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Alexitimia: como é ser emocionalmente cego

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Normalmente, quando se fala em cegueira as pessoas pensam naquela perda de visão, seja ela total ou parcial. Contudo, em um mundo onde cada vez mais se fala sobre saúde mental é cada vez mais visto que podem existir outros tipos de cegueira, como por exemplo, as pessoas que são cegas emocionalmente. Para isso existe um termo: alexitimia.

Por mais que o termo não seja muito conhecido, a alexitimia tem um aspecto significativo na saúde emocional das pessoas. E o que muitos não sabem é que ela afeta uma parcela grande da população e traz consequências para aqueles que vivem com ela.

O que é

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A alexitimia é um termo que engloba uma faceta única e complexa da emotividade humana. As origens do termo são gregas, e ele significa “sem palavras para emoção”. Ela traduz o desafio que algumas pessoas enfrentam de reconhecer ou articular os seus sentimentos, achando isso às vezes até impossível. No entanto, essa definição é somente a superfície do que ela engloba.

Mais amplamente, a alexitimia não é um estado singular. Ela existe em um espectro. Em uma extremidade estão as pessoas que têm dificuldades ocasionais em expressar suas emoções de forma adequada e sentem que as palavras não conseguem capturar por completo os seus sentimentos. Enquanto isso, na outra, são pessoas que podem estar desconectadas do seu estado emocional que não conseguem reconhecer ou diferenciar sentimentos. Isso faz com que elas sejam emocionalmente cegas.

Isso não é o resultado de uma falta de emoção na própria pessoa. Quem tem alexitimia não é desprovido de sentimento. O ponto principal da questão é a conscientização e verbalização emocional. As pessoas podem ter e experimentar várias emoções, assim como qualquer outra, mas existe uma dificuldade em entendê-las de forma interna e depois em transmiti-las de forma externa. Por conta dessa lacuna entre o sentir e o articular é que essas pessoas podem se confundir a respeito da profundidade emocional dela mesma.

E a experiência da alexitimia não é uma coisa universal. Da mesma forma como as emoções são uma coisa pessoal e bastante variável, essa condição e como ela se manifesta também é. Por isso que algumas pessoas que a têm podem se sentir sobrecarregadas e perceberem um turbilhão de emoções, mas não conseguirem identificá-las ou rotulá-las, enquanto que outras podem sentir como se tivessem um achatamento emocional, em que suas emoções são subjugadas ou atenuadas.

Alexitimia com outros transtornos

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É bem raro que a alexitimia exista sozinha. Geralmente ela se manifesta se relacionando com outras condições psicológicas e médicas. Alguns exemplos são:

Depressão – existe uma sobreposição notável entre as pessoas que são diagnosticadas com depressão e alexitimia. Isso sugere que existe uma ligação entre o reconhecimento emocional e os transtornos de humor.

Transtorno do espectro autista – antes era acreditado que as pessoas autistas não tinham empatia, mas o entendimento de hoje é que essa percepção pode ter acontecido por conta da co-ocorrência com a alexitimia.

Experiências traumáticas – independentemente de qual seja a experiência traumática, ela pode ser a origem para a alexitimia.

Doenças neurológicas – algumas doenças como Alzheimer, Parkinson, Huntington e condições como lesões cerebrais e AVC podem ter sintomas de alexitimia.

Sintomas

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Sabendo o que é, a alexitimia pode parecer ser uma coisa abstrata. Mas na realidade as suas manifestações são tangíveis. Tanto é que existem alguns sintomas principais para a condição. São eles:

Desapego emocional – uma aparente indiferença para situações que geralmente provocam reações emocionais fortes.

Dificuldade em interpretar emoções – seja para as próprias emoções ou para a dos que estão ao redor.

Confusão fisiológica – no caso, é uma luta para relacionar as sensações físicas, como um coração acelerado, a algumas emoções específicas.

Diagnóstico

A alexitimia não é reconhecida formalmente nos manuais de diagnósticos primários, como o DSM-5. Por conta disso, para que ela seja diagnosticada existe um processo meticuloso. Ele é feito por:

Questionário e entrevistas – para um diagnóstico preliminar é essencial ter as respostas de um paciente para questões específicas e experiências relatadas.

Testes médicos – através de ressonâncias magnéticas é possível estudar a insulina e outras áreas cerebrais e ver possíveis anomalias estruturais e funcionais.

Avaliação holística – como a alexitimia se sobrepõe a outras condições, saber o histórico médico completo e ter uma avaliação é essencial.

Tratamento

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Assim como visto com várias condições psicológicas, ainda não existe um tratamento universal para a alexitimia. Contudo, ela pode ser tratada com uma combinação de terapia e medicação adaptadas para as necessidades individuais de cada caso.

Farmacoterapia – são medicamentos usados quando existe uma outra condição, como depressão ou ansiedade, junto com a alexitimia. Isso pode diminuir os efeitos dela.

Terapias de conversação – as pessoas podem desvendar ou entender suas emoções fazendo terapia cognitivo-comportamental (TCC), psicoterapia ou sessões em grupo.

Fonte: Mistérios do mundo

Imagens: Jataí news, LinkedIn, Feuso, CNN

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