Ciência e Tecnologia

Ciência cria dispositivo que permite ler atividade cerebral através da jugular

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A ciência deu mais um passo em busca de melhorar a qualidade de vida de pessoas com as funções motoras comprometidas, e, agora, permite implementar um dispositivo na jugular que acompanha as atividades cerebrais.

Via Darpa

Os primeiros testes com humanos foram bem-sucedidos, e existe a expectativa de se disponibilizar esse equipamento para o mercado, mudando a rotina de milhares de pessoas com problemas de coordenação ou paralisia.

A princípio, as principais soluções para esses casos envolviam complicadas cirurgias no cérebro, que colocavam a vida do paciente em risco e possuíam alta porcentagem de falha ou não adaptação. No entanto, com essa novidade, é possível não apenas ter maior taxa de sucesso, como também ler a atividade cerebral sem intervenção cirúrgica para implementação.

Essa dispositivo na jugular leva o nome de Strentrode, criado pela empresa Synchron. Seu objetivo é monitorar as atividades cerebrais e emitir impulsos digitais para simplificar a rotina de pessoas com as funções motoras comprometidas.

Para isso, a implementação ocorre na garganta, próxima a um vaso sanguíneo localizado na jugular. O procedimento de implementação e desenvolvimento finalmente foi publicado na revista JAMA Neurology após meses de testes e espera.

Além disso, os primeiros resultados já fizeram parte da apresentação da 74ª Reunião Anual da Academia Americana de Neurologia em Seattle, que aconteceu em março de 2022.

Conheça o dispositivo

Um grupo de quatro pesquisadores europeus desenvolveu um dispositivo que interage com a internet, e permite enviar mensagens, mandar e-mails, fazer compras online e realizar transações bancárias sem a necessidade de utilizar os movimentos motores convencionais.

Para isso, o dispositivo na jugular se comunica com as atividades cerebrais vias sinapses, e, conectado ao equipamento, executa essas atividades sem precisar de movimentação.

Os pacientes que fizeram parte do estudo possuem esclerose lateral amiotrófica (ALS), uma doença que prejudica as células nervosas responsáveis por controlar o movimento voluntário. Dessa forma, eventualmente, existe a perda completa das funções.

Por isso, o dispositivo na jugular busca ajudar pacientes com algum quadro de paralisia grave dos membros superiores, além de graus variados de função pulmonar e comprometimento da fala por conta dessa doença.

Ainda é importante reforçar que o Strentrode já passou por testes em animais, sendo esse o primeiro ensaio clínico com pessoas, já alcançando resultados positivos. Os pesquisadores puderam demonstrar que o dispositivo na jugular consegue registrar impulsos cerebrais e estimulam o cérebro eletricamente.

Implantação do dispositivo na jugular

Um dos maiores diferenciais do Stentrode é a não exigência de abertura do crânio para implementação, uma vez que aloca o dispositivo na jugular.

Ele é pequeno e possui semelhanças com uma rede, por conter 16 eletrodos em sua composição. Todos os quatro pacientes que participaram do ensaio tiveram esse dispositivo inserido por meio de um cateter no seio sagital superior, uma veia cerebral.

Essa veia fica próxima ao córtex motor, área do cérebro que é responsável por toda a atividade voluntária das funções motoras, além de drenar os fluídos do cérebro para a jugular.

Assim, ao implementar o dispositivo na jugular, próximo ao seio sagital superior, os médicos posicionam a malha de eletrodos de forma expansiva, fixando nas paredes do local.

Enquanto isso, um fio liga esses eletrodos a um equipamento digital no peito do paciente, responsável por transmitir as atividades cerebrais registradas para um computador. Essa comunicação entre dispositivo na jugular e o computador ocorre sem a necessidade de fios.

Via Medgaget

Sem efeitos colaterais

Até o momento, nenhum paciente que participou do ensaio clínico apresentou efeitos colaterais graves, apenas hematomas na região da implementação e eventuais dores de cabeça.

No entanto, passaram por observação durante um ano, acompanhados de perto pelos pesquisadores e pela equipe de manutenção do aparelho.

Assim, puderam garantir que não ocorreu nenhum coágulo ou obstrução dos vasos sanguíneos. Além disso, o Stentrode não se deslocou para outra região. Essa era uma preocupação dos responsáveis.

Além disso, a equipe foi capaz de controlar com sucesso o computador sem fio que liga o dispositivo na jugular. Dessa forma, considera-se que o equipamento é, inicialmente, um sucesso.

Agora, será possível seguir com as demais etapas do estudo clínico, aplicando em mais pessoas e verificando se as atividades rotineiras de pacientes com doenças motoras se tornam mais simples por meio do aparelho.

Não existem informações sobre custos ou disponibilização no mercado, mas espera-se que seja divulgado nos próximos meses, sendo uma revolução para a ciência e para a medicina.

 

Fonte: Olhar Digital

Imagens: Darpa, Medgadget

 

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