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Novo teste é capaz de diagnosticar o Parkinson precocemente

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Infelizmente, estamos expostos a diversos tipos de doenças no decorrer da vida. A doença de Parkinson é um desses males que pode nos atingir. Ela é caracterizada pela lenta deterioração do cérebro devido ao acúmulo de alfa-sinucleína. Essa é uma proteína que danifica os neurônios. Isso leva a movimentos lentos e bastante rígidos que muitas pessoas já associam à doença.

Claro que assim como praticamente todas as doenças, ter um diagnóstico de Parkinson o quanto antes faz toda a diferença. Por isso que um teste de laboratório que possa informar aos médicos se uma pessoa tem essa doença é uma coisa extremamente buscada.

O diagnóstico é dado pelos médicos hoje em dia procurando pelos sintomas físicos que podem revelar à doença, como por exemplo, tremores, marcha hesitante, rigidez ou problemas de equilíbrio. No começo, esses sinais podem ser bastante sutis. Por isso que existe uma dificuldade em diferenciar o Parkinson de outras doenças até que ele esteja mais avançado e tenha afetado o cérebro.

E justamente por não existirem testes de laboratório que detectam a doença logo nos estágios iniciais, a busca por novos tratamentos para o Parkinson também não aconteceu.

Parkinson

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O estudo é difícil porque analisar um grupo de pessoas que tenham os mesmos sintomas de movimento pode acabar incluindo, de forma inadequada, as pessoas que têm a condição causada por um outro fator. Isso implica que normalmente as pessoas são estudadas com a doença já em andamento.

No entanto, essa realidade pode mudar logo. Isso porque novos testes conseguiram detectar vestígios de uma proteína-chave que se decompõe e acaba obstruindo áreas específicas do cérebro. Ela se chama alfa-sinucleína.

E o teste chamado SYNTap, que procura sementes dessa proteína no fluido espinhal, foi aprovado em um grande estudo feito pela Fundação Michael J. Fox, na Iniciativa do Marcador de Progressão de Parkinson.

Com isso, o SYNTap se junta ao Syn-One, um teste que consegue detectar traços dessa proteína na pele. Desde 2019 esse teste está disponível e é estudado sendo financiado pelo National Institutes of Health.

Embora esses novos testes não tenham identificado o Parkinson, eles conseguiram mostrar um grupo de distúrbios causados pela aglomeração anormal da proteína alfa-sinucleína. Dentre eles, a demência com corpos de Lewy e a atrofia de vários sistemas que resultam em danos no cérebro. Desses distúrbios, o Parkinson é o mais comum.

Diagnóstico

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Até hoje, a causa exata do Parkinson é desconhecida. No entanto, esses testes são o começo de “um novo capítulo para nós na doença de Parkinson, onde podemos realmente nos concentrar na biologia”, disse a Dra. Kathleen Poston, professora de neurologia e ciências neurológicas na Universidade de Stanford.

“Acho que isso acelerará muito nosso engajamento e ensaios clínicos e, espero, nos permitirá ter mais ensaios clínicos terapêuticos bem-sucedidos nos próximos cinco anos”, disse.

De acordo com um estudo, o SYNTap foi preciso em 1.100 pacientes. Dentre esses participantes tinham pessoas com Parkinson, pessoas com fatores genéticos de risco e um grupo de controle saudável. Com relação às pessoas com Parkinson, o teste identificou de forma certa 88% da vezes. E 96% dos descartes foram corretos.

“Isso mostra que esse método é bastante preciso para detectar a doença de Parkinson, mesmo em pacientes que ainda não apresentam sintomas. Este é um grande passo adiante mostrando que este tipo de teste é preciso”, pontuou Andrew Ko, neurocirurgião da Escola de Medicina da Universidade de Washington, que não estava envolvido no estudo.

A maior precisão do teste foi vista em pessoas que não tinham riscos genéticos conhecidos para a doença. Nesses casos, 99% das vezes o teste conseguiu detectar a doença de forma correta.

Já no grupo de pessoas que tinham um risco genético mais comum, a mutação no gene LRRK2, ele conseguiu detectar o Parkinson somente 67% das vezes, o que mostra que ele é ótimo no descarte da doença, mas que em algumas pessoas que realmente têm Parkinson o teste não detectará.

“No momento, o teste tem apenas uma utilidade modesta nos cuidados clínicos de rotina”, disse Andrew Siderowf, autor do estudo e neurologista da Perlman School of Medicine da Universidade da Pensilvânia.

Fonte: CNN

Imagens: CNN

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