‘Einstein e a Bomba’ é o título do novo documentário programado para lançamento na Netflix em 16 de fevereiro. Este filme não só explora a vida pessoal de Albert Einstein, reconhecido como um dos maiores gênios da história, mas também analisa seu relacionamento complexo com a Alemanha Nazista e com a bomba atômica. Sob a direção de Anthony Philipson, o renomado ator irlandês Aidan McArdle traz à vida o físico alemão.
Através da seleção de momentos-chave da vida de Einstein, combinados com imagens de arquivo e dramatizações, o documentário busca oferecer uma compreensão objetiva de como o trabalho de Einstein “alterou irrevogavelmente o curso da história”.
Embora muitos associem diretamente Einstein à criação da bomba atômica, uma das invenções mais mortais e destrutivas da humanidade, é importante notar que o físico teórico americano Julius Robert Oppenheimer é amplamente considerado o “pai” dessa arma.
A verdadeira relação de Einstein com essa invenção é uma questão complexa que o documentário se propõe a esclarecer.
A equação de Einstein
Em 1905, Einstein publicou dois artigos fundamentais sobre a Teoria Especial da Relatividade, introduzindo propriedades até então inéditas da luz e do tempo.
Em contraste com o entendimento estabelecido pela comunidade científica, Einstein propôs que massa e energia eram manifestações diferentes de uma mesma entidade, dando origem à famosa equação E = mc².
Essa proposição, de forma simplificada, abriu caminho para a exploração de novas formas de energia. Em dezembro de 1938, os físicos alemães Otto Hahn e Fritz Strassman identificaram um processo conhecido como fissão nuclear, no qual o núcleo de um átomo é fragmentado, liberando uma quantidade imensa de energia.
Esta descoberta foi o ponto de partida para as investigações que levariam à criação da bomba atômica.
Projeto Manhattan
Nos meses subsequentes à descoberta de Hahn e Strassman, a Alemanha mergulhou em um período histórico e político turbulento, marcado pela ascensão de Adolf Hitler e o estabelecimento do Terceiro Reich, que desencadeou a eclosão da Segunda Guerra Mundial.
Neste contexto, a tecnologia de fissão nuclear e a potencial utilização de bombas pelos alemães representavam uma ameaça não apenas para a Europa, mas para o mundo inteiro.
É relevante observar que Einstein, juntamente com vários outros cientistas europeus, fugiu da Alemanha em direção aos Estados Unidos durante o regime nazista.
Em agosto de 1939, percebendo o perigo representado pela fissão nuclear nas mãos dos alemães, ele escreveu uma carta ao então presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt, alertando sobre as pesquisas de Hahn e Strassman e apontando a possibilidade de a Alemanha utilizar essa tecnologia para criar armas devastadoras.
Neste contexto, o físico alemão incentivou o governo dos Estados Unidos a iniciar sua própria investigação sobre armas nucleares. Ele destacou a importância de se manter à frente dos nazistas nesse campo em nome da segurança nacional.
Como resposta, Roosevelt estabeleceu um comitê composto por representantes civis e militares para estudar o urânio. Foi isso que eles usaram no processo de fissão nuclear, em 1939, marcando o primeiro passo em direção à criação do Projeto Manhattan.
A guerra, entretanto, eclodiria pouco depois da carta de Einstein, em setembro daquele mesmo ano.
Einstein e a bomba atônica
Inicialmente, o cientista alertou o governo dos Estados Unidos sobre as pesquisas dos alemães e incentivou o início das investigações por parte dos americanos. No entanto, o documentário Einstein e a Bomba mostra que ele também via uma potencial ameaça à segurança nacional.
Isso não apenas por sua origem alemã, mas também devido às suas opiniões políticas de inclinação à esquerda, conforme destacado pelo Business Standard.
Em julho de 1940, sua solicitação de autorização de segurança foi negada pelo Escritório de Inteligência do Exército dos EUA, e os cientistas envolvidos no Projeto Manhattan foram proibidos de consultá-lo.
É importante ressaltar que não se sabe ao certo se Einstein estava interessado em participar do projeto ou não. Além disso, quando questionado mais tarde sobre seu papel nas pesquisas norte-americanas, ele afirmou: “Se eu soubesse que os alemães não conseguiriam desenvolver uma bomba atômica, não teria feito nada”, conforme destacado pelo Museu Americano de História Natural.
A bomba
A conclusão da narrativa sobre o desenvolvimento da bomba atômica é amplamente famosa.
Mesmo após a morte de Hitler em 30 de abril de 1945, a guerra prosseguiu, com os japoneses aliados ao Eixo junto com a Alemanha e a Itália. Enquanto isso, os Aliados se formaram, sendo Inglaterra, França, Estados Unidos e URSS.
No entanto, o conflito chegou oficialmente ao fim em setembro de 1945, após os devastadores bombardeios nas cidades de Hiroshima e Nagasaki em agosto.
Posteriormente, conforme ilustra o documentário Einstein e a Bomba, o cientista criou o Comitê de Emergência de Cientistas Atômicos (ECAS) em 1946, junto de Leó Szilárd. O objetivo era alertar sobre os perigos das armas nucleares e promover exclusivamente o uso pacífico da energia nuclear.
Fonte: Aventuras na História
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