Natureza

Chuva de peixes em Honduras: o que pode ser?

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Conhecida como Lluvia de Peces, ou “Chuva de Peixes”, diz-se que ocorre pelo menos uma e, às vezes, duas vezes por ano na pequena cidade de Yoro. Durante uma grande tempestade de chuva, centenas de pequenos peixes prateados supostamente caem do céu nas ruas da cidade.

Esse fenômeno acontece na cidade desde 1800, geralmente nos meses de maio ou junho. Todo ano, uma tempestade intensa passa pela cidade com chuvas fortes. Após a tempestade, as ruas são encontradas repletas de peixes pequenos ainda vivos.

Na década de 1970, uma equipe da National Geographic testemunhou o evento, tornando-o um dos poucos avistamentos críveis desse fenômeno, embora a evidência de que os peixes estavam vindo do céu e não de outra fonte tenha permanecido elusiva.

Esse fenômeno climático tem sido relatado em todo o mundo há séculos, embora o conhecimento científico a respeito ainda seja vago.

Via Impala

Em 1823, o explorador e botânico Alexander Von Humboldt escreveu sobre a erupção vulcânica do Monte Carihuairazo em 1698, que aparentemente também cobriu uma área de quarenta e três milhas quadradas ao redor com lama e peixes (possivelmente de um lago subterrâneo conectado ao vulcão).

De maneira geral, os relatos de chuva animal geralmente envolvem peixes e sapos, mas também há relatos mais perturbadores de pássaros, cobras, crocodilos de trinta centímetros, águas-vivas, ratos, aranhas e até mesmo uma “chuva de carne e sangue”.

Em alguns relatos, os animais já estão mortos quando caem no solo, enquanto em outros estão vivos, e aqueles que sobrevivem à queda – embora certamente desorientados – pulam ou rastejam para longe.

Por que a chuva de peixes acontece?

O motivo mais simples para acontece a chuva de peixes em Honduras é por conta das fortes tempestades que inundam os rios. Assim, faz certos animais saírem de seus habitats, preenchendo as ruas.

Enquanto isso, outra razão seria uma enchente alta, levando os peixes para longe da água e secando sobre as ruas. Isso leva os espectadores a acreditar que os animais caíram com a chuva.

Embora essas possam ser a fonte de muitos relatos sobre chuva animal, o jornal Northern Territory News da Austrália relatou em fevereiro de 2010 que “comida caindo do céu é mais do que uma lenda”. Foi relatado que em 25 e 26 de fevereiro, peixes caíram como chuva em Lajamanu, Austrália, a 200 milhas da costa.

Assim como a chuva de peixes em Yoro, parece que, embora extremamente raro, os animais ocasionalmente caem do céu. A explicação científica provável para isso é elegantemente simples – trombas d’água.

As trombas d’água são como pequenos tornados que se formam sobre corpos de água.

Embora as trombas d’água não suguem água para o ar (o “bico” é na verdade a condensação), o redemoinho das trombas e tornados têm a capacidade de levantar pequenos animais da água para o ar. Assim, podem levá-los para longe de seus habitats e soltar em outro local.

Alguns tornados também podem sugar lagoas inteiras. No geral, essa hipótese faz muito sentido, considerando que a maioria das chuvas animais consiste em criaturas aquáticas.

Pássaros

No caso de relatos de “chuva de pássaros”, a explicação é diferente. Um bando de uma espécie se surpreende por um vento repentino e forte, deslocando-se e infelizmente morrendo. À medida que o vento se dissipa, cai do céu.

Isso também explica a chuva animal mais terrível – a chuva de sangue e carne. Nesse caso, os pássaros estão tão danificados que caem em pedaços.

Qualquer outro animal sugado por uma tempestade violenta também pode cair na terra em pedaços. Embora também haja casos em que as “chuvas de sangue” foram causadas por poeira vermelha, uma explicação muito simples.

Via Cosmos

Religião

Em Yoro, também existe a explicação religiosa. O padre José Manuel Subirana, um padre católico que vive na região, rezou para que Deus desse sustento aos povos famintos. No final de sua maratona de oração, dizem que choveu peixes pequenos.

A festa, de 1998, acontece em homenagem ao milagre que é a Lluvia de Peces. Esse desfile acontece mostrando as efígies do Padre José Manuel Subirana em todas as ruas.

Um dos fatos mais estranhos da chuva de peixes em Yoro é que os próprios animais não são da área. Ou seja, podem vir de lugares distantes, como o Oceano Atlântico. Mesmo ficando a cerca de 200 km de distância, provavelmente eles vêm por trombas d’água que os sugam para o céu.

Uma teoria menos emocionante postula que os peixes vivem em rios subterrâneos e, na verdade, estão sendo forçados a sair dos rios em vez de cair do céu sobre as ruas.

Essa hipótese recebeu o apoio das equipes da National Geographic na década de 1970, que descobriram que os peixes são completamente cegos.

Seja como for, é um fenômeno interessante que intriga os moradores locais.

 

Fonte: Tô no Cosmos

Imagens: Tô no Cosmos, Impala

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