caderno para qualquer um. Em alguns momentos parece que a responsabilidade de ser Kira é mais um propósito dela do que de Light. Acho que erraram no protagonista do filme, ou simplesmente os americanos não sabem outra fórmula além do romance adolescente trágico.

7 – Ryuk

Para manter Light Turner como o personagem mais inocente possível, a maldade recaiu sobre Mia e sobre o Ryuk. O shinigami, originalmente, é um personagem neutro: ele derruba o caderno no mundo humano por estar entediado e querer saber como um humano agiria com tamanho poder nas mãos. Já na Netflix, assim como outros personagens, ele perde sua essência por ter como objetivo sempre encontrar portadores para o caderno e incentivá-los a matar.

Você gostou da adaptação da Netflix? Onde você acha que eles erraram ou acertaram? Deixe sua opinião nos comentários!

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