Política

A falta de conectividade para pessoas pretas, pobres e periféricas ainda é um desafio

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Embora a desigualdade social no Brasil seja uma pauta recorrente, ela também está se estendendo para a falta de conectividade, especialmente entre as comunidades e pessoas negras.

De acordo com uma pesquisa conduzida pelo Instituto Locomotivas e pela consultoria PwC em 2022, mais de 33 milhões de brasileiros estão excluídos do acesso à internet.

Em uma era de hiperconectividade, é importante pensar em como superar essa barreira de exclusão digital, especialmente com o 6G já despontando no horizonte das empresas de telecomunicações.

O estudo revela que os grupos classificados como “desconectados” compõem 20% da população brasileira com mais de 16 anos, predominantemente formado por pessoas negras das classes C, D e E.

Por sua vez, os “subconectados” e os “parcialmente desconectados” representam 25% e 26% da população, respectivamente.

Via Freepik

Esses números oferecem um retrato vívido do contraste digital no Brasil, destacando os obstáculos a serem transpostos.

Além disso, é importante recordar que, durante a pandemia, essa mesma parcela da população foi profundamente afetada pelos efeitos colaterais da crise global desencadeada pela COVID-19.

Isso não apenas comprometeu a viabilidade do trabalho remoto, mas também afetou a educação, que teve que se adaptar ao formato de ensino à distância (EAD).

Nesse cenário de impasse, o setor de telecomunicações já está debatendo a próxima geração das redes móveis, o 6G.

Contudo, em um momento tão delicado, falar em avanço pode parecer prematuro, e talvez seja a hora de pensar, primeiro, em combater a falta de conectividade.

Falta de conectividade para pessoas negras

A ausência de conectividade para pessoas negras, de baixa renda e residentes em áreas periféricas representa, de fato, um desafio considerável e uma questão de justiça social e digital.

O acesso à internet é crucial para garantir pleno acesso à informação, educação, oportunidades de emprego, serviços de saúde e diversos outros aspectos da vida moderna.

Para enfrentar essa problemática, é imperativo que governos, organizações sem fins lucrativos e empresas privadas unam esforços na criação de infraestruturas de internet acessíveis e disponíveis em regiões marginalizadas.

Além disso, é fundamental oferecer treinamento e educação sobre o uso da internet, capacitando as pessoas a tirar máximo proveito dos recursos disponíveis online.

A igualdade de acesso à conectividade é essencial para promover oportunidades equitativas e reduzir as disparidades sociais e econômicas.

Enquanto a inclusão tecnológica não ocupar um lugar central nas discussões sobre conectividade, qualquer progresso inevitavelmente demandará alguns retrocessos.

A tecnologia tem o poder de transformar o mundo em um piscar de olhos, mas é crucial abordá-la de maneira abrangente.

Dessa forma, poderemos garantir que todos os segmentos sociais possam usufruir das novas ferramentas e navegar de forma democrática neste vasto oceano digital.

Intervenções

Via Tecmundo

Além disso, é importante pensar em outras possíveis intervenções a longo prazo, para começar a investir nessa área quanto antes.

Com o direcionamento de mais investimentos para as telecomunicações, vale também expandir a infraestrutura de internet em áreas periféricas e comunidades carentes.

Para isso, uma das soluções é estabelecer parcerias público-privadas para garantir investimentos em regiões historicamente negligenciadas.

No entanto, mais que apenas fatores econômicos, é importante implementar programas de educação digital em escolas, comunidades e centros de aprendizagem, focando em habilidades práticas de uso da internet.

Além disso, vale oferecer cursos de inclusão digital para adultos, com ênfase em habilidades necessárias para participação no mercado de trabalho online. Isso reduz a falta de conectividade e o atraso que essas pessoas enfrentam.

Ações do governo

Da mesma forma, é importante que o governo se posicione de maneira prática nessa causa.

Como, por exemplo, incentivando programas de subsídios ou financiamentos para aquisição de dispositivos como smartphones e computadores em comunidades de baixa renda.

Além disso, pode estabelecer espaços públicos com acesso gratuito à internet em áreas desfavorecidas.

Em termos de propostas políticas, estabelecer elementos como tarifa social e cobranças mais acessíveis para estudantes e desempregados reduz a distância e a falta de conectividade entre os menos afortunados.

De modo geral, não será possível realizar essas mudanças sociais sem a participação direta dos órgãos federais e do setor privado. É ele que desenvolve abordagens e inovações, mas também devem pensar nessas comunidades.

Dessa maneira, poderá atender satisfatoriamente as questões de discrepância entre comunidades, bem como a falta de oportunidades entre pessoas negras e de baixa renda.

E vale reforçar que essas ações não afetam somente o futuro, mas também o presente dos brasileiros que se encontram nessa situação. Ou seja, é necessário tomar atitudes no agora.

 

Fonte: Tecmundo

Imagens: Tecmundo, Freepik

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