Ao redor do mundo todo existem várias descobertas a serem feitas. Algumas são impressionantes, como por exemplo, o descobrimento da localização de um navio que naufragou na década de 1970. Essa descoberta foi feita por pesquisadores que estavam em um navio RV Investigator, no dia 12 de abril, na costa oeste da Tasmânia e anunciado pelo órgão de investigação científica australiano Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation (CSIRO).
Nessa expedição, o objetivo principal dos pesquisadores era estudar um deslizamento submarino gigante na plataforma continental da região. No entanto, eles também aproveitaram que já estavam por lá e investigaram também um naufrágio não identificado.
Através da batimetria, que é uma técnica que usa sondas, os pesquisadores mapearam o navio naufragado e depois fizeram uma inspeção visual usando dois sistemas de câmeras subaquáticas. Com tudo isso feito, foi revelado que o navio, que estava a aproximadamente 150 metros de profundidade, com uma preservação intacta, tinha os mesmos tamanhos do M.V. Blythe Star.
Navio encontrado
Quando os pesquisadores souberam disso, eles manobraram as câmeras subaquáticas tanto na proa como na popa da embarcação à procura de características que confirmassem a identidade do barco. E depois de fazer uma comparação com fotos históricas, a inspeção visual reconheceu o naufrágio por conta da palavra “star” na proa.
Por mais que o navio estivesse bem conservado, várias algas tinham crescido nele. “Muitas criaturas marinhas agora o chamavam de lar, com cardumes de peixes, lagostins e várias focas filmadas pelas câmeras subaquáticas. Espera-se que a batimetria e as imagens de vídeo coletadas possam fornecer informações adicionais para ajudar a responder a perguntas sobre o que causou o naufrágio da embarcação”, disseram os pesquisadores.
De acordo com o CSIRO, “confirmar o local de descanso do Blythe Star tem um significado importante para muitos na comunidade”.
Naufrágio
No dia 12 de outubro de 1973, o M.V Blythe Star, um cargueiro costeiro de 44 metros saiu da costa da cidade de Hobart, na Austrália, para a ilha de King Island, no estado australiano da Tasmânia. Ao todo, tinham 10 tripulantes a bordo e mais a carga que era de cerveja e fertilizante.
Depois de dias, o navio desapareceu de forma misteriosa. Isso resultou na maior busca marítima já feita na Austrália até aquela época. Passados sete dias e sem nenhum resultado, a procura pela tripulação e pelo navio foi encerrada.
A realidade foi que, na manhã de sábado, dia 13 de outubro de 1973, o navio afundou na costa sudoeste da Tasmânia. Felizmente, os 10 tripulantes conseguiram escapar usando um bote salva-vidas inflável.
Os tripulantes ficaram à mercê das correntes do oceano até que chegaram em uma praia no sopé de penhascos íngremes na Península Forestier. Mesmo na praia, três dos tripulantes acabaram morrendo antes de encontrar ajuda.
No dia 24 de outubro de 1973, três sobreviventes do naufrágio escalaram os penhascos e andaram pela mata fechada até encontrarem socorro. Depois que eles disseram que eram da tripulação do Blythe Star, as primeiras palavras que eles teriam ouvido foram: “Não, vocês estão todos mortos”.
Depois que essa tragédia aconteceu, mudanças nas leis de segurança marítima na Austrália foram feitas.
Descoberta
O oceano ainda consegue surpreender bastantes todos os pesquisadores. Tanto é que descobertas de naufrágios que aconteceram há tempos são feitas com certa frequência, como o descobrimento desse navio que naufragou há 106 anos. O navio, chamado Endurance, foi encontrado por uma equipe de cientistas nas profundezas do oceano.
Depois de duas semanas de buscas feitas no Mar de Weddell, a embarcação foi identificada com a ajuda de um drone submarino. O navio encontrado fez parte da expedição do explorador Ernest Shackleton, em 1915. Passados mais de 100 anos, ele foi encontrado por uma equipe a bordo do Endurence22.
A embarcação foi achada a 3.008 metros de profundidade no Mar de Weddell. De acordo com a própria equipe de cientistas, a descoberta do Endurance foi um verdadeiro feito histórico. Até porque, a busca pelo naufrágio desse navio era uma das mais desafiadoras do mundo.
“Realizamos importantes pesquisas científicas em uma parte do mundo que afeta diretamente o clima e o meio ambiente global”, disse John Shears, líder da expedição.
O navio naufragado tinha 43 metros de comprimento e comportava três mastros. O objetivo de Shackleton, em 1915, era fazer com que a sua fosse a primeira expedição a alcançar o continente congelado. Contudo, o Endurance ficou preso quando o gelo marinho de Weddell começou a ficar mais espesso.
À medida que o gelo ficava mais grosso, ele começou a esmagar o navio. Vendo isso, a equipe de Shackleton abandonou a embarcação porque viu que o naufrágio era uma coisa inevitável. Felizmente, os tripulantes conseguiram sobreviver tendo remado 1.300 quilômetros até a ilha de Geórgia do Sul em um bote baleeiro.