Saúde

Cientistas desenvolvem novo super-antibiótico eficaz contra bactérias multirresistentes

0

Pesquisadores da Universidade de Uppsala, na Suécia, identificaram uma nova categoria de antibióticos mais eficazes contra bactérias multirresistentes.

Em estudos com ratos, o medicamento teve sucesso no tratamento de infecções sanguíneas.

Esses compostos visam uma proteína específica, chamada LpxH, encontrada em bactérias gram-negativas.

Embora nem todas as bactérias contenham essa proteína, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que aquelas que a possuem são de extrema importância para o desenvolvimento de novos tratamentos.

Isso porque eles incluem patógenos como Escherichia coli e Klebsiella pneumoniae, que já apresentam resistência aos antibióticos existentes.

Estudo

Via Wikimedia

Em experimentos de laboratório, camundongos foram infectados com E. coli ou K. pneumoniae. Uma hora depois, receberam uma série de compostos projetados para inibir a LpxH.

Os resultados revelaram que as infecções puderam ser tratadas em apenas quatro horas, com uma única dose.

Conforme explicam os pesquisadores, o potencial desses compostos para reduzir significativamente o número de bactérias no sangue com apenas uma dose única destaca sua capacidade de tratar infecções potencialmente letais causadas por patógenos gram-negativos multirresistentes a medicamentos.

De acordo com o portal Science Alert, o processo começou com um composto chamado JEDI-1444, desenvolvido a partir dos resultados de uma pesquisa na literatura em busca de candidatos a inibidores adequados.

No entanto, embora tenha mostrado promessa na inibição do crescimento de gram-negativos, o JEDI-1444 não era muito solúvel ou estável no sangue.

Sucesso

A equipe responsável pelo trabalho realizou algumas modificações e obteve sucesso com duas variantes codificadas: EBL-3599 e EBL-3647.

Embora não tenham se mostrado mais solúveis no soro sanguíneo, essas variantes demonstraram uma atividade antimicrobiana potente contra uma ampla variedade de cepas de E. coli e K. pneumoniae.

Os cientistas destacaram que, como esta classe de compostos é completamente nova, a proteína LpxH nunca foi explorada como alvo para antibióticos mais resistentes.

Eles concluíram que, apesar dos resultados atuais serem promissores, precisará de esforços adicionais consideráveis antes que os compostos desta classe estejam prontos para ensaios clínicos.

Como antibióticos funcionam?

Os antibióticos são medicamentos que combatem infecções bacterianas. Eles funcionam de diferentes maneiras para eliminar as bactérias ou impedir seu crescimento. Com isso, ajuda o sistema imunológico a combater a infecção.

Algumas opções, como a penicilina, atuam interferindo na síntese da parede celular bacteriana. Isso porque as bactérias precisam de uma parede celular forte e intacta para manter sua estrutura e proteção.

Dessa forma, os remédios interrompem essa síntese, causando danos à parede celular bacteriana, levando à sua morte.

Enquanto isso, outros antibióticos, como os aminoglicosídeos e tetraciclinas, atuam bloqueando a síntese de proteínas bacterianas.

As proteínas são essenciais para diversas funções celulares, e a inibição da sua síntese impede que as bactérias se multipliquem e funcionem adequadamente.

Além disso, também temos certos antibióticos mais resistentes que interferem na membrana celular. Isso compromete a integridade do organismo, levando à morte da bactéria.

Por que precisa de antibióticos mais eficazes?

Via Pexels

Mesmo com tantas alternativas de remédios, algumas bactérias desenvolvem resistência aos antibióticos por meio de processos naturais de seleção e adaptação.

Isso ocorre por vários motivos, principalmente pela mutação genética. As bactérias têm uma capacidade natural de se reproduzir rapidamente e de se adaptar ao ambiente.

Enquanto replicam o DNA, pode ocorrer mutações aleatórias que trazem resistência a antibióticos. Se essa mudança der vantagem na sobrevivência, o organismo rende mais no corpo humano, transmitindo seu gene para oturas gerações.

Além disso, existem elementos genéticos diferenciados nas bactérias, que aumenta a necessidade de antibióticos mais eficazes. Diferentes espécies enviam seus fragmentos de DNA circulares entre outros sistemas, com elementos genéticos móveis que se adaptam rapidamente.

E, claro, mesmo com antibióticos mais eficazes, um fator humano influencia nessa necessidade.

O uso inadequado ou excessivo sem indicações médica pode ajudar no desenvolvimento da resistência. Quando as bactérias são expostas repetidamente a doses de remédio, ou quase se interrompe um tratamento, algumas podem sobreviver e se tornar mais fortes.

Além disso, o uso de antibióticos em animais de consumo, que ajudam no crescimento, também geram essa resistência.

Alguns locais são mais propícios para infecções que geram bactérias fortes, demandando antibióticos mais eficazes. Por exemplo, hospitais e laboratórios precisam estar em constante pesquisa para conseguir controlar o avanço das doenças.

Entender esses elementos ajuda os pesquisadores com remédios mais fortes, com mais sucesso e que trarão mais saúde para os seres humanos.

 

Fonte: Época Negócios, Hospital Albert Einstein

Imagens: Wikimedia, Pexels

Engolir moeda e imã para aumentar zinco e ajudar na musculação faz sentido?

Artigo anterior

YouTube começa a testar novo design na versão web e divide opiniões

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido