Por No sábado (4/5), um helicóptero Seahawk da Marinha Australiana, operando em águas internacionais, foi alvo de flares lançados por um caça chinês, o Chengdu J-10.
Os mísseis passaram a uma distância de 300 metros à frente e 60 metros acima do helicóptero, levando o piloto a executar manobras evasivas para evitar uma colisão.
Este incidente ocorreu enquanto o destróier australiano HMAS Hobart estava envolvido na aplicação de sanções do Conselho de Segurança da ONU contra a Coreia do Norte no Mar Amarelo.
O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, expressou forte descontentamento com o incidente, declarando que o comportamento da China foi inaceitável e não profissional.
Albanese ressaltou que a Austrália usou todos os canais disponíveis, tanto diplomáticos quanto de defesa, para comunicar sua posição a Pequim. Ele também observou que a China ainda não havia feito nenhum comentário público sobre o incidente.
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O que são águas internacionais?
Águas internacionais, também conhecidas como águas livres, são áreas marítimas que não pertencem a nenhum país específico e não estão sob a jurisdição de nenhum Estado costeiro.
Assim essas áreas são regidas pelo direito internacional e são consideradas partes comuns da herança global da humanidade.
Geralmente, as águas internacionais começam a partir da linha de base costeira de um país. Elas se estendem para além das 12 milhas náuticas, que é a zona econômica exclusiva de um Estado.
Dentro dessas águas, todos os navios de todos os países têm o direito de navegar, pescar, realizar pesquisas científicas e exercer outras atividades marítimas legalmente reconhecidas.
No entanto, os países costumam ter o direito de adotar medidas de segurança e aplicar leis internacionais. Por exemplo, as convenções das Nações Unidas sobre direito do mar, para regular certas atividades nessas águas.
Ou seja, o ataque do caça chinês, sendo acidente ou não, comprometeu uma série de normas adotadas pelo bem comum e parceria entre os estados em um território neutro.
Posicionamento
O ministro da Defesa australiano, Richard Marles, reiterou que as ações do caça chinês representavam um risco significativo. Ele considerou, principalmente, as possíveis consequências se o helicóptero fosse atingido pelos flares.
Ele ressaltou que a Austrália manterá seu compromisso com atividades legais internacionais, incluindo a aplicação de sanções da ONU, apesar dos perigos associados a incidentes desse tipo.
Albanese aproveitou a oportunidade para destacar a importância do diálogo e da comunicação entre a Austrália e a China. Ele lembrou que, apesar dos desafios passados, as relações bilaterais melhoraram recentemente. Inclusive, citou a retomada das discussões de alto nível após a suspensão durante o governo anterior da Austrália.
Albanese também mencionou um convite estendido ao presidente chinês, Xi Jinping, para visitar a Austrália, enfatizando uma nova era de diálogo entre os dois países.
Este incidente mais recente destaca as tensões contínuas nas relações entre a Austrália e a China, especialmente em questões de segurança marítima e aplicação de sanções internacionais.
É provável que essa situação seja um tema central nas próximas reuniões bilaterais e em cúpulas internacionais, onde ambos os líderes esperam abordar e possivelmente mitigar essas tensões.
Via Naval
Tensão
Este foi o segundo confronto direto entre Austrália e China nos últimos seis meses. Anteriormente, a Austrália acusou o país de atacar seus navios e comprometer a segurança da tripulação e de aliados japoneses.
Além disso, existe um histórico de tensão comercial e política entre os dois países que parece estar se estreitando com esse incidente envolvendo o caça chinês.
No entanto, a Austrália não parece desejar confrontos diretos, abrindo seus canais de comunicação para uma troca amigável entre os líderes. Mesmo assim, não se calou diante do possível ataque e, mesmo dependendo das relações comerciais diretas e indiretas com a China, se manterá firme na defesa de seus interesses.
Agora, resta saber o posicionamento chinês e explicações sobre o incidente nas águas internacionais.
Fonte: Naval
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