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Chimpanzés também passam pela menopausa, mostra pesquisa

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Os chimpanzés são os primatas do gênero Pan, da família Hominidae. Há duas espécies do gênero conhecidas: os chimpanzés-comuns e os bonobos. Além do fato de serem nossos ancestrais, essas criaturas compartilham cerca de 99% de nosso DNA e têm comportamento muitas vezes bem parecido com os da nossa espécie.

Um exemplo disso foi a descoberta feita por um estudo recente que, pela primeira vez, identificou a menopausa em primatas não humanos. De acordo com o estudo, as fêmeas de um grupo de chimpanzés da espécie Pan troglodytes tiveram uma interrupção na sua ovulação e com isso passaram por anos de vida pós-reprodutiva.

Segundo Tobias Deschner, primatologista da Universidade de Osnabrück, na Alemanha, várias espécies se reproduzem até o fim da sua vida. E até o momento, somente cinco mamíferos eram conhecidos por terem uma vida depois da sua idade reprodutiva. Eram eles: orcas, baleias-piloto de barbatanas curtas, narvais, baleias beluga e falsas baleias assassinas.

Chimpanzés e menopausa

Veja

Nesse estudo, os pesquisadores analisaram 185 chimpanzés da comunidade Ngogo no Parque Nacional Kibale, em Uganda. A análise foi feita de 1995 até 2016. Como resultado foi visto que cerca de 20% da vida das fêmeas desses chimpanzés é correspondente ao período pós-reprodutivo.

Essa foi uma descoberta bastante surpreendente para os cientistas. Segundo a Galileu, por mais que existam fêmeas pós-reprodutivas, anteriormente se acreditava que a queda da fertilidade poderia ter relação com doenças e não ser um processo fisiológico parecido com o dos humanos.

Para confirmarem isso, os pesquisadores coletaram urina e viram que ela indicou uma diminuição dos níveis de estrogênios e progestinas, além de um aumento nos hormônios folículo-estimulante e luteinizante, que são responsáveis pelo controle da ovulação e renovação do revestimento do útero depois da menstruação.

Como foi visto nos dados, várias fêmeas de chimpanzés continuaram suas vidas depois da reprodução. Tendo algumas delas chegado até os 60 anos. Normalmente, o número de nascimentos cai depois dos 30 anos e para aos 50. Contudo, não está claro se nas fêmeas Ngogo é uma coisa excepcional.

Na visão de Kevin Langergraber, primatologista da Universidade Estadual do Arizona em Tempe, nos Estados Unidos, é preciso um tempo longo de estudo em vários locais para conseguir determinar se a vida além da reprodução é uma coisa tida como norma ou então é uma anomalia entre os chimpanzés.

Hipóteses

CNN

Nos seres humanos, a chamada “hipótese da avó” sugere que existe uma fase pós-reprodutiva com a finalidade de encorajarem as mulheres mais velhas a ajudarem suas filhas a criar os netos. Dessa maneira, aumenta-se o legado reprodutivo. Contudo, nos chimpanzés, as fêmeas deixam seu grupo familiar ainda jovens para irem acasalar e se separam das suas mães.

Com isso em mente, os pesquisadores pensaram em algumas hipóteses para explicar essa vida pós-reprodutiva. Uma delas é o conflito reprodutivo. Nele, as fêmeas mais velhas parariam de reproduzir para evitar competição com as mais novas que, em algum momento, podem se tornar parentes próximas.

Outra hipótese é que a parada na reprodução poderia estar relacionada com as mitocôndrias. Isso porque conforme as fêmeas envelhecem, o número de óvulos com mitocôndrias de menor qualidade diminui. E elas são essenciais para as células cerebrais dos filhotes. Assim, como os machos não transmitem as mitocôndrias, a capacidade reprodutiva deles não é afetada.

Em um outro estudo,  as biólogas Angela Gonçalves e Ivana Winkler, do Centro Alemão de Pesquisa sobre Câncer em Heidelberg, na Alemanha, pontuaram que não está claro se o que causa a menopausa nos chimpanzés são os ovários ou a glândula pituitária que produz hormônios.

As biólogas observaram que as fêmeas de animais que estão em zoológicos, laboratórios ou algum outro ambiente de cativeiro são levadas a uma fase estéril da sua vida. E essas mesma coisa pode acontecer com as chimpanzés fêmeas de Ngogo que ficam em condições protegidas.

O estudo delas pontua que para que conclusões mais precisas fossem tomadas era preciso um estudo das populações de chimpanzés selvagens que vivem em ambientes naturais parecidos com onde eles evoluíram.

Importância

O Globo

Os chimpanzés vivem em grupos, que variam de tamanho, podendo ter de cinco indivíduos a mais de 100. Mas as fêmeas têm hábitos mais solitários e ficam a maior parte de seu tempo sozinhas. E, geralmente, os machos são soberanos nos grupos em relação às fêmeas e também com machos mais novos.

De acordo com o mostrado em estudos, os machos da espécie são ativamente envolvidos em conflitos entre os grupos, além de terem preocupações com relação ao seu território. Esses animais são capazes de caçar, matar e comer colegas, e fazem tudo isso de forma muito organizada e comandados por um líder.

Geralmente, as pesquisas a respeito desses animais focam apenas nos machos da espécie. Mas pesquisas feitas a respeito do chimpanzés ocidentais no Parque Nacional Tai, que fica na Costa do Marfim, mostraram que as chimpanzés fêmeas podem ter também um papel significativo no comportamento do território. Isso era uma coisa que não era considerada antes, levando em consideração apenas o papel dos machos nos grupos.

A análise dessas fêmeas foi feita por mais de 20 anos, observando quatro comunidades vizinhas de chimpanzés. Segundo esse novo estudo, o tamanho do grupo é um fator bem mais determinante do que a população de machos nas variantes tanto de custo benefício como nas competições entre os grupos.

Os grupos, que têm fêmeas jovens e adolescentes, têm uma vantagem sobre aqueles grupos pequenos. Isso por eles terem territórios maiores e uma pressão menor dos grupos vizinhos. Com esses fatores, eles também têm áreas de alimentação maiores e mais seguras. Isso traz uma vantagem reprodutiva individual.

De acordo com a líder do estudo, Sylvain Lemoine, tanto os chimpanzés machos como as fêmeas fazem a manutenção da sua área através da conduta de patrulhamento de fronteiras e pelo engajamento em conflitos contra os grupos que são hostis.

Fonte: Aventuras na história 

Imagens: Veja, CNN, O Globo

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