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A história do homem que se mantém vivo por uma máquina há 70 anos

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Você conhece Paul Alexander, o homem vivo por máquinas há mais de 70 anos? O caso ainda é estudado pela medicina, e possui proporções surpreendentes.

De acordo com o site oficial do Guinness World Records, Paul Alexander é o homem que passou mais tempo em um pulmão de aço.

Via The Guardian

Sua história começou no mês de julho de 1952, quando, aos seis anos de idade, saiu para brincar na chuva com seu irmão mais velho no subúrbio de Dallas, Texas.

Naquela época, a poliomielite, uma doença altamente contagiosa, estava em alta no Texas, causando paralisia quase total em crianças e adultos. Quando Paul começou a mostrar sintomas da doença, sua mãe imediatamente reconheceu a doença e o levou ao médico.

Ajuda

Quando Paul Alexander começou a apresentar sintomas de poliomielite, a recomendação médica era que ele voltasse para casa e se recuperasse lá, já que o sistema de saúde dos Estados Unidos estava em situação crítica.

Sem uma vacina disponível na época, o distanciamento social e o fechamento de estabelecimentos eram práticas comuns para conter a disseminação da doença altamente contagiosa.

No entanto, quando Paul não conseguia mais falar ou segurar uma caneta, seus pais o levaram para o hospital de Parkland, no Texas, onde falaram que ele não sobreviveria.

Paul ficou de cama em casa por alguns dias antes de ser levado ao hospital, onde a situação piorou rapidamente.

Ele passou para uma maca em um corredor com outras crianças, muitas delas já mortas. Por estar em uma fase mais grave da doença, sua sobrevivência só foi possível graças a uma traqueostomia de emergência de um médico.

Via Mega Curioso

Hoje com 77 anos, Paul Alexander relembra essa época difícil de sua vida em entrevistas.

A poliomielite, que já foi uma epidemia global, é agora uma doença rara graças às vacinas disponíveis.

No entanto, sua história serve como um lembrete da importância da pesquisa científica e da prevenção na saúde pública, sendo um homem vivo por máquinas.

Homem vivo por máquinas

Após três dias desde a realização do procedimento médico, Paul recuperou a consciência.

No entanto, em vez de estar em uma cama comum, ele se encontrava dentro de uma máquina, em uma parte diferente do hospital.

Essa seção, conhecida como “Ala dos Pulmões de Aço”, estava repleta de jovens sobreviventes da poliomielite. Ele também virou um homem vivo por máquinas grandes de aço, também conhecidas como ventiladores de pressão negativa.

O ventilador de pressão negativa foi inventado pelo médico australiano James Carrel no final dos anos 1920, e consistia em um equipamento de aço que permitia que as pessoas respirassem em caso de paralisia dos músculos respiratórios.

Via Revista Galileu

Durante o período em que esteve na máquina, apenas a cabeça de Paul ficava fora da câmara, selada hermeticamente, enquanto a bomba dentro da vasilha forçava seu peito a respirar.

Paul permaneceu nessa máquina até 1954, quando a organização sem fins lucrativos March of Dimes ofereceu uma alternativa para sua condição.

A March of Dimes propôs um acompanhamento com uma fisioterapeuta chamada Sra. Sullivan, que ensinou a Paul uma técnica alternativa de respiração, conhecida como “respiração de sapo” ou “respiração glossofaríngea”.

Essa técnica foi ensinada para ajudar a Paul a recuperar a capacidade de respirar sem a ajuda do ventilador de pressão negativa.

Técnica

A técnica da “respiração de sapo” envolve usar os músculos da garganta para forçar o ar a passar pelas cordas vocais, permitindo que o paciente engula o oxigênio em pequenas porções e o empurre para os pulmões.

Paul, paciente de poliomielite, aprendeu a técnica e em menos de um ano já a dominava. Embora ainda precisasse da ajuda da máquina de respiração de aço para dormir, sua vida começou a mudar.

Aos 21 anos, Paul se formou com louvor no ensino médio, tornando-se o primeiro aluno a se formar em casa.

Em seguida, ele se mudou para Austin para estudar na Universidade do Texas, onde se formou em direito.

Após passar no exame da ordem, abriu seu próprio escritório de advocacia especializado em direito de família.

Embora ainda precisasse da ajuda da máquina de respiração de aço para dormir, a técnica da “respiração de sapo” mudou a vida de Paul e permitiu que ele alcançasse seus objetivos acadêmicos e profissionais.

Via Jornal Pequeno

Carreira de Paul Alexander

Atualmente, Paul Alexander é o homem vivo por máquinas mais velho do mundo. Ele dedica sua vida a aumentar a conscientização sobre os riscos da poliomielite.

Nos tribunais, defende seus clientes usando uma cadeira de rodas.

Para alertar sobre a doença, Paul também é um autor publicado, tendo escrito suas memórias intituladas “Três minutos para um cachorro”.

Ele levou mais de oito anos para escrever o livro, usando um bastão de plástico e uma caneta para digitar ou ditando as palavras para um amigo.

O título do livro veio do presente que Paul recebeu de seus pais quando aprendeu a “respiração de sapo”, uma técnica que o permitiu respirar sem a ajuda do pulmão de aço durante o sono.

 

Fonte: Jornal Pequeno

Imagens: Jornal Pequeno, Revista Galileu, The Guardian, Mega Curioso

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