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Bioplástico pode não ser tão sustentável quanto imaginávamos

Bioplástico pode não ser tão sustentável quanto imaginávamos
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De acordo com um estudo publicado na revista científica Environment International, o bioplástico pode não ser tão sustentável quanto imaginávamos. Essa foi uma conclusão alcançada após a análise de 43 produtos diferentes com bioplástico. Isso inclui, por exemplo, talheres, embalagens de chocolates, garrafas de refrigerante e rolhas de vinho.

O bioplástico surgiu em uma tentativa de criar alternativas para um mundo mais sustentável. Assim, diferente do plástico tradicional, ele consegue se decompor facilmente no solo. No entanto, segundo o foi descoberto recentemente, o material pode não ser tão seguro como imaginávamos.

Do que é feito o bioplástico?

Atualmente, existem nove tipos de bioplástico no mercado. Dessa forma, eles são desenvolvidos a partir de matérias orgânicas, como algas e outras plantas. Entretanto, com o auxílio de uma análise genética chamada bioensaios in vitro e também da espectrometria, que analisa interações de determinado material com a luz, novas informações surgiram. Segundo os cientistas envolvidos na pesquisa, aproximadamente 80% dos produtos possuíam mais de 1.000 produtos químicos diferentes. Além disso, alguns deles contando com até 20 mil deles.

Tudo isso acaba por colocar em jogo a eficácia do bioplástico. Com a análise, a pesquisa mostra que, no geral, os materiais biodegradáveis não são mais seguros que o plástico convencional. Porém, isso não significa que todos esses produtos químicos são ruins. Portanto, mais estudos serão necessários para determinar as consequências desses produtos para a saúde humana. No momento, pesquisadores estão se empenhando para entender se esses materiais podem entrar no organismo humano.

Em estudos anteriores, foi descoberto que os bioplásticos comercializados não cumprem o que prometem, uma vez que a proposta é serem compostáveis e biodegradáveis. Na verdade, isso somente acontece se eles forem para instalações específicas, o que não ocorre em muitos dos casos. “Nossos resultados indicam que a maioria (67%) dos bioplásticos e produtos à base de plantas contém produtos químicos tóxicos, bem como um grande número e diversidade de compostos”, afirma o artigo, publicado na revista científica Environment International.

O bioplástico é tão nocivo quanto o plástico tradicional

De acordo com John Hocevar, diretor de campanha para oceanos do Greenpeace nos Estados Unidos, o resultado apresentado pela pesquisa é verdadeiramente preocupante. “Bioplásticos, como todos os plásticos, costumam conter produtos químicos que não são regulamentados, mesmo sabendo que muitos deles podem causar câncer, problemas reprodutivos e outras doenças sérias”, afirma Hocevar. “Antes de introduzir novos materiais, os produtos químicos envolvidos devem ser divulgados, testados e regulamentados”, completa o diretor de campanha para oceanos do Greenpeace nos EUA.

Dito isso, Hocevar também nos lembra que a melhor forma de combater a crise dos plásticos é com soluções alternativas ao uso de materiais descartáveis, uma vez que o bioplástico não é tão sustentável quanto imaginávamos. “Todo mundo sabe que temos que fazer algo em relação ao plástico, mas até agora não houve muito foco na resposta mais óbvia: temos que parar de fazer tanto dele”, afirma Hocevar. “As melhores soluções não envolverão a troca de um tipo de material descartável por outro, mas a mudança de embalagens descartáveis ​​para abordagens de reutilização, recarga e sem embalagem”, completa.

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