Saúde

Cérebro de pessoas solitárias funciona de forma diferente

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Ser uma pessoa solitária é um desafio atualmente. Muitos sentem que ninguém os entende, e que o mundo funciona de maneira diferente. Agora, existe um estudo que comprova que isso é realmente verdade.

Um teste de neuroimagem feito com alguns jovens indicou diferenças significativas na forma como o cérebro desses indivíduos processa o mundo ao seu redor, em comparação com outras pessoas.

A pesquisa da Universidade da Califórnia descobriu que existem diferenças significativas não apenas entre os dois grupos, mas também entre os próprios indivíduos solitários.

Os pesquisadores informaram ser surpreendente ver como cada pessoa é ainda menos parecida com a outra, mesmo ambas se considerando solitárias. Mas por que isso acontece?

A mente de pessoas solitárias

Via Pixabay

 

Não se sentir compreendido pode ser uma grande parte do motivo pelo qual alguns se sentem desconectados dos outros, e pesquisadores queriam entender essa conexão, ou a falta dela.

Afinal, todos nós nos sentiremos assim em algum momento da vida. A solidão é um estado emocional que surge com uma lacuna entre nossos relacionamentos. Além disso, também se relaciona com a qualidade das interações, afetando a saúde em vários segmentos.

Por isso, o estudo avaliou 66 estudantes universitários do primeiro ano, com idades entre 18 e 21 anos. A avaliação contou com uma ressonância magnética funcional (fMRI) para acompanhar a atividade cerebral enquanto cada um assistia alguns clipes gravados.

O conteúdo devia distrai-los para reduzir os pensamentos conforme identificavam os assuntos. Os tópicos dos vídeos variavam de videoclipes sentimentais a representações de festas e eventos esportivos.

Em seguida, colocou os participantes na chamada Escala de Solidão, onde eles se avaliavam para falar sobre seus sentimentos de solidão e se sentirem isolados. Com base nisso, dividiu-se dois grupos, conforme os resultados: solitários e “não solitários” (aqueles que não vivenciam a solidão).

A equipe analisou como 214 regiões diferentes do cérebro responderam ao longo do tempo aos estímulos nos vídeos. Em seguida, comparou a atividade entre diferentes indivíduos em cada região do cérebro para ver quão semelhantes ou diferentes eram suas respostas.

Enquanto pessoas não solitárias eram mais ou menos semelhantes neurologicamente falando, indivíduos com altos níveis de solidão, independentemente de quantos amigos tivessem, eram mais propensos a ter respostas cerebrais únicas.

Resultados

Os resultados indicam que indivíduos solitários tendem a processar o mundo diferente uns dos outros e até mesmo daqueles que se identificam.

Essa sensação de não compreensão aumenta o entendimento pessoal de estar sozinho. Ou seja, sentir-se incompreendido é uma característica de pessoas solitárias.

Particularmente, as diferenças nas respostas neurais entre pessoas solitárias e o outro grupo eram claras em regiões de comportamento padrão. As respostas se ligavam a perspectivas compartilhadas e compreensão subjetiva. 

Via Pixabay

Também associaram a solidão com uma pequena área de recompensa do cérebro, ou seja, o sentimento de satisfação ao ser reconhecido.

Quando contabilizaram a similaridade demográfica, o isolamento social real e as amizades entre os indivíduos, essas relações ainda existiam.

Não existem respostas claras sobre se essa identificação entre pessoas solitárias é uma causa, ou se a solidão é o resultado. No entanto, a falta de compreensão certamente afeta os relacionamentos que essas pessoas querem construir.

O fato de não encontrar algo em comum com os outros contribui para a dificuldade em criar conexões sociais.

Ainda assim, sentir-se sozinho pode ser horrível, e nem sempre é óbvio para as pessoas ao redor. Por isso, é importante cuidar da saúde mental e física, e procurar grupos em que existam características em comum, mas se sentirem mais conectadas e compreendidas.

 

Fonte: ScienceAlert

Imagens: Pixabay, Pixabay

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