História

Cavalo de Troia: famoso presente dos gregos existiu de verdade?

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Não há quem não conheça a famosa história do Cavalo de Troia, a incursão dos gregos na lendária cidade através de um cavalo de madeira, fingindo ser um presente aos troianos.

Essa lenda marcou diversos momentos da história, inclusive no nosso aprendizado, gerando até mesmo a famosa expressão “presente de grego”.

No entanto, existe uma incerteza sobre a veracidade dessa história icônica. Será que aconteceu mesmo?

Em primeiro lugar, é importante destacar que existem poucas evidências que confirmem sua realidade.

História do cavalo de Troia

Via Pexels

Segundo a lenda, os exércitos aqueus, liderados por figuras proeminentes como Agamenon e o herói Aquiles, sitiaram a impenetrável cidade de Troia por uma década, sem sucesso em sua conquista.

Diante desse impasse, pensaram em uma artimanha engenhosa para finalmente superar as muralhas troianas.

Fingindo uma retirada estratégica, os gregos construíram um enorme cavalo de madeira, ocultando uma guarnição de soldados em seu interior.

Então, encenaram uma partida, navegando para uma ilha próxima, deixando o enorme equino às portas de Troia como uma aparente oferenda aos deuses, especialmente à venerada Atena.

Os troianos, interpretando o cavalo como um presente divino e um símbolo de rendição grega, decidiram trazê-lo para dentro dos muros da cidade como um troféu de sua aparente vitória.

No entanto, quando anoiteceu, os soldados gregos ocultos emergiram de dentro do cavalo, surpreendendo os troianos desprevenidos e lançando um ataque devastador que resultou na queda de Troia.

Apesar da narrativa transmitida ao longo dos séculos, é importante ressaltar que, até os dias atuais, os arqueólogos não conseguiram encontrar evidências concretas que confirmem a ocorrência da lendária Guerra de Troia, tampouco o desfecho surpreendente atribuído ao cavalo de madeira.

Essa incerteza lança uma sombra de dúvida sobre a veracidade histórica desses eventos lendários.

O que se sabe realmente?

As informações disponíveis sobre Troia indicam que ela seria uma cidade da Idade do Bronze, localizada onde está atualmente Hisarlık, a oeste da Turquia. A redescoberta é creditada ao explorador alemão Heinrich Schliemann, na década de 1870.

Durante as escavações, encontrou-se algumas pontas de flechas e vestígios de incêndio em camadas de sedimentos datadas por volta de 1.200 a.C., uma data que se alinha aproximadamente com o período mencionado pelo poeta Homero em sua epopeia épica, a “Ilíada”, sugerindo assim a possibilidade de uma antiga batalha na região.

No entanto, estabelecer uma conexão direta entre as descobertas arqueológicas e o cerco à cidade, que supostamente durou uma década, permanece desafiador.

Quanto ao famoso cavalo de Troia, ele é brevemente mencionado por Homero na “Odisseia”. Essa foi a primeira descrição detalhada do artefato que aparece na “Eneida” do poeta romano Virgílio.

Contudo, é importante notar que esse relato mais elaborado surgiu mais de um milênio após o suposto acontecimento, lançando dúvidas sobre sua precisão histórica e sua conexão direta com os eventos reais que possam ter ocorrido em Troia.

Análise cuidadosa

Via Olhar Digital

Uma parcela significativa dos arqueólogos contemporâneos adota uma abordagem cautelosa ao analisar os relatos de Virgílio, levantando suspeitas de que a narrativa do cavalo de Troia possa ser mais metafórica do que literal.

Um exemplo notável vem do Dr. Armand D’Angour, da Universidade de Oxford, no Reino Unido.

De acordo com o especialista, as evidências arqueológicas reconhecem que Troia de fato ruiu em um incêndio.

No entanto, a concepção do cavalo de madeira é vista como uma elaboração fantasiosa. Possivelmente veio da prática histórica de revestir antigas máquinas de cerco com peles de cavalos úmidas, a fim de protegê-las contra incêndios.

Essa interpretação destaca a complexidade do processo de decifração histórica e a necessidade de uma análise crítica e multifacetada das fontes disponíveis, tanto literárias quanto arqueológicas, para uma compreensão mais precisa dos eventos que cercam a lendária cidade de Troia.

O que seria, de fato?

Além disso, existe a possibilidade que o cavalo de Troia poderia ser mais uma espécie de aríete ou outra máquina bélica menor do que a narrativa sugere.

Ao mesmo tempo, é difícil para os arqueólogos descobrirem vestígios dessas armas. Isso porque artefatos de madeira da antiguidade têm uma tendência a se decompor consideravelmente ao longo do tempo.

Mas, independentemente da veracidade histórica dos eventos, o conceito do cavalo de Troia já está no imaginário cultural global. Curiosamente, o termo também entrou em outros lugares, como na terminologia da informática. Nela, descreve um tipo de malware que invade sistemas ao se mascarar como código aparentemente inofensivo.

Assim, a metáfora é clara: o cavalo de Troia representa algo que infiltra e destrói de dentro para fora.

Isso levanta a questão: será que os antigos poetas empregaram a figura do cavalo de Troia para ilustrar a suposta invasão de Troia por Agamenon e seus guerreiros ou essa tática militar brilhante realmente aconteceu?

 

Fonte: Olhar Digital

Imagens: Pexels, World History, Olhar Digital

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