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A Terra está dentro do vazio? Explicação responderia enigma da expansão do universo

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Calcular a taxa de expansão do universo é um desafio complexo, e muitos cientistas vêm falhando em explicar onde estamos nessa equação.

Isso se deve a um fator crucial: os números oscilam conforme a perspectiva do observador e o objeto de sua observação.

Quanto à solução proposta, ela coloca a Terra no centro de um vazio cósmico, e, claro, confunde muitas pessoas.

O modelo convencional de medição na cosmologia é denominado Matéria Escura Fria com Constante Cosmológica (ΛCDM).

Esse modelo fundamenta-se em observações minuciosas da luz remanescente do Big Bang, conhecida como Radiação Cósmica de Fundo em Micro-ondas. Detectar a Radiação Cósmica de Fundo (CMB) representa um marco essencial no estudo da cosmologia.

A CMB é caracterizada por padrões de temperatura incrivelmente sutis, mensurados em microkelvins. Essas variações refletem flutuações na densidade do universo primordial.

Ao serem observadas e analisadas, essas variações permitem a interpretação de seus valores, revelando informações sobre a distribuição da matéria no universo alguns milhões de anos após o Big Bang.

Via PxHere

Cálculo impreciso

Desde o momento do Big Bang, a expansão do universo tem provocado o afastamento das galáxias umas das outras.

A relação entre a velocidade de uma galáxia e sua distância acontece pela “constante de Hubble”, que equivale a cerca de 43 milhas (70 km) por segundo por Megaparsec (uma unidade de comprimento em astronomia).

Estabelecida na década de 20 e continuamente revisada, a constante de Hubble se destaca como a principal ferramenta para mensurar a expansão do universo.

No entanto, ao utilizar a constante de Hubble para medir a radiação cósmica de fundo, surgem discrepâncias.

Quando a taxa de expansão do universo utiliza a base em galáxias próximas e supernovas, ela chega a ser 10% maior do que a prevista com base na radiação cósmica de fundo.

Esse desacordo nos dados recebeu o nome de “A tensão de Hubble” e tem preocupado diversos cientistas ao longo das últimas décadas.

Pesquisa recente

Contudo, uma pesquisa recente apresenta uma possível solução para essa disparidade: a ideia de que estamos imersos em um vasto vazio no espaço.

Esse cenário poderia distorcer as medições locais devido ao fluxo de matéria proveniente desse vazio. Assim, a proposta desafia o modelo convencional, que prevê uma distribuição mais uniforme da matéria.

Para alcançar esse resultado, os pesquisadores exploraram uma teoria alternativa conhecida como Dinâmica Newtoniana Modificada (MOND), que propõe alterações nas leis da gravidade em regiões com gravidade fraca, como nas bordas externas das galáxias.

Surpreendentemente, suas descobertas coincidem com observações recentes do fluxo em massa de galáxias, sugerindo que estamos possivelmente nas proximidades do centro de um vazio cósmico.

Essa região do universo apresenta uma densidade de matéria significativamente inferior à média, resultando em uma concentração reduzida de galáxias e objetos cósmicos.

Expansão do universo no vazio

Via PxHere

Essa teoria sugere a possibilidade de que a matéria no vazio e ao seu redor exerça um fluxo de saída, distorcendo assim as medições da taxa de expansão observada em objetos cósmicos.

A explicação parcial ajuda a compreender por que objetos próximos estão expandindo seu fluxo 10% mais rapidamente do que a taxa prevista pela radiação de fundo.

Por outro lado, esses resultados desafiam as convenções estabelecidas em relação à tensão de Hubble e implicariam uma revisão das teorias atuais sobre o funcionamento da gravidade em objetos celestes.

Isso poderia até mesmo impelir uma reconsideração da Teoria Geral da Relatividade, talvez adaptando-a para aplicá-la em escalas cósmicas mais amplas.

Em qualquer caso, se essa teoria recebesse a confirmação necessária, precisaríamos reavaliar completamente nossa compreensão da gravidade construída ao longo dos últimos séculos.

 

Fonte: Olhar Digital

Imagens: PxHere, PxHere

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