Saúde

Doguinho que usa piscina: será que é higiênico e seguro para humanos?

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Nas plataformas de mídia social, vídeos de cachorro na piscina são muito populares. Algumas contas possuem milhões de seguidores e comentários! No entanto, será que isso faz bem para a saúde humana?

Para responder a essa pergunta, é necessário considerar alguns pontos cruciais:

  • O cão que frequenta a piscina recebe os devidos cuidados e está em boa saúde?
  • Ele é um nadador experiente, familiarizado com a presença humana e com brincadeiras aquáticas?
  • A limpeza tanto da piscina quanto da área circundante é realizada regularmente?

Refletir sobre esses aspectos é fundamental para garantir o bem-estar e a segurança tanto do cão quanto de seus tutores ao compartilhar momentos de lazer aquático.

Se todas essas perguntas receberem uma resposta afirmativa, então o cão não apresenta grandes riscos de transmitir doenças ao humano, as zoonoses, ou causar outros problemas, como acidentes, ao compartilhar a piscina.

No entanto, é importante adotar algumas precauções. Existem algumas informações relevantes e dicas para ajudá-lo a aproveitar melhor a piscina com seu amigo canino.

Nem todo cachorro

Via Freepik

A infectologista adverte que nem todo cachorro na piscina está em condições ideais de saúde. Por exemplo, aqueles não recebem atendimento veterinário regular e não são adequadamente vacinados não devem compartilhar a água com humanos.

Esta precaução se deve ao risco do animal contrair diversas doenças, como raiva canina, cinomose, leptospirose, leishmaniose e giardíase, além de poder contaminar o ambiente da piscina, outros animais e transmitir zoonoses.

Além disso, é importante considerar as necessidades específicas de certos cães.

Aqueles que não são bons na natação, que podem se mostrar agressivos em relação aos tutores, especialmente quando contrariados, ou que possuem características físicas como focinho achatado (como os da raça pug), pernas curtas ou são idosos, requerem atenção especial para evitar acidentes e lesões durante o mergulho inaugural.

Observar e auxiliar o cachorro na piscina ajuda a prevenir possíveis ferimentos, tanto para o animal quanto para o tutor, como pulos, mordidas e arranhões.

Por outro lado, o pediatra Nelson Douglas Ejzenbaum, membro da APA (Academia Americana de Pediatria), desaconselha a presença de crianças nadando com os cães.

Isso porque os animais não têm controle sobre a eliminação de urina, diarreia e vômito dentro da piscina, e existe a chance de ingerir volumes de água contaminada.

Perigos fora da água

Com a presença de pulgas, existe o risco delas saírem dos pelos do animal e se espalharem pelo chão ao redor da piscina. Estes parasitas têm a capacidade de sobreviver fora do corpo de um cão ou gato, especialmente em ambientes úmidos com a presença de matéria orgânica em decomposição, até encontrarem um novo hospedeiro.

Isso já seria suficiente para contaminar a água da piscina e a área ao seu redor com diversos agentes infecciosos, incluindo:

  • Cryptosporidium: um protozoário resistente ao cloro;
  • Pseudomonas: bactérias de difícil controle, que são facilmente disseminadas e resistentes a vários desinfetantes;
  • Shigella: responsável por diarreia e vômito;
  • Escherichia coli: pode causar infecções urinárias e gastroenterites em humanos;
  • Giardia: os cistos liberados nas fezes de cães infectados podem causar infecções intestinais.

A urina do cão, assim como a humana, reage com o cloro e os produtos químicos utilizados na limpeza da piscina, gerando substâncias prejudiciais à saúde.

Pessoas com sensibilidade podem ter irritação nos olhos, ouvidos e pele, além de apresentar problemas respiratórios, cardíacos e neurológicos.

Cachorro na piscina

Via Freepik

É possível deixar seu cachorro na piscina e cuidar da saúde tanto do tutor quanto do cão.

Os cuidados precisam começar antes da atividade, com banhos, visita ao veterinário e remédios adequados.

Em vez de compartilhar a piscina com o cão, o tutor pode providenciar uma piscina própria para o animal, pequena e mais rasa, evitando qualquer risco caso o pet entre na piscina destinada aos humanos.

Mesmo nessas circunstâncias, é crucial estabelecer um limite de tempo para o cão se divertir na água.

Ao encerrar a atividade aquática, é essencial que o tutor lave a piscina do animal e dê um banho no próprio cão para remover completamente o cloro e quaisquer impurezas que possam ter se acumulado em seu corpo, além de garantir uma secagem completa.

Da mesma forma, para se proteger, o tutor deve tomar um banho imediatamente após utilizar a piscina própria.

Também existem alguns sinais indicativos de problemas após deixar o cachorro na piscina, como água turva e revestimentos e bordas da piscina com tonalidade esverdeada.

Nestas condições, os agentes nocivos tendem a se acumular no lodo, podendo ser inalados pelo vapor mesmo em piscinas aquecidas.

A manutenção da piscina do tutor deve incluir tratamento químico para eliminar microrganismos. No entanto, mesmo com a limpeza regular, ainda pode ocorrer contaminação e reações químicas.

Por isso, é importante manter toda a área cuidadosamente limpa, e se atentar para qualquer sinal estranho. Com essas dicas, será possível deixar o cachorro na piscina e aproveitar com seu pet.

 

Fonte: UOL

Imagens: Freepik, Freepik

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