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A história do Ragnarök, o fim do mundo nórdico

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O termo “Ragnarök” significa “consumação dos destinos dos poderes supremos” e menciona uma possível crença dos vikings nos eventos que levariam ao fim do seu mundo e à destruição dos seus deuses.

A crença aponta que diversos eventos catastróficos causariam a destruição do universo e o surgimento de outro mundo, que seria repovoado por um casal de humanos sobreviventes e governado por deuses renascidos.

Os vikings, povos que habitavam o Norte da Europa, foram os responsáveis por iniciar as navegações que os levou a estabelecerem-se em outras regiões, como as Ilhas Britânicas, Islândia, norte da França e América do Norte.

O que é o Ragnarök?

Foto: Reprodução/ Revista Galileu

O Ragnarök é o termo utilizado para falar sobre para as sucessões de eventos catastróficos que fazem parte da escatologia (teoria sobre o fim do mundo) dos nórdicos antigos. Em resumo, ele mostra como os vikings acreditavam que seria o fim do seu universo.

De acordo com essa teoria, durante o Ragnarök guerras aconteceriam entre os deuses e a destruição do universo seria conduzida por Loki, seus filhos e o gigante de fogo chamado Surtur.

Os eventos do Ragnarök seriam antecedidos pelo fimbulvetr, um ciclo de três invernos terríveis, em que a violência e o caos seriam disseminados pelo mundo.

Durante esse período, Völuspá (A Profecia da Vidente) narra que irmãos se matarão, os pecados do sexo aumentaram, e que haverá doenças, que causaram o fim do mundo.

Durante o caos do Ragnarök, o sol e a lua, perseguidos pelos lobos Skoll e Hati, seriam alcançados e devorados por outro lobo chamado Managarm. Depois disso, os filhos de Loki marchariam por sobre Midgard (mundo dos homens) e travariam batalha com os deuses. 

Os filhos de Loki eram o lobo Fenrir, a serpente do mundo Jörmungandr, e a deusa do mundo dos mortos Hel. Todos eram filhos do Deus da Mentira com uma gigante (Jotun, no nórdico) chamada Angrboda.

O desfecho da batalha

Foto: Brasil Escola

Loki, navegando no Naglfar, navio feito com os restos de unhas dos mortos, junto de Hymir, líder do exército de gigantes de gelo, iria ao local de batalha. Por fim, Surtur, liderando os gigantes de fogo, destruiria a Bifrost, a ponte que ligava Midgard a Asgard e todos se reuniram em Vígrídr, onde ocorreria a batalha final.

Quando isso acontecesse, Heimdall, o guardião da Bifrost e de Asgard, soaria sua trombeta, e os deuses nórdicos se reuniriam com seus exércitos para travar a batalha. O exército que lutaria contra as forças de Loki seria formado por deuses nórdicos, valquírias e Einherjar,  guerreiros escolhidos por Odin.

O desfecho dessa batalha foi narrado por Snorri Sturluson no registro conhecido como Gylfaginning (As Alucinações de Gylfi).

De acordo com ele, Odin liderará cavalgando com seu elmo dourado, Thor lutará em frente, ao seu lado, mas estará ocupado lutando contra a Serpente de Midgard.  Apesar do deus conseguir matar a Serpente, ele cairá morto logo em seguida devido ao veneno que a cobra jorrou nele. 

Odin será engolido pelo Lobo, já Loki irá batalhar contra Heimdallr, e cada um será o assassino do outro. Após isso, Surtr lançará fogo sobre a terra e queimará todo o mundo.

Renascimento do mundo

Thor e a serpente de Midgard, por Emil Doepler (Foto: Jovem Nerd)

Depois da destruição do universo durante o Ragnarök, uma terra fértil ressurgiria do mar e seria repovoada por um casal de humanos que havia sobrevivido, Lif e Lifthrasir.

Vidar e Vali, dois filhos de Odin, também sobreviveriam ao Ragnarök, assim como os filhos de Thor, Modi e Magni. Em seguida, Balder e Hödr ressurgiriam do mundo dos mortos. 

Vidar e Vali habitarão nas Planícies de Ida, onde Asgard estava antes. Os filhos de Thor também irão para o local e terão o Mjölnir com eles. Depois  Balder e Hödr também irão e todos conversarão.

Líf e Lifthrasir são os responsáveis por ter uma descendência tão numerosa que todo o mundo será povoado.

As fontes nórdicas que registram o Ragnarök

Foto: Jovem Nerd

Os historiadores conhecem os eventos que caracterizam o Ragnarök devido aos registros que foram feitos na Edda em Prosa e diversos poemas da Edda Poética, especialmente o poema Völuspá. Essas são as principais fontes sobre os mitos que caracterizavam a religião dos nórdicos.

A Edda em Prosa foi escrita pelo poeta e historiador islandês Snorri Sturluson, em aproximadamente 1220. De acordo com Johnni Langer, essa obra tinha como objetivo “ser um manual de mitologia para os jovens poetas, numa época em que as antigas metáforas poéticas e as narrativas míticas estavam sendo esquecidas”.

Em contrapartida, a Edda Poética é uma coleção de poemas nórdicos que narram diferentes mitos que faziam parte da crença religiosa dos vikings. Eles foram registrados em um manuscrito chamado de Codex Regius, que agrupava 29 textos poéticos. Uma cópia foi encontrada em 1643, em uma fazenda na Islândia. 

Fonte: Brasil Escola

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