Uma análise mais moderna descobriu que o tamanho do Dunk, um peixe fóssil de milhões de anos, estava errado. Agora, estabeleceram um novo valor e medições para esse animal pré-histórico.
Há 150 anos, descobriu-se o fóssil do Dunkleosteus terrelli, um peixe pré-histórico que viveu durante o período Devoniano, há cerca de 360 milhões de anos. Na época, os pesquisadores estimaram que o tamanho do peixe era próximo ao de um ônibus. No entanto, um novo estudo revelou que o Dunk era muito menor do que se pensava.
Os primeiros fósseis do Dunk estavam nas margens do Lago Erie, próximo a Cleveland, em Ohio, nos Estados Unidos. Atualmente, a maior espécie do peixe encontra-se em exposição no Museu de História Natural de Cleveland.
O Dunkleosteus terrelli era famoso por sua poderosa mordida, possuindo dentes semelhantes a lâminas que podiam fechar-se com uma força de até 3.600 quilos.
Confusão quanto ao tamanho do Dunk
A confusão em relação ao tamanho do Dunkleosteus terrelli se deu pelo fato de que ele possuía um crânio ósseo blindado e um esqueleto de cartilagem, o que o diferenciava dos peixes atuais.
O crânio preservado tinha cerca de 85 centímetros de altura, o que levou os pesquisadores a estimar o tamanho do peixe com base na proporção entre o tamanho do crânio e o comprimento do corpo de um tubarão. Assim, chegaram à conclusão de que o Dunk poderia ter até 9 metros de comprimento.
No entanto, novas pesquisas revelaram que essa estimativa estava incorreta, já que apenas o crânio passou por preservação. Após essa descoberta, não houve muitas pesquisas adicionais sobre a espécie.
A crença de que o Dunkleosteus terrelli era um peixe gigante perdurou por cerca de 150 anos, até que o pesquisador Russell Engelman visitou o Museu de História Natural de Cleveland. Nesse momento, notou que as medidas do tamanho do Dunk estavam equivocadas.
Engelman percebeu que tudo na biologia é influenciado pelo tamanho do corpo e que as medições antigas simplesmente não faziam sentido biologicamente.
As reconstruções que usavam um tamanho de 9 metros para o corpo do Dunk resultavam em proporções estranhas e bizarras que não se assemelhavam ao peixe em si.
Recalculando o comprimento do Dunk
Ao investigar como os cientistas anteriores calcularam o tamanho do Dunkleosteus terrelli, o pesquisador Russell Engelman descobriu que eles nunca haviam estudado o peixe de verdade.
Engelman afirmou que buscou em toda a literatura para descobrir a verdade. No entanto, descobriu que a maioria dos autores apenas abordaram o assunto observando, sem medições.
Para resolver o problema, o pesquisador analisou as proporções de cabeça e corpo de várias espécies de peixes, não apenas de tubarões, como haviam feito anteriormente. Os resultados indicaram que o Dunk provavelmente não passava de 4 metros de comprimento.
O estudo revelou que crânios altos e largos, mas curtos em comprimento, como o do Dunk, resultam em peixes mais curtos. Em contrapartida, cabeças mais longas são encontradas em peixes mais compridos, como é o caso dos tubarões.
Essa avaliação abre precedentes para outros estudos além do tamanho do Dunk. Podem existir outros animais pré-históricos que passaram por análise rasa e possuem comprimentos distintos do determinado.
Nesse caso, cientistas e pesquisadores podem se atentar para os projetos anteriores, especialmente relacionados aos mesmos autores.
Entretanto, não é necessário duvidar de todos os estudos e avaliações de fósseis, pois, embora possa existir a possibilidade de rever, com maior tecnologia, a maioria do catálogo permanece verídica.
Esta é apenas uma maneira de se aproximar ainda mais do passado, e encontrar as medidas mais precisas para animais que povoaram a Terra milhões de anos antes.
Fonte: Olhar Digital
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