Por volta de 60 a.C., um navio naufragou na costa nordeste de uma pequena ilha, chamada Aigila. Em suma, a ilha está localizada no estreito entre Creta e o Peloponeso. Não se sabe ao certo o porte exato do navio. No entanto, acredita-se que era um navio mercante, com cerca de 40 metros de comprimento. Além das ânforas usuais que continham vinho ou outras mercadorias, o navio também carregava antiguidades, mármore estatuário e vidro.
Basicamente, as antiguidades tinham cerca de um século. Em contrapartida, os outros objetos eram de fabricação recente. Aparentemente, também havia passageiros. Os restos do navio foram descobertos entre 1900 e 1901. A maioria dos objetos recuperados eram mais antigos que o próprio navio.
A origem dos objetos
Analogamente, acredita-se que muitos dos objetos foram fabricadas em Rodes e Kos, no Dodecaneso, perto de Éfeso, na Ásia Menor. Há indícios também que mostram que alguns objetos são originários da Costa Adriática Italiana.
O mármore, por sua vez, é pariano. Provavelmente, o mármore era oriundo da região do Egeu, talvez Delos ou Pergamon. Já o vidro era siro-palestino ou egípcio. Dentre tais objetos, destaca-se também 32 moedas de prata de Pérgamo e Éfeso, bem como moedas antigas de Katane, na Sicília, e Cnidos, na Ásia Menor.
Em suma, as últimas moedas de prata foram cunhadas entre 76 e 67 aC, fornecendo a evidência mais firme de que o naufrágio ocorreu após 76 e provavelmente dentro de uma ou duas décadas depois daquele ano.
Acredita-se que parte da carga do navio havia sido transportada por navios menores para Delos, local onde o navio havia sido carregado. Além disso, acredita-se também que havia passageiros a bordo. Afinal, a presença de passageiros em uma embarcação, desse tipo não seria incomum.
Em suma, o que não se sabe é se o navio havia sido carregado em um ou mais portos do Egeu. Em contrapartida, a localização de seus destroços mostra que o navio estava indo para o Mediterrâneo ocidental. O objetivo era descarregar a carga, em portos do mar Adriático ou mais a oeste.
Além de todos os artefatos, que compunham a carga, há um que não foi mencionado: um objeto mecânico, composto de madeira e, obviamente, de metal, cuja forma e dimensões assemelham-se a uma caixa de sapatos.
O objeto misterioso
Embora provavelmente não chamasse tanta atenção como os outros artefatos, o objeto, ao que parece, foi considerado o computador mais antigo do mundo. Embalado com segurança dentro de um recipiente forte o suficiente para protegê-lo de danos ocasionais durante a viagem, o objeto foi utilizado para prever posições astronômicas e eclipses para fins calendáricos e astrológicos.
O objeto, em suma, é formado por placas de bronze retangulares, compostas por duas faces: uma frontal e outra traseira. As placas foram emolduradas por uma caixa de madeira, que possuía uma espécie de manivela saindo do meio de um dos lados de madeira.
A característica dominante da face frontal seria um mostrador circular, cercado por duas escalas concêntricas em forma de anel e com um conjunto complicado de ponteiros saindo do centro.
Basicamente, a maior parte da face traseira é ilustrada por duas ranhuras em espiral, com escalas inscritas ao longo delas e ponteiros radiais de construção. Além disso, há também três mostradores circulares menores, com ponteiros mais simples.
Em toda a escala do mostrador, nos espaços ao redor do mostrador e também nas placas de bronze que estavam armazenadas nas faces da máquina, há textos gravados em grego.
O botão do lado indica que todos os ponteiros eram movidos, embora em diferentes direções. A placa frontal também poderia ser removida para mostrar, por trás dela, um mecanismo de engrenagens interconectadas.
Comentários