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Catadora de recicláveis junta dinheiro da coleta para entrar na faculdade

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Natielle Souza, de 20 anos, trabalha como catadora de recicláveis e tem o objetivo de cursar uma faculdade. Para conquistar esse sonho, a jovem faz coleta de lixo para juntar o dinheiro e conseguir estudar.

Seu carrinho chega a pesar mais de 120 kg, mas ela sai andando pelo município Fazenda Rio Grande até a cidade de Curitiba, no Paraná, numa distância de 26 quilômetros. Então, ela realiza a coleta de materiais pelas ruas da cidade ao longo do dia, independente das condições.

A jovem trabalha desde os 15 anos. Em seu caminho, ela é reconhecida por algumas pessoas, tanto que guardam os recicláveis para Natielle. Assim, aos poucos, o carrinho de Natielle começa a encher.

“Ela é muito guerreira, muito trabalhadora. Ela merece tudo que há de melhor nesse mundo para ela”, disse uma moradora. “Eu falo que a gente tem que encarar de peito aberto e de cabeça erguida porque é um serviço honesto”, conta a catadora.

“Tem gente que critica por ser lixo. A pessoa que fala não sente mas a gente que recebe a palavra sente. Talvez ela nunca passou fome, nunca precisou fazer um serviço desses. Então acho que julgar não é o ideal. O ideal é cumprimentar, dar bom dia. É pouco, mas já faz diferença”.

Além de puxar o carrinho para pagar a faculdade, a jovem também vende balinha. Dentre seus vários sonhos, ser médica veterinária é um deles. Porém, ela também pensa em se formar advogada.

Enfermeiro, filho de gari, faz homenagem à mãe durante formatura

Arquivo Pessoal/Kawê Guilhermy

Uma história emocionante que também levanta a questão do respeito pelas pessoas que executam tarefas como a Natielle é a de Kawê. Ele diz que só conseguiu concluir a faculdade de enfermagem por conta da inspiração que sua mãe, Andréa dos Santos, que trabalha como gari, oferece.

O caso emocionante aconteceu em Goiânia, Goiás. Kawê se inspirou na mãe, que é gari há 16 anos, para concluir o curso de enfermagem. Logo, na hora de fotografar o momento especial de sua vida, ele incluiu a homenagem.

“A minha motivação foi ver as situações que minha mãe passava. Reconheço a importância do trabalho dela, reconheço e tenho orgulho de onde vim. Isso sempre vai estar na minha essência e ela estará comigo”, contou Kawê.

Cheia de orgulho, Andréa contou que ficou surpresa quando viu o convite do filho e resumiu tudo em uma palavra: gratidão. Além disso, a profissional lamentou que muitas pessoas têm vergonha ou destratam a profissão. Porém, seu filho sempre teve orgulho dela.

“O gari é ‘invisível’ na sociedade. Mas o Kawê nunca teve vergonha de mim. Ele sempre falou para os amigos dele que a mãe é gari, para mim é um orgulho”, contou Andréa.

Inspiração para a faculdade

Assim sendo, Kawê contou que sua mãe sempre foi uma inspiração e que essa admiração por sua profissão começou ainda na infância. O enfermeiro falou que aprendeu com a mãe a respeitar todas as pessoas, independente da profissão, e que sua conquista do diploma significa muito não só para ele, como também para toda sua família.

“Eu sou a primeira pessoa da família a conseguir fazer o ensino superior. A gente que veio de baixo ter essa oportunidade dá um ânimo para acreditar que podemos conquistar as nossas coisas. Foi uma inspiração mostrar para as pessoas o filho de uma gari pode alcançar qualquer lugar que ele queria”, comemorou Kawê.

Ele explicou que estudou enfermagem com bolsa integral do Programa Universidade para Todos (Prouni) e se formou na última segunda-feira (18). Desse modo, apesar de não precisar pagar mensalidade, Andréa disse que a família enfrentou dificuldades durante a graduação.

“Tivemos muitos desafios no caminho da faculdade, nada é fácil. Graças a Deus ele conseguiu a bolsa 100%, mas tiveram gastos mesmo assim, como com livros, por exemplo”, finalizou Andréa.

Fonte: R7

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