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O Zoológico de Chester registrou o momento surpreendente do nascimento de uma filhote fêmea de rinoceronte-negro oriental. O evento aconteceu no último dia 12 de novembro, na Inglaterra.
A espécie sofre com ameaças de extinção, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Existem menos de 600 rinocerontes-negros-orientais nas regiões de Quênia, Tanzânia e Ruanda.
Emma Evison, gerente da equipe de rinocerontes do Zoológico de Chester, falou sobre o caso em comunicado.
Ela afirma que, ao longo de mais de um século, essa espécie tem sido alvo de caça e abate por seus chifres. Posteriormente, eles são vendidos nos mercados ilegais de vida selvagem.
Por isso, o surgimento desse filhote fêmea representa um passo positivo quanto à preservação do rinoceronte-negro.
O nascimento foi resultado de um programa de reprodução de espécies ameaçadas em zoológicos de conservação europeus, no qual o Chester Zoo desempenha um papel ativo. A filhote veio ao mundo às 14h45, horário local, após uma gestação de 15 meses.
A responsável diz que todos esperam por isso há mais de um ano, e é comum que as mães deem à luz durante o dia. Por isso, prepararam-se e conseguiram registrar tudo em vídeo.
Recepção
A mãe da filhote de rinoceronte se chama Zuri, e demonstra estar encantada com a presença da sua nova cria.
A gerente diz que, até agora, mãe e filha têm sido inseparáveis, com a pequena se alimentando regularmente e já demonstrando crescimento em tamanho e peso.
Também indica que ela é incrivelmente curiosa e cheia de energia, o que é ‘simplesmente maravilhoso’ de se observar.
O Zoológico de Chester tem desempenhado um papel crucial na proteção de rinocerontes-negros, como Zuri e sua filhote, no Quênia, desde 1999.
Em junho de 2019, o zoológico liderou um projeto que possibilitou a transferência de um grupo da espécie, criado em zoológicos europeus, para o Parque Nacional de Akagera, em Ruanda.
Via Wikimedia
Estudos de preservação
Além dessa iniciativa, Mike Jordan, diretor de Animais e Plantas do zoológico, destaca que o Chester Zoo abriga o único laboratório endócrino em um zoológico no Reino Unido.
Nesse laboratório, desenvolvem-se habilidades e técnicas para rastrear os hormônios dos rinocerontes, por meio da análise detalhada de suas fezes.
Essa tecnologia está sendo transferida para um laboratório especializado no Quênia, onde o Zoológico de Chester colabora com o governo queniano e diversos parceiros para a preservação do rinoceronte-negro-oriental, que é alvo do comércio ilegal de vida selvagem.
O zoológico ressalta que a demanda por chifres de rinoceronte, impulsionada pelo mercado tradicional de medicina asiática, resultou na redução de 95% da população de rinocerontes africanos devido à caça furtiva.
Contudo, informações divulgadas em 2023 indicam que, pela primeira vez em mais de uma década, o número de rinocerontes registrou um ligeiro aumento em toda a África, resultado dos esforços bem-sucedidos de conservação.
Jordan declara que Zuri e o filhote são uma evidência incontestável para os conservacionistas de Chester e ao redor do mundo. Todos se empenham para proteger esses animais incríveis e garantir muitos anos no futuro.
Rinocerontes-negros
Os rinocerontes-negros (Diceros bicornis) são uma espécie que é nativa da África.
Eles se caracterizam por seus lábios mais pontiagudos em comparação com os rinocerontes-brancos, adaptados para comer arbustos e galhos.
Infelizmente, estão criticamente ameaçados de extinção. A caça furtiva, impulsionada pela demanda por seus chifres, é uma das principais ameaças a essa espécie.
Estima-se que restem menos de 5.000 rinocerontes-negros na natureza. Suas populações estão distribuídas principalmente em algumas reservas e parques nacionais na África.
Atualmente, eles vivem em diversas paisagens, desde savanas até florestas, mas têm uma preferência por áreas com vegetação densa.
Comportamento
Via PxHere
Além disso, os rinocerontes-negros são geralmente animais solitários. Os machos podem ser territorialistas e podem ser agressivos em relação a outros machos.
A gestação normal dura cerca de 15 meses, e eles geralmente têm um único filhote por vez, como no caso de Zuri.
Ainda, assim como o zoológico, outras organizações ao redor do mundo estão envolvidas em programas de reprodução em cativeiro e esforços de conservação para tentar salvar essa espécie da extinção.
Mesmo assim, ainda são um atrativo para os caçadores, principalmente por seus chifres. Existe uma crença tradicional em algumas culturas, especialmente na medicina asiática, de que os chifres têm propriedades medicinais, o que impulsiona o comércio ilegal.
Fonte: Revista Galileu
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