Ciência e Tecnologia

Astrônomos descobrem a galáxia morta mais antiga do Universo

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Os astrônomos utilizaram o Telescópio Espacial James Webb para identificar a galáxia mais antiga já registrada, uma galáxia morta, que remonta aos primórdios do universo.

Esta descoberta representa uma das explorações mais profundas já realizadas do cosmos.

A galáxia surgiu quando o universo tinha apenas cerca de 700 milhões de anos e, apesar de sua idade atual ser de aproximadamente 13,8 bilhões de anos, seu processo de formação estelar foi abruptamente interrompido em estágios iniciais.

Este fenômeno ocorreu quase instantaneamente após o início da formação estelar no universo, mais de 13 bilhões de anos atrás. A causa dessa interrupção precoce ainda permanece um mistério para os pesquisadores.

Os detalhes dessa descoberta foram compartilhados em um relatório publicado na revista Nature em 6 de março.

Os autores reforçam que o estudo dessa galáxia pode proporcionar novas perspectivas sobre as origens do universo e os fatores que influenciam a formação estelar em sua vastidão.

Via Wikimedia

Especialistas explicam

Tobias Looser, o autor principal do estudo e doutorando em astrofísica extragaláctica no Instituto de Kavli de Cosmologia da Universidade de Cambridge, descreveu as primeiros centenas de milhões de anos do universo como uma fase altamente ativa, na qual numerosas nuvens de gás colapsavam para originar novas estrelas.

Ele comparou esse período ao de um buffet, em que as galáxias tinham acesso a um suprimento abundante de gás para sua formação estelar.

A equipe de pesquisa ficou surpresa ao identificar uma galáxia morta que teve uma vida breve e intensa logo após o Big Bang, responsável pela criação do Universo.

Normalmente, é apenas mais tarde que os cientistas conseguem estudar as galáxias, quando acaba sua formação estelar, geralmente devido à presença de um buraco negro ou outros fatores.

Como surge uma galáxia morta?

A cessação da formação estelar ocorre quando fatores ambientais privam uma galáxia do gás essencial para iniciar o surgimento de novas estrelas.

Buracos negros de grande massa ou interações violentas entre estrelas são possíveis culpados por expelir o gás das galáxias. Isso interrompe abruptamente a formação de estrelas.

Alternativamente, o próprio processo de nascimento estelar pode consumir tanto gás que não há tempo suficiente para seu reabastecimento. Assim, impede a continuidade do processo no futuro.

Os cientistas não têm certeza se algum desses cenários pode explicar o que observaram com o Webb.

Até agora, para compreender o Universo, eles usaram modelos baseados na configuração moderna do cosmos. No entanto, agora os astrônomos conseguem vislumbrar profundamente o passado e observar a rápida supressão da formação estelar nesta galáxia. Assim, pode ser necessário reexaminar os modelos que já existem.

As observações do Telescópio Espacial James Webb revelaram que a recém-descoberta galáxia, que leva o nome de JADES-GS-z7-01-QU, teve um surto breve e energético de formação estelar. Aparentemente, durou entre 30 e 90 milhões de anos antes que o processo se interrompesse abruptamente.

Via CNN

Cenário incomum

Vale reforçar que essa galáxia morta que o James Webb encontrou no estudo não é a primeira descoberta, mas é a mais velha que os cientistas observaram até o momento.

Além disso, sua massa era baixa, similar à de um sistema anão próximo à Via Láctea, conhecido como Pequena Nuvem de Magalhães. No entanto, ele ainda está em processo de formação estelar.

Galáxias ‘mortas’ previamente observadas eram consideravelmente maiores, adicionando outra peculiaridade à descoberta feita pelo Telescópio Espacial James Webb.

A galáxia recém-descoberta está situada a bilhões de anos-luz de distância da Terra. Um ano-luz representa a distância que a luz percorre em um ano, equivalendo a mais de 5,88 trilhões de milhas (cerca de 9,46 trilhões de quilômetros).

Portanto, o Webb está observando a galáxia em seu estado passado, e os astrônomos não descartam a possibilidade de que ela possa ter renascido e reiniciado seu processo de formação estelar.

A equipe está em busca de outras galáxias como essa, ainda em seus primórdios do universo. Isso ajudará a entender melhor as condições sob as quais as galáxias cessam a formação de novas estrelas.

Assim, pode ser que a galáxia morta seja momentânea e ‘ressuscite’ depois, mas é preciso observar para saber.

 

Fonte: CNN

Imagens: CNN, Wikimedia

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