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Alunos de 5 e 6 anos escrevem carta para menina que chorou após mulher dizer que ‘não existe princesa preta’

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O Centro de Educação Infantil Juliana Pires, em Goiânia, ensinou a uma turma de crianças a importância do amor ao próximo, respeito e educação. Isso porque a professora Romilda Mendes ajudou seus alunos de 5 e 6 anos a escrever uma carta para Ana Luísa.  A menina chorou após ouvir que “não existe princesa preta” em Anápolis, a 55 km da capital goiana.

“Nossas famílias nos ajudaram a descobrir que sim, existem princesas pretas, brancas e pardas, na Disney e no mundo real. Na Disney, temos a princesa negra Tiana, também temos princesas de outras cores como: Moana, Pocahontas e Jasmine e vimos o trailer da nova sereia da Disney que é linda. As princesas negras reais são da África, conhecemos algumas […]”, disseram as crianças em um trecho da carta.

Racismo na infância

Ana Luísa princesa preta

Luciana Cardoso/Arquivo Pessoal

Dessa forma, a professora contou que os alunos aprenderam sobre as diferenças e levaram para casa uma lição que deve durar para toda a vida e ser implementada em qualquer atividade de sala de aula. A pequena Ana Luísa foi vítima de racismo em 2020, quando tinha apenas 10 anos.

“Eu trouxe, para problematizar, essa notícia da Ana Luísa, que eu tive conhecimento há 2 anos e me incomodou muito. A reação das crianças foi a mesma que eu tive, elas sentiram a dor da criança”, explicou a professora.

Em 2020, quando Ana Luísa escutou o comentário racista, enquanto brincava com outra criança em um parque, ela decidiu escrever uma carta para a mãe. “Mamãe, é verdade que não existe princesa preta? Eu fui brincar, a mulher falou. Fiquei triste e com medo de contar para você. Ela falou que não tinha princesa preta. Eu chorei, mamãe”, escreveu a menina.

Na época, sua história repercutiu e causou uma forte comoção em todo o país. Hoje, com 12 anos, Ana Luísa e sua mãe se emocionaram com a homenagem feita pelos alunos, que são de Goiânia.

“Ela [a mulher que fez o comentário racista] não devia ter falado aquilo para uma criança que tinha apenas 10 anos. Queria agradecer as crianças, a professora, fiquei feliz por elas saberem que não podem ‘fazer’ racismo com outras crianças”, falou a adolescente.

“Essa homenagem foi muito importante e eu fiquei muito feliz, é algo que jamais deve ser esquecido para que jamais se repita. Que a minha filha possa ser exemplo para que não aconteça com outras crianças. Existem sim princesas negras, olha aqui a Ana Luísa, é um exemplo”, falou Luciana Cristina Cardoso, mãe da menina.

Painel de princesas

A turma de pequenos conheceu Ana Luísa por chamada de vídeo e chegou a conversar com ela. “Quero que você seja sempre feliz”, falou um aluno. “A gente está fazendo isso por você. Para você ser muito feliz”, comentou outra criança. Além da carta, a turma montou um painel com fotos de princesas de cor, tanto da vida real quanto da ficção.

Reprodução/TV Anhanguera

A Pequena Sereia

Em julho de 2019, a Disney anunciou que havia escolhido a atriz Halle Bailey para interpretar o papel principal da princesa Ariel no próximo remake de “A Pequena Sereia”.

Assim sendo, alguns fãs da Disney ficaram encantados com a ideia de uma nova visão da amada história de infância, principalmente por causa da diversidade que Bailey adicionaria. No entanto, muitas pessoas manifestaram indignação com essa mudança na cor de pele da personagem principal que – por sinal – não afeta em nada na narrativa.

Então, eles ameaçaram boicotar o lançamento do filme, argumentando que não eram racistas, mas que simplesmente não podiam aceitar uma atriz que parecia tão diferente da Ariel original de 1989.

Agora que as filmagens finalmente terminaram, após contratempos devido à pandemia do COVID-19 em 2020, a desculpa popular para a reação contra o filme ainda é a “nostalgia branca” – os fãs se lembram de Ariel com uma certa aparência e esperam seu live-action.

Embora a maioria dos comentários e críticas sejam relativamente mansos – embora sem dúvida mascarando preconceitos profundamente enraizados – as reações de alguns fãs vão além do racismo limítrofe. Por exemplo, uma pessoa chegou ao ponto de editar a miniatura do trailer do filme, clareando a pele e mudando o cabelo de Bailey para cabelos mais lisos. Os locs são algo que a atriz estava especialmente animada para incluir no filme.

“Meu cabelo, por exemplo – incorporar meus locs no cabelo ruivo foi algo muito especial para mim”, disse Bailey em entrevista à Entertainment Weekly. Os locs de Bailey são um penteado tipicamente preto – mais uma diferença visual que os aspirantes a puristas da Disney simplesmente não podem tolerar.

Ariel

O alvoroço sobre o novo visual da Pequena Sereia não tem nada a ver com quem é a personagem Ariel em sua essência. Na verdade, Rob Marshall, diretor do filme, ficou surpreso com o quanto da princesa ele podia ver em Bailey desde o início.

“Ficou bem claro que Halle possui essa rara combinação de espírito, coração, juventude, inocência e substância – além de uma voz gloriosa – todas as qualidades intrínsecas necessárias para desempenhar esse papel icônico”, disse Marshall em comunicado oficial de julho de 2019.

Vale ressaltar ainda que Trítão possui sete filhas para representar cada um dos mares. Ariel, a mais nova e protagonista do filme, representa o mar Vermelho, o que confere a coloração de seu cabelo, mantido no filme prestes a ser lançado. Assim, como o Mar Vermelho se localiza no norte da África, a Ariel ter a pele retinta é, de certa forma, como deveria ter sido desde o início. O que a reação do público ressalta, no entanto, é a intolerância da sociedade à beleza não eurocêntrica.

Fonte: G1

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