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América do Norte pode ficar sem energia em 2024 por causa das mudanças climáticas

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O alerta da North American Electric Reliability Corporation (NERC) é claro: ondas de calor, nevascas e tempestades intensas podem deixar mais de 300 milhões de pessoas sem energia em 2024 em grande parte da América do Norte.

Essa agência regulatória internacional da rede elétrica dos Estados Unidos e Canadá prevê que apenas em 2028 o risco de insegurança energética será reduzido. Isso porque as mudanças climáticas são cada vez mais frequentes causadas pelo aquecimento global.

De acordo com o relatório da NERC, a maioria das regiões em Canadá e Estados Unidos não possui capacidade energética suficiente para suportar extremos climáticos.

Além disso, atualmente, não existem tecnologias que possam lidar com a sobrecarga durante eventos de calor ou frio intensos, ou em casos de falhas nas redes de transmissão e distribuição.

O relatório destaca que, mesmo em condições climáticas normais, os habitantes de algumas áreas podem enfrentar cortes de energia devido à fragilidade da rede.

Johan Cavert, do Niskanen Center em Washington, alerta que a maioria das regiões, incluindo Nova York e a Costa Oeste americana, enfrenta um risco elevado ou muito alto de ficar sem energia.

Via Freepik

Por que?

As mudanças climáticas afetam a produção de energia de diversas maneiras, principalmente devido às alterações nos padrões climáticos e eventos extremos associados ao aquecimento global.

Inicialmente, existe um aumento na frequência e intensidade de eventos climáticos extremos, como tempestades, furacões, enchentes e secas. Isso pode danificar infraestruturas de energia, interrompendo a produção e distribuição de eletricidade.

Além disso, essa condição leva a condições mais extremas de calor ou frio, gerando um aumento na demanda por energia para aquecimento e resfriamento, o que pode sobrecarregar as redes elétricas.

O aumento do nível do mar e eventos climáticos extremos também podem comprometer a infraestrutura crítica, como usinas de energia, linhas de transmissão e subestações, resultando em danos e interrupções na produção.

Além disso, existem impactos na disponibilidade de recursos naturais utilizados na produção de energia, como água para usinas hidrelétricas.

Enquanto isso, alternativas também se tornam menos possíveis. As mudanças afetam a disponibilidade e a confiabilidade das fontes de energia renovável, como solar, eólica e hidrelétrica. Isso porque alterações nos padrões de vento, incidência solar e padrões de chuva podem afetar a produção dessas fontes.

Além disso, o aumento da temperatura da água em corpos d’água naturais pode afetar a capacidade de resfriamento de usinas nucleares, levando a restrições na produção de energia ou até mesmo desligamentos temporários.

Via Freepik

Como não ficar sem energia?

Com o aquecimento global eminente, não existem alternativas para reverter esse cenário a curto prazo.

Dessa forma, a América do Norte precisará apenas lidar com os desafios do abastecimento, e procurar as soluções de menor impacto.

Por exemplo, seria interessante investir e acelerar a transição para fontes de energia renovável, como solar, eólica, e biomassa.

Essas fontes são menos dependentes de condições climáticas específicas e contribuem significativamente para a redução das emissões de gases de efeito estufa.

Incentivos financeiros, políticas governamentais favoráveis e parcerias público-privadas podem impulsionar o desenvolvimento e a implementação dessas tecnologias.

Mesmo também sendo afetadas pelas condições extremas, a dependência seria menor, com maior chance de armazenamento para distribuição emergencial.

Além disso, é fundamental fortalecer a resiliência da infraestrutura energética para enfrentar eventos climáticos extremos.

Isso envolve investimentos em tecnologias mais robustas, como redes inteligentes, armazenamento de energia eficiente e atualização de redes de transmissão para suportar condições adversas.

Ainda, a implementação de práticas de construção e arquitetura mais resistentes aos impactos climáticos pode ajudar a mitigar os danos causados por eventos extremos.

Enquanto não se reverte essa condição natural, é necessário buscar soluções rápidas para evitar uma crise de escala global.

 

Fonte: Terra

Imagens: Freepik, Freepik

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