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Cientistas da Dinamarca alegam ter descoberto possível causa do Parkinson

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Infelizmente, estamos expostos a diversos tipos de doenças no decorrer da vida. A doença de Parkinson é um desses males que podem nos atingir. Ela é caracterizada pela lenta deterioração do cérebro devido ao acúmulo de alfa-sinucleína. Essa é uma proteína que danifica os neurônios. Isso leva a movimentos lentos e bastante rígidos que muitas pessoas já associam à doença.

Mesmo sabendo um pouco sobre essa doença, ela ainda tem vários mistérios que a circundam, sendo um deles a sua própria explicação. Contudo, recentemente, pesquisadores da Dinamarca analisaram cérebros humanos junto com os de camundongos e conseguiram descobrir uma possível causa do Parkinson.

Parkinson

Abneuro

De acordo com os pesquisadores, essa doença pode ter uma relação com danos nas “fábricas de energia” das células, que são as mitocôndrias. “Pela primeira vez, podemos mostrar que as mitocôndrias, os produtores vitais de energia dentro das células cerebrais, especialmente dos neurônios, sofrem danos, levando a interrupções no DNA mitocondrial”, disse Shohreh Issazadeh-Navikas, primeira autora do estudo, da Universidade de Copenhaguen, na Dinamarca.

Ainda conforme o estudo, o resultado disso é “como um incêndio florestal pelo cérebro”. Os pesquisadores observaram que conforme o material genético danificado, o DNA mitocondrial, vai se disseminando, ele causa sintomas de Parkinson e progride para a demência.

Eles observaram isso enquanto analisavam amostras cerebrais de sete pessoas saudáveis, sendo três mulheres e quatro homens, e sete pessoas com Parkinson, distribuídas nas mesmas quantidades. Essas coletas foram feitas tendo as aprovações éticas necessárias no Harvard Brain Tissue Resource Center, nos EUA; no Bispebjerg Hospital Brain Bank, na Dinamarca; e no Netherlands Brain Bank, na Holanda.

Estudo

CNN

Quando os pesquisadores estudaram os cérebros humanos junto com os de camundongos, eles descobriram que os danos às mitocôndrias nas células cerebrais vão se espalhando quando as células têm defeitos nos genes de resposta antiviral.

De acordo com Issazadeh-Navikas, fragmentos pequenos de DNA das mitocôndrias são liberados para dentro da célula. Lá, eles acabam se tornando tóxicos e fazendo com que as células nervosas expilam o material genético mitocondrial. “Esses fragmentos tóxicos de DNA se espalham para células vizinhas e distantes, semelhante a um incêndio florestal descontrolado iniciado por uma fogueira casual”, comparou ela.

Ainda de acordo com ela, é possível que esse dano no DNA mitocondrial das células cerebrais vaze para o cérebro e também para o sangue. Se isso for realmente verdade, uma amostra pequena de sangue dos pacientes poderá ser usada para que o diagnóstico seja feito ou para que tratamentos futuros sejam testados.

Outra coisa que Issazadeh-Navikas espera é que conseguir detectar esse DNA mitocondrial danificado possa ser usado como um biomarcador precoce para o desenvolvimento do Parkinson.

Agora, os pesquisadores irão estudar como o dano ao material genético pode marcar estágios diferentes e progressão dessa doença que atinge mais de 10 milhões de pessoas no mundo todo.

“Estamos dedicados a explorar estratégias terapêuticas potenciais com o objetivo de restaurar a função mitocondrial normal para corrigir as disfunções mitocondriais implicadas na doença”, concluiu ela.

Explicação

News lab

Claro que esse estudo é mais um passo na compreensão do Parkinson, mas ele também não foi o único que sugeriu uma possível causa para a doença. Por exemplo, os pesquisadores da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, que descobriram três subtipos diferentes de neurônios reativos à dopamina em uma região do cérebro. Eles foram vistos na chamada substância negra pars compacta (SNc).

Essa região está associada aos comandos para os movimentos do corpo. Justamente por isso que essa descoberta pode ajudar os pesquisadores a entenderem melhor o Parkinson.

O que se considera o marco zero do Parkinson é a substância negra. E a perda de neurônios que são sensíveis à dopamina está relacionada com os sintomas que são característicos da doença, como por exemplo, a rigidez, a lentidão e os tremores.

Desses três genes analisados, cada subtipo reage de uma forma diferente a experiências satisfatórias, estímulos que são desagradáveis e mudanças na velocidade.

“Encontramos um subtipo que é sinalização motora sem qualquer resposta de recompensa, e eles ficam exatamente onde os neurônios dopaminérgicos morrem pela primeira vez na doença de Parkinson”, explicou Daniel Dombeck, neurobiólogo responsável pelo estudo.

Embora haja várias dúvidas ainda com relação à doença de Parkinson, essa descoberta deu aos pesquisadores uma nova direção. “Essa é apenas mais uma dica e pista que parece sugerir que há algum subtipo genético que é mais suscetível à degradação ao longo do tempo à medida que as pessoas envelhecem”, disse Dombeck.

No estudo, os pesquisadores focaram nesses três genes-chave: Slc17a6, Calb1 e Anxa1. Eles são conhecidos por operar dentro das células. Então, eles marcaram os genes em camundongos transgênicos para que eles brilhassem quando estivessem ativos.

Nos experimentos, aproximadamente 30% dos neurônios reativos à dopamina se iluminaram quando os animais se mexiam e deixavam respostas aos comportamentos aversivos ou recompensadores para as células nervosas que restaram.

“Este subtipo genético está correlacionado com a aceleração. Sempre que o rato acelerava, víamos atividade, mas, em contraste, não víamos atividade em resposta a um estímulo recompensador”, pontuou o neurobiólogo Rajeshwar Awatramani.

Vendo isso, os pesquisadores pensam que a perda dos neurônios dopaminérgicos específicos que são responsáveis pela aceleração pode gerar um desequilíbrio no cérebro, e isso pode estar por trás dos tremores característicos do Parkinson.

Isso sugere que somente neurônios responsáveis pela desaceleração continuam ativos. Como consequência, o cérebro força os músculos a pararem. “Eu diria que este é um ponto de partida. É uma nova maneira de pensar sobre o cérebro no Parkinson”, concluiu Awatramani.

Fonte: Galileu, Olhar digital

Imagens: Abneuro, CNN, News lab

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