Ciência e Tecnologia

Cientistas detectam evento raro de buraco negro aniquilando uma estrela

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A interação entre um buraco negro e uma estrela chamou a atenção dos astrônomos, que puderam registrar um ato de violência cósmica cometido há milhões de ano-luz, do outro lado do universo.

Em um evento raro, um buraco negro foi avistado destruindo uma estrela que chegou perto demais do corpo celeste. No entanto, ao contrário do que se imagina, não se trata de apenas um caso comum em que a luz foi engolida.

De acordo com cientistas que publicaram o evento nos periódicos científicos Nature e Nature Astronomy, esta foi uma das quatro ocasiões nas quais um buraco negro é visto dilacerando uma estrela que estava passando ao seu lado, e não a engolindo por inteiro.

Esse acontecimento foi apelidado de perturbação de maré, e é o evento luminoso mais distante já registrado pelos astrônomos.

Conforme cálculos, tudo teria acontecido com um buraco negro altamente massivo, com centenas de milhões o peso do nosso Sol. Ele está situado a 8,5 bilhões de anos-luz de distância da Terra. Vale lembrar que um ano-luz é o equivalente a 9,5 trilhões de quilômetros, a distância que a luz percorre em um ano.

Inicialmente, cientistas acreditaram que se trava de uma estrela parecida com o Sol, do tipo comum. No entanto, uma sondagem astronômica especial permitiu identificar um corpo diferente, com massa maior.

Foi possível verificar o acontecimento com o Zwicky Transient Facility, um equipamento com câmera fixada a um telescópio. O estudo aconteceu na Califórnia.

Via Folha de São Paulo

Como essa interação entre buraco negro e estrela aconteceu?

Segundo cientistas explicam, se um buraco negra e uma estrela ficam muito pertos um do outro, eles são dilacerados pela maré gravitacional. É o mesmo princípio que acontece quando a Lua puxa a maré na Terra. No entanto, a força é centenas de vezes maior.

Quando isso ocorre, os pedaços da estrela que têm uma separação brutal ficam em um disco que gira em alta velocidade ao redor do buraco negro, criando um efeito luminoso e parecido com um anel de corpos.

Em seguida, o buraco negro e a estrela se consomem, e o corpo celeste mais poderoso permanece. Alguns casos mais raros indicam que pode acontecer de o material seguir para várias direções opostas, e ficar vagando no espaço.

Os cientistas que avaliaram o caso disseram que o buraco negro deveria estar girando em altíssima velocidade, o que ajudaria a explicar a explosão luminosa quando a estrela foi lançada.

Observação antecipada

Um grupo de astrônomos liderado por Dheeraj Pasham, do Massachusetts Institute of Technology e autor do estudo no periódico, disse que os pesquisadores conseguiram observar esse evento muito cedo, cerca de apenas uma semana depois do acidente violento.

Isso foi possível graças a equipamentos tecnológicos que identificam a perturbação de maré no espaço. A análise ocorre duas vezes por mês. Entretanto, dessa vez, os jatos extremamente raros fizeram uma explosão luminosa que chamou atenção. Isso porque ele estava apontando para a Terra, tornando-o mais fácil de ser identificado.

Por outro lado, o buraco negro e a estrela que protagonizaram esse evento parecem estar no centro de uma galáxia, como a Via Láctea, mas a bilhões de anos de distância. Nesse caso, acredita-se que o corpo celeste atua como núcleo da sua galáxia, e aniquila qualquer estrela ou outro elemento que passe pelos seus arredores.

Via PxHere

O evento chamou atenção da comunidade científica, pois foi tão brilhante que ofuscou o brilho de todas as luzes de estrelas daquele local. Graças aos equipamentos tecnológicos da Universidade da Califórnia, foi possível monitorar esse acontecimento de camarote.

No entanto, os pesquisadores tranquilizam a todos, afirmando que a distância é longa o suficiente para que nunca chegue à Terra nos próximos bilhões e bilhões de anos. Além disso, é preciso uma alta força gravitacional para realizar esse tipo de interação, e nosso planeta não corre perigo na Via Láctea.

 

Fonte: Folha de São Paulo

Imagens: Folha de São Paulo, PxHere

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