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Almas gêmeas realmente existem?

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Algumas pessoas esperam anos por sua alma gêmea. Alguns acreditam fielmente nisso e decidem trilhar caminhos em busca do par perfeito. Especialistas afirmam que o fato de uma pessoa acreditar ou não em almas gêmeas está profundamente enraizado nas circunstâncias pessoais e na psicologia. Mas, como esse desejo se tornou tão popular?

O surgimento do conceito de almas gêmeas

A expressão “alma gêmea” surgiu no século 19. Seu primeiro uso registrado é de 1822, em uma carta escrita pelo poeta Samuel Taylor Coleridge. Ele escreveu: “para ser feliz na vida de casado… você precisa ter uma alma gêmea”.

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Coleridge tinha uma vida amorosa infeliz. Ele se casou principalmente devido às pressões sociais e passou a maior parte do casamento longe da sua esposa, até que eles acabaram se separando. Mas, apesar de Coleridge não ter encontrado sua alma gêmea, o conceito instituído por ele persistiu e a popularidade do par perfeito disparou nas últimas décadas.

Discussões sobre o assunto

Brad Wilcox, professor de sociologia e diretor do Projeto Nacional de Casamentos da Universidade da Virgínia, nos Estados Unidos, observa um aumento do apelo das almas gêmeas desde os anos 1970, segundo a BBC. “As pessoas agora estão mais dispostas a procurar relacionamentos que as façam felizes e realizadas”, afirma ele.

“Isso também é facilitado pela prosperidade sem precedentes no mundo ocidental, que tornou as pessoas menos dependentes do casamento para sobrevivência econômica. Houve uma mudança de uma visão pragmática do casamento para um modelo mais expressivo de casamento de almas gêmeas, em que as expectativas das pessoas são mais psicológicas e menos materiais”, completou Wilcox.

Já o professor de religião do Skidmore College (nos Estados Unidos), Bradley Onishi, também se dispôs a entender o conceito de almas gêmeas, de acordo com a BBC. Segundo Onishi, o que ele chama de “mito da alma gêmea” indica que a solidão e o isolamento “são apenas temporários – que algum dia chegará um final feliz no qual nos uniremos ao nosso par perfeito que nos compreende em todos os níveis, protegendo-nos dos perigos, e que dará imenso significado à nossa vida”, explicou.

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Ele indica que, para muitos de nós, acreditar em uma alma gêmea é uma forma de construir uma narrativa da busca do amor. “O mito da alma gêmea é muito bom para nos livrar dos primeiros encontros ruins, dos rompimentos, das esperanças perdidas e das desilusões, formando uma história que diz que ‘algum dia, tudo isso será resolvido'”, afirma Onishi.

Almas gêmeas existem?

Estudos comportamentais acerca de relacionamentos indicam que as pessoas que acreditam em almas gêmeas tendem a ter a chamada mentalidade “do destino”. Como estão esperando uma pessoa perfeita, elas são mais propensas a duvidar do seu relacionamento ou a achar que alguns problemas podem ser indicativos de que aquela pessoa não é a certa. 

Por outro lado, pessoas que não vivem esperando por uma alma gêmea tendem a buscar soluções para os problemas do casal e se empenhar para dar certo com o parceiro (a). “A expectativa de que algo será instantaneamente perfeito para sempre só gera desilusões e ressentimentos, porque é simplesmente algo fora da realidade”, afirma a psicóloga britânica, Ruth Micallef, à BBC. 

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“Alguns dos relacionamentos mais bem sucedidos são de casais que passaram anos apoiando um ao outro ao longo das mudanças pessoais por que passaram e nunca esperaram que o outro fosse ‘tudo’ ou ‘perfeito'”, afirma ela.

A escolha de acreditar ou não em almas gêmeas é subjetiva e depende das convicções de cada um. No entanto, conforme explicitado acima, pesquisadores indicam que a opção de esperar por uma alma gêmea pode fazer com que as pessoas se frustrem em relacionamentos ou que depositem todas as suas expectativas e esperanças no parceiro. 

No entanto, isso não prova que não existam pessoas especiais e predestinadas a cada um, mas sim que esse comportamento pode ser frustrante para quem idealiza aquele que deve estar ao seu lado. Todas as pessoas são passíveis de erros e aprendizados e, caso isso passe a ser bem aceito, é possível que os relacionamentos se tornem mais naturais e até mesmo mais felizes.

Fonte: BBC

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