Ciência e Tecnologia

Busca por vida fora da Terra está errada, sugere estudo

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Estudos indicam que a busca por vida fora da Terra estaria equivocada, mas as opiniões ainda diferem.

A existência humana como conhecemos depende de cinco elementos essenciais: carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e fósforo.

Em contrapartida a uma crença comum, um artigo elaborado por uma equipe interdisciplinar argumenta que, ao buscar vida em outros planetas, os astrônomos deveriam direcionar sua atenção para a ausência de carbono nas atmosferas, em vez de sua presença.

Os cientistas, incluindo membros do MIT, da Universidade de Birmingham e de outras instituições, sugerem uma abordagem inovadora.

Eles destacam que o telescópio espacial James Webb, da NASA, possui a capacidade de identificar essa característica específica, que é atualmente a única detectável.

A equipe traça uma estratégia para detectar planetas habitáveis, propondo focar em sistemas nos quais planetas de tamanho semelhante orbitam próximos uns dos outros.

A pesquisa, publicada na revista Nature Astronomy no final de dezembro, desafia as abordagens convencionais e destaca a importância de reconsiderar as estratégias na busca por vida extraterrestre.

Vida fora da Terra

Via PIXNIO

Os pesquisadores sugerem a seguinte hipótese: se um planeta semelhante à Terra apresentar significativamente menos dióxido de carbono (CO2) em sua atmosfera em comparação com outros planetas do mesmo sistema, isso pode indicar a presença de água líquida e, por consequência, de vida em sua superfície.

Adicionalmente, o telescópio espacial James Webb, da NASA, tem a capacidade de identificar essa característica específica. Essa e outras habilidades estão se refinando ao longo do uso, mas já existe confirmadamente.

A equipe destaca que a ausência relativa de dióxido de carbono é o único indicador de habitabilidade atualmente detectável.

Julien de Wit, professor assistente de ciências planetárias, comenta em uma entrevista ao portal do MIT que esse é o ‘Santo Graal da ciência de exoplanetas’.

No caso, buscar por mundos habitáveis e sinais de vida fora da Terra é o objetivo final. No entanto, todas as características discutidas até agora estavam fora do alcance dos observatórios mais recentes.

Agora, existe uma maneira de determinar a presença de água líquida em outros planetas, e isso é algo que podemos alcançar nos próximos anos.

Abordagem

No decorrer de sua pesquisa, a equipe desenvolve uma estratégia para identificar planetas habitáveis, focando na detecção de uma assinatura de dióxido de carbono esgotado.

Essa abordagem se revela mais eficaz em sistemas que se assemelham a “ervilhas numa vagem”, nos quais planetas terrestres de tamanho semelhante orbitam em proximidade relativa.

O primeiro passo preconizado pela equipe consiste em verificar a presença de atmosferas nos planetas, realizando uma busca simples pela existência de dióxido de carbono, que se presume ser predominante na maioria das atmosferas planetárias.

Após a confirmação de que vários planetas em um sistema possuem atmosferas, os astrônomos podem proceder à medição do teor de dióxido de carbono, comparando os níveis entre eles.

Se um planeta apresentar significativamente menos dióxido de carbono do que os demais, isso sugere que o planeta é provavelmente habitável.

Controvérsias

Via Freepik

Por outro lado, o artigo ressalta que condições habitáveis não implicam necessariamente na presença de vida fora da Terra.

Para determinar a viabilidade real da existência, a equipe sugere que os astrônomos busquem por outra característica na atmosfera planetária: o ozônio.

Na Terra, os pesquisadores observam que plantas e alguns micróbios desempenham um papel na absorção de dióxido de carbono. Contudo, é em menor medida do que os oceanos.

Mesmo assim, como parte desse processo, esses organismos emitem oxigênio, que reage com os fótons solares, formando ozônio.

Os cientistas afirmam que se a atmosfera de um planeta apresentar indícios de ozônio e falta significativa de dióxido de carbono, é provável que seja não apenas habitável, mas também habitado.

Conforme o especialista afirma, se detectarem a presença de ozônio, as probabilidades são consideravelmente altas de que esteja associado ao consumo de dióxido de carbono pela vida.

E se de fato for vida fora da Terra, seria uma forma ‘extraordinária’. Não apenas algumas bactérias, mas sim uma biomassa em escala planetária. Ela teria capacidade de processar uma quantidade massiva de carbono e interagir de maneira significativa com ele.

Por isso, a equipe estima que o telescópio James Webb teria a capacidade de medir tanto dióxido de carbono quanto possivelmente ozônio em sistemas multiplanetários próximos, como o TRAPPIST-1.

No entanto, vale reforçar que este sistema, composto por sete planetas que orbitam uma estrela brilhante, encontra-se a uma “pequena” distância de 40 anos-luz da Terra.

 

Fonte: Olhar Digital

Imagens: Freepik, PIXNIO

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